20 de dezembro de 2012


Jorra o musical fascínio
ao extremar de cada instante,
e então toca de convocar a roda
ao sabor de um som vermelho.

Como o ficar do meio a contorno efeito que faz no esquecido papel um estilizado além do canto local, original.

O solo, pesaroso,
termina o ocular da ideia
em gota de espuma
aos tristes instantes da terra.

A “antologia” da respiração antecede a fábula como fora a pré-disposição do tempo animal, faz, insinuante, o cintilantemente esboço dali nomeado.

26 de outubro de 2012


Entanto uma tal voz,
embaraçada em estado desenlaça,
numa rota ou dois a um fim,
o assentar racional da razão,
animada das velhas artes da matéria,
(que o valha),
segue a pulso uma escolha,
de imposição imagética,
que desperta o dizer do estupor,
ao pensamento dos tectos,
e num belo eco do lugar,
(entretanto dizia),
a notação do sucesso gestual,
no suposto ponto aplicado,
ao rasgo insolente do caos,
que por defeito acto, guarda,
(entre o odor da terra
e a disposição plástica),
o próprio efeito da razão
como se objectivasse o sentir
do caminho, vago e desvanecido.

A água
Da vária ondulação
Em curva
De esbatido reflexo
Faz nocturna a qualidade da prata.

(Ocorrem clarões ao longe
Entre a bruma e as bermas à deriva,
E do rio soa a cantiga da noite
Que dura toda uma vida).

25 de outubro de 2012


Como numa atenção siderada,
tirado ao trago doutra dimensão,
e na fenda do aberto tempo,
a fuga musical,
numa certa lateralidade,
em diria duma demanda perfeita,
faz o delírio que comanda,
o pensar que porquanto diz-se,
que a saber não é,
e traz-se assim por dizer guardado,
em qual nada que quer,
nas páginas do que porém via,
os sítios autênticos,
do descalabro do muito bem agora,
que em diante lhe será de proveito,
num condutor fio de nada,
em que porém,
(mas mais que porém é o desperdício),
o embalo disto infante se concede,
um excesso (que se estranha),
da suma que visa o assegurar dos socalcos.

Um mar genovês.
De prateadas mercês.

O acto “diztracto”,
na busca de um cambial,
em ligeira hesitação,
(foral, verbal),
infere o que daí surge,
um critério a ver o mundo.

O representado proceder de um certo alternado tipo assombra os minutos do silêncio como fora um enriquecido recurso, o qual diz, num registo baixo, o distante acontecer, porém possível, do agregado lugar que oscila entre a coloração magenta e o som do violino dos dedos saído da inversão funcional, que segue, na direcção do corpo assim adquirido, em variação do valor que agrega e gera a fractura e que é o ponto de partida da irradiação “essencial” da alteração proposta.

Torna e contorna o langor do momento a sonda num ar circunspecto, jogam-se os termos da revolta num sinal atento à grafia, o saque, a preceito e em discurso inverso, segue, cadenciado, directo ao vale da partilha feito em volátil forma indutiva da manifestação dos relevados factos do valor numa vista ao lacerar da carne em plenário, lamento as vísceras, a contagem, a destilação, os adquiridos, os dados da cicatriz em mandamento como um outro mesmo em transição linguística da operação contida, o cerrar das sombras esclarecidas, e a lama, enleada em gráfico de uma certa depuração, é o transporte de uma marcação como fora um elevado e “complexo” rendilhado.

24 de outubro de 2012


O mais ou menos não faz o mais ou menos efeito até que surja o raio de um fio de sonho.

Num colorir alucinante,
do filão de uma nova maneira,
e no olhar uníssono,
em sangue, da boca vermelha.

Tocado enfim no corpo,
o segredo do contra três,
eis que surge um quarto
em falta, sublimado
na face em terra passional,
(o que não é o caso),
do corpo dois que passa.

Situação de um alinhado apontamento que ajusta o silêncio em silêncio.

E o corpo, fora desta frase, esquiva-se a um outro em toque de invisível sujeito,
e o pensamento, sítio dessa tal acção, fica palavra no apenas nó que dali corre em contracção vestido, memorizado, ausente.

Algum significado indistinto ao notar as palavras nos sinais a distinguir daqui, a escolha desse instante que colora o efeito composto como um espelho despedaçado que se lê, mil vezes.

A combinação vem depois.

O olhar figura cataclismos, cambiantes sonoros, réplicas, o horizonte apenas.

E ocorre o invernal sono dos mundos num essencial engano, numa representação, ou espécie de ser, não sei, o que fica, porém, é contradito que avança, dilui, um entrecortado composto de aparências que encadeia as superficiais palavras em fragmentos do compromisso.

23 de outubro de 2012


No tempo das calendas metafísicas, das questões da plantação.
Das ontológicas primaveris ao virar de Saturno.
Prosseguiram as ilhas (onde não demora) o após Calipso em abertura.
Pois não existe, efectivamente, um ponto de apoio, e ponto.

Nada como o levantar das labiais comissuras em consciência tranquila, quando não se pensa, essa expressão, faz do outro um semelhante a algo transparecido do corpo assim distendido, um sensual manifesto, sim, fora da notação, porque não.

A irrupção de um arremedo longo, que voga neste instante em vertigem veloz, insiste um ponto de apoio, que nunca chega.

(poderia evitar todas as edificações, até o ruído que paira, e isto não é uma ideia que se olhe, fora, em algo que perturbe o olhar, dentro)

E um gesto que pára, que talvez não seja assim, mas apenas sucessão de ideias, nunca se poderá chamar ideia, sim, esse gesto não é ideia.

E o dizer dessa impressão repentina é o desenho do olhar (a)dentro a toda a abertura do gesto, mas, e apenas, até que a palavra possa.

