27 de abril de 2009

Uma desatenção em azul.

- como necessário alongamento de hipérbole ou se os jogos distraíssem se dos seus créditos.

Deste em azul escrito
fora imposto num divergir
o peso das palavras
feito dessa honra negra,
a vário trabalho,
ritmo de lente aplicado,
em espécie de mistura esguia,
efectuasse o visível,
traçado tudo isto,
que modo o regresso,
em causa dum divergir,
dessa qualidade efeito,
um balbuciar se motivo,

já diria como ;

as pluviosidades asseveram se,
amálgama em rotação,
num tempero de igual,
forja que ensaiasse,
uma sua colocação despojada,

e como que seria fugaz,
as rodas ainda em qual,
era ir dali ponto,
mas mais que escorreito,
atento ao uso diz se,
a esquecer ponto,
morto dessa espiral
ente em terra reservada,
tal devastada de novo,

esvaído em regresso,
valor esse que correr
é um nosso conforto
e numa imposição,
passa das palavras
em colorir numa medida
de passo marcado,

caído o languescer,
entardecer estado a fim,
sol soltos em termo azul,
a sair já de laranja pálido,
pincelada violeta presença,
propriamente tirada,
questão num continuado,

rodadas as vias,
dos olhos chistes,
ditos cantos,
aos lábios deixados,
na boca vermelha,

dos altos que passa faz se,
num transtorno dessa estada,
em presenças de letras,
violetas, formas se processasse
a história daquela aplicação
num único tempo intermédio ;

antes o tempo,
desse tempo,
como ao tempo,
dum espanto,
na tua imagem,

dizem tal vaso iluso,
voos à garganta disse,
qual escrito nada é ponto,
expandido em abraço,
tal que segue dizem
de passo em espanto,

olhar como a sós frio,
o mais delicado pensar,
destacado imaginar
que tivesse se assim estranho
e nos olhos do seu mundo
em posto olhar dos dias,
mesmo alterados,
sinais em compassos,
sucessivos nesta passada,

como após súbito
dentre se desse sentir,
o dedilhar que absolve,
ígneos traçar expressá-lo,
semelhante a cânticos de ilusão,
como se das suas partes
caídas o produzido afecto
das piedosas condescências,
aguardados como devem,
ir e vir em tonalidade,
a fugir se o seu peso põe,
que destrói completos
do movimento tirado,
em concentração volátil,

desafecto que transita,
vista assente e só que
percorre se de atenção
descuidada, cumulada
logo em estendido dizer
cor desses traçados,
descuidados e destensos,
golpes de cruzador,

como glosas em pretérito,
volátil pena de arrecado,
simples como fora todas,
concessão da qual surgisse,
um insensato em razão,
despojado a seu tempo,
alheio como só pedra,
imposto e desfeitas
linhas de ventre
estante a maré lasciva,
em permanência dos solos,

em palácios algures seja,
o azul que fica fora,
dessa hora a seu lado,
um despojado atirar se,
em corpo que concede,
ter se a causa
desse levante em azul,
violeta pois,
por se atinge a pele,
às portas que chega,
desnudada e sua,
devora repastos,
e a qual se alimenta,
e sem chegar ;

como num vazio.

20 de abril de 2009

Hora.

Lágrima assentasse
os olhos no correr sombras
em cercos de gotas assim,
frios, recantos
ao cair leve das órbitas,
os ossos num agarrar se fácil,
por fim, o deixar por fim.

Como pedras em contraste,
a corpuscular tonalidade,
cresce numa passada,
como as horas dos corpos
do dia ou da noite
tomassem se os breves minutos,
indistintos e pontilhados,
como estrelas das estrelas
num dizer das rodas - a noite
em dança fugaz dos corpos.

Refere esta hora a terreiro
em perfil da cinza, os realizados
intactos de uma luz velha,
corpos e rastos da luz velha,
estilhaçados dia ao chegar,
no contraste estendido,
a saudade desse lamento,
um crepuscular passo em linha,
como em linha pulverizado.

13 de abril de 2009

P.Bourdieu.

“Na medida em que produz uma cultura (habitus) que não é mais do que a interiorização do arbitrário cultural, a educação familiar ou escolar tem como efeito o mascarar cada vez mais completamente, por impressão do arbitrário, o arbitrário da impressão. (...) A consciência obscura do arbitrário do deslumbramento assombra a experiência do prazer estético : a história do gosto, individual ou colectivo, basta para desmentir a convicção de que objectos tão complexos como as obras de cultura sábia, produzidas segundo leis de construção que se elaboraram no decurso de uma história relativamente autónoma, sejam capazes de suscitar, por virtude própria, preferências culturais. “

P. Bourdieau ; L’amour de l’art.

Abre dum contacto a fonte deste matinal sólido corpuscular como sinuosa onda insigne em mescla de cor e matéria ao vislumbre da terra em crepitante* gorgulhar de ebulição. Como arte da solução mestra ao bater da memória em tropel do mundo à deriva e visões do vazio como células de gerações parentais em combustível da plástica sanguinolência. Que na razão do sangue entranhado ao condizer da queda assola se em rompantes como que por rotas de uma lentidão devastadora ; como fora um soluço um clarear deflagrado.

livro
tanto
arremeto
balanceado
a funda
grelha
das alternas
linhas
em sinal
dum calorífico
diverso
mente
a clarear
em coloração
de atitude
fugaz

como espiral dum excesso em saturação tornado, expulso ao repor de uma proporção, tirado em súmula laminar à vista, após letra de fundo numa disposição desta estanque.

7 de abril de 2009

Como...

Posto à partida fora
romper dois em campo
como rota dolorosa
do suspenso interlúdio
numa imposição, escolha
ao esclarecer da matéria
frio, desfeito rasto a fundo
pulsar como câmara de acto
a tirar se carga, perto de o dizer,
num salto, aspergir do excesso,
lívido, risco do sentir, os tectos
duma emoção sublime, algo
belo numa extensa palavra
em discorrer, o médio acto,
como processo de marca
qualquer, interna sequência
de gesto a preencher campo
em tal modulação, tomado
a fundo, estrato cimentar
do sangue em contorno
arvorado e laminar das vidas
em aspiração táctil, levemente,
a latejar da terra, as categorias
várias, em longa disposição
de acerto como estado efeito
de distanciamento próprio
ou se doutras marés
se objectivasse o sentido,
numa afinação do corpo,
ou que o valha, numa distante
geração em profusão na pele.

Como - a forma de tudo isto é vaga allas se desvanecesse.