30 de janeiro de 2010

mais que o gasto é tudo sagaz,
lúcido, como a pescada em quinto grau
por cima das ondas
lá do convés
nas últimas manifestações das órbitas quase circulares,
arremedo, como numa fila, a ostra
em surrealismo dos trajos duma aparição visionada
e circunscrita
aos sítios do papel ouvido como fora o séquito das provençais
não tão antigas,
assim,
nos solos do adquirir o nome e o verbo com todo o respeito, claro,
como a água cristalina,
logo adianta-se em cada passada duma aparência mas sim
da borrasca em choque
e desejo
qual fora baixa a todo custo da aparência, desilude
o que fazer, surge
entidade e preza tirando os factos
(das lullianas mnemónicas em combinatória dos fogos pequenos)
passa, repito,
as estrelas em colapso e as trevas da luz anunciada
sim duma abertura, opostas
falas e falas
a sós dum qualquer custo se imponha designem
tal vazio, porquê
não mo pergunto, aparentemente.
Silêncio vias
mais que os corpos
do dia
sóis volúveis
véus em cadência de
verso e arco
em cima dos rios,
como as cigarras
em repasto
salva os silêncios,
todos os filamentos da montanha,
(as sombras do rio
que passa,
fugas da labareda azul),
na tarde e a manhã
toda terras
do coração visceral
rasga, por tê,
toda a extensão do corpo mais largo.

26 de janeiro de 2010

Olhos da suspensa, gasta metáfora em prelúdio de inscrição.

E até o gesto se torna estranho,
na hora em espaços do interlúdio,
por voltas do pormenor isola, desce
amena, a criação da melancolia.

A situação do mesmo trabalho,
(rarefacção do ar), na indecisa grafia
(que ainda pensa) o fascínio das voltas
do tempo, (suspenso, interlúdio),

no fazer por fazer ao sol da manhã,
retirado perfume que fica,
por entre as pedras adormecidas,
da rua gritado às ondas do som basta,

a manhã do excesso que passa,
rompante (ao interno olhar), cantos
e silhuetas do corpo, a (ígnea) condição
da noite chegara por detrás da chuva,
cai na pedra em apelo, irrompe.

19 de janeiro de 2010

Chega (tão bom
motivo) em verdade
e falta a palavra,
parte duma ausência,
a densa imagem,
os voos desgarrados.

O potencial da lapidação
verte o som
em contra a natureza
do voo, isso,
convém do ar
e a palavra em redor,
sonoro o ribombar
da voz, colossal,
disposta, novas
combinações da matéria,
rasgado ao fim
do dia, feito pormenor,
o olhar carrega,
esse, andamento
aberto das subidas
e descidas, da palavra,
estado tais
do ceder desvanecido,
insuspeita imagem,
seria, condição
dos jogos densos,
sombra e plástico,
imutável espaço
das vindas, aparente
e multiforme,
densa, inacessível,
imagem sobre imagem.

Eram dias outros
os da manhã,
unificado,
em densidades do negro,
vasto e presente,
em ruga de pensamento,
ora tornado, simetria
que sai do sorriso,
em fronteira do verde,
azul, ora bem ...

12 de janeiro de 2010

Inundação, imagens.

Entoação,
do toque,
uma corda
afim,
da vibração,

desencadeia, movimento,
movimento a movimento,

sombra e sol,
vão, do segredo,
e fica a origem,
caixa selada,
doutra condição,
que cala leve,
intui,
comunica,
certa consciência,
em palavra.

Sempre se procura uma nova forma, até que chegue a forma, como numa dança dos tropos.

O mecanismo da graça,
passa em articulação
do calor e silêncio,
mistério da nota
que vibra à passagem
e deixa o ar de gelo,
chama encerrada,
suspenso o silêncio
em redor do incómodo,
uma única vez basta,
estranho, e não se diz,
o lugar momento,
marca de contratempo,
na esquiva do gesto,
em sóbria atenção,
da máquina doce
momento, ilustre
a condição fria,
q’inunda o sol aberto
em noções da luminosidade
instante, surpresa,
dos incómodos corpos
revelados no chão
que gela à passagem,
fica o relance,
quente e frio,
leve e cerrado,
do natural percurso
descontinua, o gesto,
chama à vista,
ocultação que assinala
a graciosa movimentação
de novo em dia de sol,
inevitável, movimento
plácido por minutos
da distância, perto,
a única sombra da manhã,
extenso perfume,
q’deixa outro olhar,
divergente, esquecimento,
em dias de sol quente,
a mais útil das manifestações,
em verde e sorrio.
Noção de prosa mista, matéria de origem, línguas, o olhar longe.

Sons da última sensação,
sombras imperfeitas,
os ornamentos volúveis,
no semblante oculto,
da distante torre,
consagrado nome,
em figura composto,
q’era o verbo radical
das vontades,
de outros mundos,
antigos, mais
das investiduras som
que tornava útil,
as valentes noções da fama:

Ó longas avenidas, ó campos e campos.
Ó ligeira bruma carícia, ruidoso animal.

As liquefacções do monograma advertem-se à sombra da conveniência ultra corroborada e asséptica em noções de registo escaparate e por cantos elípticos das universais manifestações de um qualquer lugar longe, na uniformidade opinativa da programada leitura, ao pormenor modal e, às portas da madrugada que jorram edificantes escunas da soma das conclusões, do que é expresso.

A uva som de activo alto,
a outra face em calamidade,
os compostos da luz,
a última sensação da mais singular desfeita em volta ... a tendência é directa : cores e mais cores, quanto mais melhor, já dizia; da uniformidade, da contemplação, do vasto olhar, da outra margem, das qualidades, das ligações, do tangencial apuramento das outras, longas, rubras, cores da lançada corrente em luminosidade, dos ensinamentos, dos bagos da terra caída, dos aliterados campos da sinalidade, aí verbal, da distinção, a de cisão, os olhos do som, tantos sentidos.