E esta chega no instante em que deixa de pensar, agarra desse gesto, a ideia, que preenche o vazio, em linha apelidada frase.

Palavra.

Os ritos da tortura.
A imagem do lugar.

No espaço da posição guardo (me) o soletrar das tiaras do papel alado.

(Traço fundamental das naturais cantigas).

E as imagens flutuam o favor do mar por passagens entre a face lunar que fica ideia numa apoteose do lânguido rubor falado dos sítios esquecidos.

22 de outubro de 2012


O lapso é o retomar da encenação,
gerado nos tempos da dança
(sempre o mesmo jogo da máscara)
e da justificada tragédia da existência vazia
(infalível máquina do defeito humano)
que plasma por inteiro a resposta do mesmo
como fora a tentação do corte
ou a transposição do rasgo em reacção matriz.

Além da vontade.
Toda a cor um dia.

21 de outubro de 2012


Aberto ao azul do mar em guerra, dos lagos imaginários, uma casa ausente transforma a manhã logo que a forma regressa e morre ao fazer de um acto que bate em contra fundo.

Tomara de longe o iniciar.
Na parte perdida de horizonte.
Que de volta a um instante.
Esquece o imediato sentido.

O impresso olhar levado no próprio do momento produz um reflexo absoluto que, por ter ficado tão perto, um outro dia gritou que parara.

Como fora a modulada memória descida ao sítio da parte perdida.

E assim tirado o mundo ao representar do sopro, um aspirado diluir da fala esvanece, (a um nada dizer), o canto da tonalidade esfíngica.

Dito como deve ser? Como dizê-lo aqui?

Depois, lançado por fim na decisão do sentimento completo, o dizer que se escapa,lança um toque etéreo como o excedente dele que se investe, melancólico.

E ao cair do dia presente a imensa e amarga ironia de um apenas silenciado.

20 de outubro de 2012


Bom, a bem dizer supõe,
qual aceso, ou qual sinal,
ou num qual acesso,
vertiginoso ao ponto vazio,
que sussurra o colorir,
do permanecer corporal,
em proporção preenchida,
nos lagos da crua certeza.

Um lugar aberto no tempo.
Aproxima feito sopro eventual.
O silenciar das mil participativas.
E faz desatenta a locução simultânea.
Que em acto de produção ideal.
Faz a demonstração do mais forte.

Ou, dito de outra forma, a “glória do sintagma” na cor do suspeito assunto.

À vista das nações sentia o peso encher o dia
E no instante assim representado
O inverso corria os caminhos conclusos.

(Ali chegado ficou pois parecia certeza o que sem saber se refazia, e no mesmo acto).

E o relançar da desferida palavra.
Na fachada do âmbar em fortuita apoteose.
(Outrora argênteo tempo do dilúvio).
Faz do percurso uma tal nomeada figura.

Doutros dias porém.

(Mas como todo o processo é recorrente sinto uma insuflação profunda que argumenta outra vez).

O caótico atingir do estado da representação dinâmica.
(Redundante, inclusiva, e, portanto, inversamente redundante).
Do oclusivo refrão do sinal bate às portas estupefactas.

É mais que insubmissão, é paixão, irredutível lugar elementar.

17 de outubro de 2012


Eras de fundo a conquista iludida em satisfação dos agrupamentos moleculares.

Aquela determinação animal.
As frondosas imagens do logro.
As boas novas e a síncope.

A sinopse de todos os elementos é como a apresentação do mais simples. Fala do encobrimento. O discernir, trabalho de uma justificada violência na raiz da situação, é, numa palavra: a secreta celebração do sacrifício, alheio, claro.


O olhar que mascara o mundo em corpo de mar é espuma de palavras. E o estar aqui é o que seja.

Tomaria todas as decisões de uma forma pelo menos leviana. Patologicamente existente. É. No fundo trata-se apenas de uma escolha de sorte à maneira dos clássicos da diversidade.

Que importariam então as reflexões do acto na ressaca do mesmo? A imagem dos instantes vívidos, a torrente, os éditos da função do regresso.

Pois se existe coisa de que me lembro é do estômago, órgão metafórico da escolha, que nem sequer é tocado, e nunca o será, neste plano a que se chama ser, ou palavreado.

16 de outubro de 2012


O verbo é morrer da promessa, que de novo é morrer.
Passam olhos de gárgula, contornam-se num recreio adiado, aleatório.

A posteridade do plástico.
Infinitamente recoberta de uma história viscosa.
É feita de moléculas a correr aos sete pés das pegadas gigantes.

Oxalá fique, oxalá não fique.

Não obceca a memória.
Sempre faz mover, ou estar parado em movimento.

Trajo de trapo e uma aparição visionada.

A circunscrição do plano do papel faz o vento solo nas bestas do adquirir, e o nome, com todo o respeito, é, a cada passada, o desejo da fala em silêncio que qual grafonola baixa a custo uma aparência.

Desilude, que fazer.

Quais fogos do vazio repito nas estrelas em colapso.
Os cantos das outras cantorias do semblante fechado.

E numa abertura do classificado oposto pensamento em sonolento bocejo, a recta escalada impõe, na designada comissura, o óbvio local do angariado de (por) si.

Que logo começa de novo.

13 de outubro de 2012


As grinaldas do convénio da nomenclatura guardam silêncios por via duma razão amorosa, aos gritos de sorte, em cadência, ficam, solenes, nas grutas que gravitam os corpos em paralaxe.

Uma razão de privacidade.

E como a flor da cereja ou o pardal largado em cima das casas da celebração, das comendas, a cidade salva, ao troar da manhã falecida, os nomes da selva, e os silêncios todos.

As casas do amor.
Os filamentos da montanha.

A semente em salvaguarda da palavra ferida de requinte nos átomos da miséria.

Revelado em estranha disfunção da linguagem, o círculo original exausta o riso à entrada das etapas como rebento em lugar da viva santificação do metal afeito à circunstância utilitária da distribuição e do registo. Éditos da necessária imagem.

Vamos dizendo em surdina as palavras como numa dança das cadeiras.

De lado a lado.

O dia pulsa em redor (dessas palavras) o secreto intervalo donde a origem espreita o sincopar carregado da cisão esventrada em monumentos carrascos da assim sombra lavrada.

Fins da terra dor.

12 de outubro de 2012


Silêncio.

Esgota-se o eco na lama desta terra. O deserto é escorraçado nos ossos. Já não há lugar que não seja nos olhos.

A noção do plástico dá-se incerta em matinal leite ao censo dos cadavéricos costumes.

A lira, humedecida
nos braços, entoa
da rocha fendida,
o dizer da polissemia,
e os poços verdes,
(um lugar assim parado),
ao largo dessa terra
fazem luz
de uma fala perdida.

Gestos em corte poético,
nos lábios do prazer,
em distensão requintada,
ao rubro, num dia prosaico.

Elevado aos píncaros culturais da gema, (conotada do salivar volteio), faz-se a côdea dos escudos da terra. E, nos lagos da agitação placenta, em contusão das fontes luxuosas, o arame perfaz a ascensão dos desertos ao gotejante peito que faz, sincopadamente, o plástico.

11 de outubro de 2012


(…)

“Tem a palavra o Sr. Ministro do ruído de cascos”.

O Sr. Ministro do Ruído de Cascos – Alguns dos nossos colegas supõem que me furto a explicações. Não vimos nós, no decurso da sessão anterior, o Sr. Carvão exigir ao governo que exponha as razões que o levaram a comprar uma manada de elefantes brancos sem tromba? Estou pronto a discutir este assunto logo que a assembleia o deseje. Se o não manifestei na altura, digo-o agora, foi porque temia que palavras imprudentes pudessem ser proferidas daquele lado (na extrema esquerda) da assembleia. (Fortes aplausos ao centro, à direita e em diversas bancadas à esquerda).

A Menina Lanterna – E as empresas que subsidiou para utilizarem terra barrenta na produção de força motriz?

O Sr. Presidente – Peço-lhe que deixe o Sr. Ministro do ruído de cascos explicar-se.

Uma voz na extrema direita – Você é um abominável tratante.

O Sr. Ministro do Ruído de Cascos - … Não se chegou ao ponto de invocar os espirros dos fogões para condenar a colocação de carris nos relvados de Bagatela? Tais processos são justamente dignos das orelhas surdas pelas flores de alcachofra e que expelem cornetas com fitinhas. Não é possível continuar sem bússola cantante.

O Sr. Presidente do Conselho – O governo pede o voto de confiança. Que a vossa sogra se ponha a dormir.

(…)

Benjamin Péret – “Morte aos chuis e ao campo de honra” - &etc (trad. Vitor Silva Tavares)

Apresentaram-me a verdadeira forma do alabastro e as suas secretas palavras - espalhadas como um todo - por sobre a mesa dos auspícios, soavam como a providência salivar dos tópicos do consenso, a crítica, entretanto, cantava o permanecer dos anos caídos sobre as potestades vazias, e os cães a salivar.

E a temperança do som mal viver dos dois lados da formatação técnica era qualquer coisa que não é sensato dizer. Calem-se as pontes. Que se fechem as grutas. As terras. A razão que passa nas ondas não tem cor de mar nem curvas de entidade. Que se pare por aqui.

10 de outubro de 2012


A lânguida coloração
dos campos
em cegueira colérica,
combina, aos saltos,
a manhã do verbo
numa visitação tardia,
do desolado apólogo.

Denotado retiro das fibras.

Lentamente a chuva cai o tempo das eras anunciadas,
as labirínticas linhas líquidas da matéria caem visceralmente
a noite em silêncio, num rumor que pairasse o desvelar.

esta época
do despedaçar de um povo
não é feita
para a poesia
nem para esse tipo de coisas:
quando nos preparamos
para
escrever
é
como se
escrevêssemos
sobre a outra face
do participar
do sofrimento
e eis porque
os meus poemas
são cheios de azedume
(no fundo, o que se pode mudar?)
e sobretudo
tão
raros


Nikos Engonòpoulos – “Eleusis” – (trad. livre da trad. francesa)

9 de outubro de 2012


A Cigarra e a formiga.

Num dia de inverno uma cigarra esfomeada pediu a uma Formiga um pouco da comida que esta tinha armazenado.
- O quê? – disse a Formiga – Não trataste de armazenar alguma comida para ti , em vez de estares sempre a cantar?
- Assim fiz – respondeu a Cigarra -, assim fiz; mas as tuas amigas entraram por minha casa adentro e levaram-ma toda.

Ambrose Bierce – Aesopus Emendatus – Antígona (trad. Fernando Gonçalves)

Feliz da lua que em canto passado grita os fundos da rouquidão tranquila.

O nome em silêncio falado.

Um travo de sol desponta na manhã o soletrar do desconcerto aos descobertos espelhos.

Desdobram, atravessam, a nauseante película do cerco.
O inesgotável reservatório das combinações.
As alinhadas danças dos resíduos.
As grosseiras linhas tomadas na ostentação cega da maquinal vaidade.

O insurgir da decepção nas manhãs em que sopra, sem se saber de onde, um miraculoso advento de cidade, faz trazer assim, alinhado, o que vai-se a fazer em dourado atrofio da demência. Socorrem-se as longas danças do horror e da devastação.

E não se trata (aqui) de entoar os solfejos da anarquia.

Nas longas manhãs das fontes e das facções, os rebentos em assimetria, fazem fútil vampirismo dos sonetos cravados na aspiração.