9 de janeiro de 2010

Era elevação,
a toda entrega,
que a lei confirma,
e a vida grita,
e firma a beleza,
ébria de ser,
em todas razões,
perante ao tempo,
da idade em triunfo,
e entra o amor,
nos olhos cegos,
e é diferente,
a paisagem no olhar,
acolhedora elegia,
as raias do poder,
em admirável passo,
transposto sorriso,
por muitas eras,
dizia uma vez,
dia de águas,
as fontes agora,
chega o tempo,
de todos os meios,
rejubilar,
à entrada do vazio,
maneira de hoje,
afim de processo,
novos outros lados,
indiferente,
espelho marca,
disposto presente,
a terra queimada,
fica desse engano,
opção dos rios,
entrada que não escolhe,
espalhadas,
margens da violência,
não tem fim,
o estranho momento,
deixa o chamar,
da rendição doce,
intenso abandono,
vão da vista,
inexistente,
forma tomada,
concerto à chegada,
e os dias são curtos,
agora o hábito,
da razão deixa,
entregue a fúria
presentes os corpos,
cabelos violeta,
esqueço-me,
os rios passados,
e não há condição,
da primeira elegia,
e as visões do fogo,
reflectem vazio,
preenche o corpo,
o consolo repousa,
interlúdio,
mas nunca o fim,
não há fim,
desta estranheza,
junta o tempo,
inscritas dúvidas,
levanta, alimenta,
joga as perguntas,
razões de ver assim,
considera o fazer,
meu fogo, teu vazio,
tempo que toma,
terror e paixão,
estende o respirar,
fôlego idade,
indiferença,
quanto mais menos,
estranha a vida,
maneiras,
não desses combates,
necessário é,
não dizer o fogo,
apressado,
por dentro chegam,
luzes pálidas,
acondicionadas,
saber estar aqui,
o inatingível,
esfacelados corpos,
esquecem também,
tão estranhamente,
chega e parte,
os incinerados dias,
da reposta idade,
idos os corpos,
amados que ecoam,
rios passados,
apesar das palavras,
não deixa o lugar,
acreditar esse dia,
avassalador,
chama que cresce,
e faz-se estranho,
esse vazio processo.

6 de janeiro de 2010

O principio, outra conclusão, a boa maneira.

A vida veste-se destes percursos longínquos,
do olhar, do som, da parte do toque, do tempo entusiástico,
o critério emudecido atinge o final em silenciosa travessa da melancolia,
no mesmo lugar, suponho, percorre como dependera dessa luta,
o sentir ali, outro, tolhido de tais palavras, compaixão.

Nunca esta vida cala certo o dizer apenas olhar de areia,
mais miragem que levitação faz tarde a hora no movimento,
o efeito, a sua mera aparição, deixa ao acaso entretanto
a noite que disse, basta, tanta vontade, um sentido, a figura,
o estado, as vias da calamidade aqui, como um canto do desdém.

A tenção de um formidável vazio roda como o sentimento longe
o só brio lembra a sua composição, já noite, salta
e vai daí, longamente a criação, o mármore em dia de inverno,
desponta ao prazer na condição necessária, do vento, na face,
brutal liquefeito disse aí, desassombrado, nunca sem saber.

3 de janeiro de 2010

Os olhos abrasivos,
avançam raios do aço,
tomado ao azul,
no céu suspenso,
um minuto, (raptado
ao rumor), vibra
essa presença, perto,
o cair da chuva.

2 de janeiro de 2010

Seco, rasto, oculto.

A petrificada carne imóvel,
o vento e as mãos,
na terra das máscaras,
(um sobre olhar intenso),
vibra a noite,
em oração de apelo
ao fim do dia castanho.

O feito animal reverbera qual lapso a luz, imagem, claros e sombra à passagem
na hora dos cães.

O contornos dos ossos,
no corpo tangível,
a cada voz melancólica,
traçados nós e rugas,
(as disposições dos objectos),
na cor e composição,
das linhas do movimento,
ao acaso dispostas.

Até que a extensão chega a fronteira do esvair após desse interlúdio, fica o olhar que digita, por entre a luz - a marca do anjo deixa um traçado fundo, cerebral.

No peito aberto e o olhar baixo,
trepidante circula o instante passado,
em plano das órbitas e mapas suspensos,
ficam pólos do jogo sem fim, imóvel, ruidoso.

E percorre a sincopada pele exausta,
um sopro calor, recanto das memórias,
(gelam-te os corpos no regresso),
no lapidar, os lugares de mudança,
permanece a pele em travessia.

Só não tomara jogos e o parecer,
que evitara esse ocaso a funda visão,
(haviam já partido os corpos nessa hora),
e deixava em tempo mesmo desse lugar,
o começar crú da cerebral cadência.

Inóspito esvai e prevalece (a imagem dos corpos em volta) nas imposições sonoras, sim e não, das madrugadas do pensamento físico.

oblíqua,
sombra,
solar,
surge,
a fera,
deste olhar fixo em linha de fronte algo esse dia,
que não,
que fique,
fica.

Os corações ao alto, o mar alto, um ressalto.
Preenche o tempo,
a sucessão deste olhar,
qual negro instante,
do rápido mundo,
signo doutra noite,
a chegar regresso,
ao fim duma voz,
do corpo e os olhos,
calmos poisos,
da veste em azul,
igual no peito,
em assinaturas do tacto,
doce, olhar silêncio,
feito e suspenso,
oração do beijo,
e a voz junto, a noite
cai, seja o sonho.