8 de outubro de 2012


Assola essa ausência. Já não lembro. Chegado em espanto o torpor (me) terminará na indiferença da voz que cala o corpo de vez. Um fundo de beleza. Instantes, avenidas, multidões. O olhar destacado floresce a maneira do pensar um mundo. Basta olhar a voz no silêncio para que se ponha sentido.

A carícia de passagem.
O residual de todo o discurso.

A verdadeira história é feita de curtas palavras. De silêncio. De sobrevivência. De uma crueldade ancestral. De rápidas imagens reveladas na plenitude de uma intensidade dramática.

Cantos de ilusão.
Marcados na carne.
Em velada intenção.
Do positivo animal.

6 de outubro de 2012


Uma paz. Uma guerra.
Ao estender (mais) remoto.
Pertence. A noite.
E o desencanto em que traz.
(A personagem).
Apaziguada ao amanhecer que encontra.
O esgotado corpo cadente.
Na luz dos olhos apagados.
Por mensagem do leve incentivo.

Solene e breve mente.

Poderia aspergir todo um elenco. Um preparado de alienação.
O imenso caudal das microscópicas imagens que fluísse as vias corporais do engenho.
E da arte. Corresse a ilusão e tudo recomeçasse.

Pois pode ser o que dizia-se da imagem da adoração.
Perto instante a que não chegassem palavras para fazer em nós pedaços dele.

Furiosas marés revoltas.
Tomai-me em paz.
No convém.
Do agradecer embevecido.
E reverente mente.
Retirado em face desse “dom”.

5 de outubro de 2012


A suspensa expressão da espera assenta no instante o rosto crispado.
(É preciso ver para lhe fixar a palavra).
Pois o muito tempo é relativo, tudo foi dito.
Impresso no rosto como a salvaguarda do privilégio.

Um peso que adormece, revela na voz, o “mistério” do jogo e da hierarquia.

Na hora do regresso, plasmado, um irisado gatilho arbitra a ligação duma ausência em suposta situação do vendaval reflexo.
Natural solução doutra ideia. O olhar sentido aqui.
De fonte ao alto rio a rebentar num movimento atirado ao quadricular lugar da sonora perversão da palavra.

Já!

Sombras irrompem das antigas imagens manifestas à luz presente.
Ares do destino, diz-se.
Chega-se o fim no revelar das imagens escondidas.
Ecos de selvajaria, a progenitura do sacrifício.
A imensa história dos círculos da silenciosa brutalidade.
Cegas manobras. O sangue perdido.
O deslizar na distribuição das palavras
Ao sabor das fúteis edificações da memória do paradoxo vivo.
Últimas tábuas da inscrição.
Os altares da mais ancestral violência.
Os antigos gritos.

Sabei que ao silêncio se abandona este fogo.
E sabei, depois, a visão de um mar tão quieto como imenso o dia.
Tirai-vos de cena, acordai das imagens que passam
Como relatos mortos das vidas arrancadas.

Corpo ignorado, o dia em que chegue a hora.

Que chovam os silêncios aterradores.
O dissipar de qualquer coisa.
Um qualquer momento somado das vozes
Que desde sempre correram este caminho seco.

2 de outubro de 2012


Estamos cegos dos gumes acutilantes
Das cordas e cantos
Das torrentes de vozes duplas
Uma imensa garganta voraz
E fogos não tão secretos que se vejam.

De parietal exposto à borrasca latente.
Sucedem os primeiros sons à confusão do raiar.
Branco. Como ultimato carenciado.
Num tempo que já não conta.
Em moldura envelhecida das infâncias.
Séculos de areia. Poros de barro.
As petrificadas sentenças nos ombros, suavemente.
São como fósseis listados dos séculos a mais.
Num passo firme que é nunca chegar.
Às palavras de todas as vidas que suponham-se assim.

26 de setembro de 2012


Regressado ao matinal resfolegar das ocasiões passadas.
Aos envios do olhar mirabolante.
Luto por compensar o vazio fundo das pedras e castelos.
O que ainda me diz um fio de matéria,
Se matéria me diz o peso e a forma, massa radical dos incêndios.
É que quisera-se assim o caminho em cordões de sangue pesado.
Derramado ao acaso das horas, dos olhares.
Como o fulminante regresso ou um mesmo caminho irreal.
Efeito abissal das fontes tão do alcance (em fim) que lhe tomasse o gosto.
Na usurpação dos corpos. Semelhante. O que irá dizer.
Agora que se incendeia os olhos lavado em fogo um corpo invisível.
O que irá dizer então.
Do que anunciam as inacessíveis montanhas desse lado em que se vê
O vago lembrar das vidas passadas, terríveis.

Fazeis rir as pedras, chorar as fontes, adormecer as donzelas.

Burilados. Demenciais.
Um último estertor dos açougues.
Tal era a impressão.
Das (intencionais) palavras e silêncios.

(Onde faz-se vida duma antiga experiência da leitura do olhar).

Nos planos de vida.
Num certo fogo particular. Celular.
Que faz do princípio rasgado ao iniciar dos possíveis.
Um atribuir no fundo.

14 de junho de 2012

Diz-se, com sensatez, que quando termina o combustível fica o mistério da pedra verde, oculta em recanto invisível, não discernível.

Insensatamente diga-se em brutal que não vai mesmo valer a quem quer pois essa é a profissão das palavras, dúplicas de intenção.

O seu contraponto é silêncio, verdadeira palavra … e o que fez o alexandre ó górdio?

13 de junho de 2012

Retalhos de uma mesma imagem.
O som e o seu objecto parcialmente enquadrado em natural.
Isto é uma coisa. Todo o fragmento disso, outra.

Sucedâneo de vida o tempo roda à sua maneira.
Nas palavras perde em olhar a distância, nunca mais.
Adivinho, as ligações da sombra poisam na terra, funerária.
Quem fala entre a sinfonia e o silêncio o estar do compassivo tempo nas hostes donde o abandonado escrito na rocha diz o outro em corporal metafórica que dá-se à maioridade exposto e revela a original tipografia impressa em sono num barco quente.

Urge o que não foi feito em frutas vizinhas.
A concórdia dos povos.
A nota em redor do solo encharcado.

Um pouco mais acima, nas falésias, os arquétipos da solução encantada.
Como rios a cair do monte em rasto de espuma.
Trazem uma altivez no olhar ou um madrugar de quem vê.
Delirante como um progredir da história.
Ao lugar da urgência do sul, cultivo que chegue.

9 de junho de 2012

Que fazer é uma expressão repetida em anterior estado de eclipse.
Nos olhos como sequer calafrio distante.
Qual demente ou cadeira sois, respiração garrotar que se aperta.

Submersa ventilação do desafio retórico.
Compassos e simetrias, as liquidações do costume.

O cintilar penumbra outro mesmo ao voltear da violência, quotidiano.
Numa abertura silvestre em sintonias violinas.
Que faz concepção sinal da conjunção dos ânimos.
Num apelo às marés onde calam-se as mãos em certa cor.
Outro ficara na praia, deserto. O horizonte aqui surdo se apaga e gasta a divindade antes que saia a fala e me deixe levar na condição das ondas. Sem querer saber o não sei. Deixado ao vibrante horror dos corpos rasurados. Na ilusão dum exercício respiratório. A manhã, ao ar do momento calamitoso, pois não é sensato escrevê-lo, considera o acto nas tomadas de assombramento.

8 de junho de 2012

Já passou tempo e agora o início corrobora em contraponto o acto. Nunca é tarde apenas vivo o seu corpo era a questão de vez ficado atrás de cada rosto. Num chão de existência que passa a razão dividida da prece humana ao necessitar cultural que é. Esforçado modo em circular saber pois também não é por aqui que nunca. Regresso a um quadro pregado a tinta viva ao fundo de uma qualquer parede espessa.
Na viragem. Como já se vê. O mesmo, mesmo fazer.
Ou uma interpretação possível.
Lâmina dum espelho que caíra da noite em botão.
Embrulhado em artifício. Expira. Um simples auricular.
Esfera. Botão. Azulejos postos brilhantes. O alinhamento dos astros ou do que quer que seja. Para lá do possível fragor das ondas lentamente a bruma. Chamada à última da hora ao quarto raiz das bestas em crispação visível. Faz os últimos universais retoques ao cabo da voz aprendiz da fala que o levasse. Nas horas da ciclicamente luarte a sombra ao aparecer do contrário em função e até que feito.
Não foi mais o que fez séquito em floral tão mal florido.
Achou. No mesmo ideal admito-te.
Tocado da fundição e ao largo da misericórdia toda.
Um traço de ossatura vibrante.
Uma expressiva ostensão de qualquer coisa.
Seja ela mão, pés, ou os líquidos cristais dos olhos.
Coma sóbria deusa donde cala-me o enfarte ou não respondo.
Pois embora não esteja adivinha-me.
O labiríntico esqueleto entretanto em convulsão genética.
Graça multiforme em vista da cabeça.
E num rápido matraquear das ondas em repasto.

7 de junho de 2012

Forte o sol fustiga na face o que não sente.
Nalgo que vive ao rasto indiferente.
Da líquida perspectiva de um almoço aromático, vibrante.
Saia por favor, sensibiliza-me e tenho a fazer coisas.
Pois agora, que o outro não cessa de chamar isso.
Tive uma ideia elevada meu deus.
Vivificante e natural ao alto a insanidade.
Em matéria dos antigos o próprio da panaceia.
Hoje.
Sinta tu.
Que chega.
Nunca.
Assim é.

Reminiscência ou apocalíptica, não sei.
Se o sonho é um preencher da falta,
que coisa foi que ficou na colorida caixa das visões perfeitas.
Será fim sem razão de ser, desculpem a falta.

6 de junho de 2012

Guarnecido a celofane faz por que se quer.
O arrepio da lanterna.
Nas partes do mais etéreo dito.
Em outro aqui noctívago por mãos do ensaio objecto.
Que chama longinquamente.
Os túnicos barcos corpo do canto da menor valia.
Silfos.
Clama eu.
Que não ouço.
A pele.
Às horas do dia.
Iguais.
Da marcação.

Decerto que deve ser nele um pouco como adiado cadáver.
Difícil diz-se, acima a calmaria em circular matinal da rapsódia.
Falada às mesas dos cabides. Nas caldeiras frutificadas.
Doa-me a voz aqui das doutrinas conjuntas, pois cheguei, incólume, ao mais que simples, fundamento do mercado, correspondente.
Finalizado o fenómeno da levitação.
Deslizam murmúrios e palavras.
E solta o regresso tão pouco heróico que desde ontem que se escuta pá.

Virtude sem sentido.
Interna perspectiva linear.
Absoluto silêncio.
Debaixo do mesmo sol.

Humilde sorriso que não compadece à chegada.
Todas as comovidas vilas em singular proposição da espécie.
O homem feito à medida subitamente elevado vara.
Sob um céu azul, ó vento que sempre regressas.

Esses sinais que visitam.

4 de junho de 2012

Qual insídia afigura o avançado matiz da cloaca voz ao metal do sacrifício.
Sonho que lá chegado vão esquece e o leve ao lugar longe, repetido.
Acabará como ouvis rebentos da nova estação no acto que importa vida.
Num volteio do aço retorcido em grotesca sombra no rio.
Em ultrajado silêncio que só contém o imperceptível movimento dos ombros.
Aprendizagem dos cínicos ou arte do bem viver, como lhe chamam.
Um passado passou repleto de presença e dádiva enfim.
Que se parta de vez a sombra dos anos no empolgado vazio dos olhos, teus.
E calem-se as vozes pois morre de vez aí.
Agoniada fala do mundo ao terminar da visita longe, depois.
Num certo igual regozijo tomai do convém mais seguro.
A ópera dos cantos fáceis, as outras aberturas da pele.
À luz do canto ido mais vale um dia de dor que a eternidade vazia, como sabe.
Qualquer que seja a ventura tira a daqui depressa, solta.

2 de junho de 2012

Não, já nem sequer te toca o véu do sonho.
Quimera através.
Por todo o lado frutificam rostos vazios.
Olhos penetrados. O mesmo.

As palavras fazem breve o quê pois não tornarei tal sentido. Na próxima estação deixarei de crer e talvez acabe em amontoado de cinza. Ou talvez não. Nunca mais vi a quimera ou tão pouco o seu reflexo e vai resistindo a tentação da palavra pois já melhor sabe e é tarde o que faz verdade a tempo. Seja ou não cego o tome o sono em regresso partido por, sim.
Nos próximos sinais,
da silenciosa palavra,
escuto atento,
o iniciar do sentido,
em entalhe de luz,
da universal batalha,
na edificada púrpura.

1 de junho de 2012

Desordenado rumo,
ou apenas um caminho,
num indolente mesmo,
e em clara perspectiva,
decidido ao início,
da circunstância natal,
que por menor que não conte,
avista outro ou então,
talvez nem sequer,
suposto seja aqui estar,
pois nem sequer voltarei,
ia pensar, que não deixa
espaço o necessário,
bem o sabia o senhor,
ao deixar o dia distante,
nas águas do rio por terra,
indiferente ao hábito,
em espírito de absolução,
e na muda marca do marcar,
a carne, e o sangue a jorrar.
Debruçado ao culto final do lugar.
Disperso em mantos de betão soerguido.
Espero a decisão do vento.

Ouve o que te digo embora seja por mim que to digo.
De quando em vez esqueço o quotidiano da soldadesca.
O grito agónico do miserável de sempre sentenciado à culpa.
Abafado suspiro da circunstância esquecida.
Na poderosa pose que sobe ao nariz alheado assim.

30 de maio de 2012

Já põe-se o iniciar da manhã. Tolda o fogo infernal na primeira pessoa. Vá. Verte a voz da ira e deixa o que está feito. Essa química do interesse. Que se parta o raio do mundo e se diga de vez que ainda falta um dia mais. Essa é que é essa. Véu da cor verde à entranhada espera do torpor. Numa incorrecta dicção. E o mesmo a dizer, já agora, das ondulações metafísicas na mesma moral do corpo assim assombrado.

29 de maio de 2012

Afiro a verdade.
Ao ritmo do volteio bom.
E o que nunca disse retiro.
Pois que não me apetece.
O séquito enxame.
Da luz ao coração batente.

28 de maio de 2012

São de novo e já se anuncia o olhar de perto aos amontoados térreos da construção. É um risco a tomar, indiferentemente. Existencial espécie de antenas telhadas em natural da cor ruidosa. Sistemática encruzilhada condição singela das sacadas. A piscar, no lugar, um singular, apelo do símbolo. Como o que conta fila é cedo e por tanto talvez tarde de mais de baixo da maior fala que a luz suporta. Altiva queda metafórica prefere ou então senta-te. O que tens feito além doutro distante, intestino da própria, ao passar do facto em criterioso não dito.

26 de maio de 2012

E bem pária o interno intercâmbio da dística palavra do somos assim. Trivialmente apreendido em silêncio. Em perspectiva. Alguém assista, por favor, com uma certa urgência, ao esvoaçado cabelo que passa. Pois esgota o estômago e ao coração vai como um palpitar reflexo que comove um pouco pelo menos. Em aprendizagem de fundo. Num agonístico assim espero da boa intenção que não grato apenas dia. E que nem sequer se coloca. Qual fora local sagrado ou desenho de quê. Bom fruto da veste urbano em facto ao continental dia do parecer cruciforme.
Territórios do sono. Ao sair canto-me informal ou mesmo até quase impossível. Qualquer movimento cá em baixo é que frutifica ou pelo menos assim parece. Cautela com a tangencial ventania pois porquanto a temperatura tenda à subida o dia corre em anormalidade. Como do lazer ao excesso em regozijo nas dunas. Já passou tanto tempo.

23 de maio de 2012

Lança o decomposto particular no tal dito destino.
O corpo não vale mais do que a proximidade que chama-se o vigor aqui.
Deixa o resto à maneira do dia pleno, num passo oportuno, da apressada gente em corrida, quando ao acordar se faz tarde, e se chama a vida cá em baixo.
Estarei talvez errado nesta indiferença mas tolhe-me a meia palavra em especial acesso que contaria mais qualquer coisa nos monólogos travados.
E também por natureza, pois assim não fosse alcançaria o céu que existira aqui.
E esta é uma conclusão do olhar relanceado à povoada beleza dos ciclos miseráveis.
Gesto de todos os dias pois mesmo que insista em qualquer coisa de errado ao certo não faz sentido pá, pois quando me alcança, um sobreviver-me às lógicas mediáticas, não lamento o que agora parece e soa como instinto animal que se não compadece - a bem ou a mal - da força, quanto ao resto estou por demais esclarecido, é fácil não ir por aí, nem faz ora, pois já visitei as conhecidas versões.

22 de maio de 2012

Diálogo de sombras.

- Propões-te então.
- Está feito, fica o digerir.
- Compreendes então, tens a matéria. Se bem me lembro propunhas-te dois.
- Quando me decidi queres dizer?
- Se assim lhe quiseres chamar.
- Propunha-me realmente dois como dizes, compreendo que é apenas um, único, obviamente com duas faces.
- Bom. Mas faz tempo que sabes isso.
- Sim, apenas busco, se é que busco alguma coisa, uma forma, uma diferente forma, digamos assim.
- Quer isso dizer que compreendes o campo, a função da figura, esse que era, afinal, o grande tema que procuravas, distinto do outro, será que consegues objectivar, afinal de contas existe mesmo uma separação a fazer, na minha opinião.
- Sim, percebo. A figura, como lhe chamas, separa-se. O “erro” consiste nesta ser tomada específicamente na (sua) função genérica, dentro (fora) do signo, quero dizer, o signo é o signo, afinal, genérico.
- Funda. Talvez aí tenhas uma direcção, confusa no entanto, esse erro de que falas, adivinho que lhe chamarias outra coisa, é apenas e afinal, uma função do signo de que falas e que a tem executado, quero dizer, parece-me que continua a exercer a sua poderosa força.
- É afinal uma grande palavra e funciona, tem funcionado.
- Funciona e é real, cabe-te resolver. Estou curioso, creio que já te ocorreu, ou “passou”, o signo.
- Desde o princípio, sim, sorriso, afinal, como disse, o signo é o signo, e um homem tem que fazer o que tem de fazer, novo sorriso, e o tema das palavras separa-se, assim, nos seus sentidos, genérico, específico, que são devolvidos à sua, própria, significação, à sua, própria, realidade. Toda a informação já não conta, basta neste trabalho.
- Sim. Faz tempo.
- Em suma, a função genérica da figura vem a subsumir-se no signo, quanto à específica, esvazia-se da sua carga, o signo é o signo, repito, creio que cheguei muito longe neste trabalho, mas afinal, uma afinidade é uma afinidade.
- Que significarão todas essas tautologias. Uma ordenação talvez. Uma separação das águas.
- Sem dúvida que é uma separação das águas. É difícil.
- Começo a reconhecer-te, pensas em mecanismos muito complexos, muito simples.
- Penso um sentido de espera.
- Hm, sim, não te deixes distrair, atinge, pensas em liberdade talvez, arrisco num sorriso.
- Sim, nesse sentido em que pensas, sorriso também, afinal as coisas são como são.
- Continuas a tautologizar vejo, se bem entendo essa espera é por aí que não te diriges.
- Sim, penso em liberdade nesse sentido, a dúvida que fica.
- Creio que por aí te enganas, (o (ser ou não ser dessa existência) existir ou não da dúvida não é relevante), isto é, se bem entendo o sentido que lhe dás.
- Sim, claro que entendo o que queres dizer, já o disse.
- Sim, disseste, utilizaste as tautologias, é curioso.
- Afinal de contas o tema existe, a dúvida também, (até como critério dessa existência), mas apenas o (que é do) signo é o signo, não lhe chamarei mais nomes mas afinal sabemos do que falamos.
- Compreendo, ficas mais leve.
- Também temos que nos distrair.
- Executas a minha função agora, sorriso.
- Bom, afinal trata-se de uma colaboração, ou não, outro sorriso.
- Efectivas, pareces não querer ficar.
- Fui muito longe, como disse, o signo está disposto, eu é que não estou, é um trabalho difícil, duplamente difícil.
- Um trabalho de signo, a tal liberdade de que falavas, ou falava, já não sei, sorriso.
- Ouvimos falar destas histórias, noutros contextos, suponho.
- Talvez te tenhas apercebido disso, ou talvez não seja de todo assim.
- É irrelevante.
- Fica-te a tal espera, (a tal liberdade), é trabalho.
- Sim, existe uma certa dispersão, pelo menos.
- Percebo, não concordo no entanto, ficaram lacunas, voltemos atrás, ao específico, ao desenvolvimento, bom, quero dizer, afinal temos um núcleo.
- Dizes temos,é curioso, sorriso.
- Sim, temos separação na afinidade, espera, como lhe chamas, e integração daquilo que é do signo, no signo, “a César o que é de César”.
- É uma separação das águas, de facto, o que na afinidade, na figura, no tema, é do signo, integra-se-lhe, fica então a tal espera, um certo esvaziamento.
- É um curioso conceito esse teu de espera, interessante, lembra-me qualquer coisa que li num ou noutro sítio obscuro, as mais obscuras palavras sobre a acção, alimento e acção, o tal mecanismo complexo, simples, de que te falava.
- Sim, a espera, quanto a mim nunca me consegui descrever a solução desse mecanismo, tenho-o guardado para mais tarde, quem sabe.
- Sim, sim, talvez não possa ser descrita, assim, nesse sentido, existe no entanto uma solução, tu conhece-la, lembro-me de uma situação em que alguém expressava a sua perplexidade pela aparente ausência de método onde era suposta a sua existência.
- Sim, não existe efectivamente um método, nesse sentido, e esse é, de facto, o único e verdadeiro método, ou seja, essa solução talvez não possa de todo ser escrita, descrita sim, em ligação directa, ficam o negro, a sombra, os silêncios escritos, já a vi, li … creio que no mesmo local dessa perplexidade, ou por aí.
- Seria talvez necessário ser um extra terrestre para entender isso, sorriso, suponho, mas adiante.
- Fazes humor negro, enfim, mas sim, adiante, digo, o erro, a figura e o trabalho, sempre estiveram, neste assunto, verdadeiramente, do lado da afinidade.
- Sorriso, o segundo hadith.
- Ironizas mas o caso é sério.
- Voltamos ao mesmo, erro, tema, figura ou afinidade, como lhes queiras chamar, são um percurso natural que, dada a natureza do mesmo, erro, tema, figura ou afinidade, passa por uma certa cegueira na relação ao funcionamento do signo. Tu sabes isso.
- Sim, sei, isso que chamas cegueira é uma ligação directa, como disse, um acto supraracional que radica na mais lúcida das decisões da acção, duma profunda reflexão desta, ou seja, a ser feito, dessa maneira, teria que ser dessa maneira, é difícil, como disse, repito, não é relevante o erro agora, tinha de sair à luz, de existir, do que se trata, agora, é de liberdade, neste sentido como disseste.
- Nem mais, compreendo-te bem embora o fizesse de outro modo.
- Bem sei.
- Baralhando em absoluto e resumindo, as palavras, trata-se dessa tal espera associada à reintegração da parte genérica do tema no signo.
- Sim.
- Qual dos trabalhos consideras prioritário.
- São simultâneos, enfim, talvez a espera… enfim, é uma história antiga, como sabes.
- Sim, sei, creio que deverias focar-te na devolução do signo, a tal integração, até porque trabalhas simultaneamente a espera, se é que a entendo.
- Sim, foi o que disse, a separação dos trabalhos é vaga, apenas se justifica aqui, se é que se justifica de todo.
- Chegas então de novo a um tal especial lugar.
- Pois, continuamos por aqui a deslizar, num esvaziamento à força.
- Um esvaziamento específico do tema, quanto ao signo, já reparaste que não usamos sinais de interrogação, porque será.
- E integração da parte genérica, sim já reparei.
- O tema perde a sua face, a figura.
- Nem mais.
- Não implicará isso um certo…
- Não, o trabalho é esse, quer dizer, no sentido que acima lhe atribuía.
- Hmm... é só fazer.
- Sim, é só fazer, numa certa silenciosa maneira, num sentido muito especial.
- Afim.
- Não só isso, chamar-lhe-ia uma liberdade agente.
- Uma exaltação, ou pelo menos um certo tipo de exaltação, específica.
- Também por aí já que estamos em maré de confundir as palavras.
- Percebo.
- Sem dúvida.
- E o tal esvaziamento.
- Sim.
- Não sei se percebo.
- Afim.
- Sim, agora és tu que ironizas, percebo.
- Como um divergir afim da acção, liberdade, neste sentido agente, cessa de existir contradição entre o signo e o tema pois ambos estão, essencialmente, neste afim.
- Pois, mas enquanto não existir simultaneidade não terás a “afectivação” desse afim, e tomo desde já esse afim num sentido um pouco diferente, mais depurado.
- Falaste bem, o trabalho tende para uma produção, depuração, afim, um agenciamento pelo próprio acto da expressão.
- Especificamente, um agenciamento das operações afim.
- Agenciamento de um composto afim.
- Sim.
Sucede igualmente essa aparência dourada do perfil que já não serve para nada uma vez que nunca torna estatutária da noite e nem sequer é do bom canibalesco gosto ao fim do linear vómito que enche-lhe em fogo o natural atributo quando chega a hora do ajuntamento.E, pronto a seguir nessa direcção, não há dia em que são todo, convém esclarecer, se não tome da condição da mais-valia, do bem-estar, num certo facial controlo acrescido em temida contenção verbal, autorizada da razão que se diz, num gesto pensado ao fundo do ser comedido da motivação, e, em qualquer que seja o agir assim.
Estar esse instante mesmo tornado em palavra num gatilho intempestivo. Colocado à maneira que chegue e vá pois lhe seja leve o dia à beira-mar passado a ver os peixes ou o raio que os parta. Melancólico azevinho a muita multidão como um tanto arremetido ao controverso em linear da satisfação. Como que um concordante azulejo das outras utilidades, aquilo que satisfaz, faz a mais, a mostra.

Outra direcção debaixo do sol. O rio calmo desta vez. Basta dizer onde o lugar. Pois não é o acordar da tensão que o afirma e voga como afinal inteiro, verdadeiramente. É que por mais que cante o chão não sei das pegadas do sol. Tomai-lhe as mãos e o corpo e morrerei no meu sangue inebriado como dispersa espuma ao sabor da direcção conhecida. Mais ou menos meia dúzia de palavras vivas deve ser. Como uma implantação razoável do dito fado das almas que não é mais que o acto oracular, e não se diz.

21 de maio de 2012

Esse olhar qualquer coisa que por entre a multidão perdida irrompe outra vida para nos contar, como a via do véu, num oculto lamento, leva o rio do sangue, ao altar do planalto em festa.
Como seria se desabassem as pontes,
na ultima manhã do mundo,
e das ruínas se edificassem de novo,
os monumentos da velha implantação.

Acenda o caudal e dê-me o troco por favor.
Permita-me esta partida antes que de todo se consuma.

O que seria um notável progresso diga-se.

20 de maio de 2012

W.Benjamin - Fragmento Teológico-Político

Unicamente o próprio Messias cumpre o devir histórico no sentido em que apenas ele resgata, completa, cria a relação deste devir com o próprio elemento messiânico. Eis porque nenhuma realidade histórica pode, por si mesma, querer relacionar-se no plano messiânico. Eis porque o reino de deus não é o telos da dunamis histórica pois não pode ser posto como fim. Historicamente não é um fim é um termo. Eis porque a ordem do profano não pode ser tecida sobre a ideia do reino de deus e eis porque a teocracia não tem um sentido político mas unicamente um sentido religioso. O maior mérito do Espírito da Utopia de E. Bloch é o ter recusado vigorosamente qualquer significação política à teocracia.
A ordem do profano deve edificar-se na ideia de felicidade. A relação desta ordem com o elemento messiânico é um dos ensinamentos essenciais da filosofia da história. Esta relação condiciona, com efeito, uma concepção mística da história cujo problema se pode expor numa imagem. Se representarmos por uma seta o fim na direcção do qual se exerce a direcção da dunamis do profano e noutra seta a direcção da intensidade messiânica, com toda a certeza que a demanda pela felicidade da humanidade livre tende a descartar-se desta orientação messiânica, mas da mesma maneira que uma força pode, na sua trajectória, favorecer a acção de uma outra força em trajectória oposta, também a ordem profana do profano pode favorecer o advento do reino messiânico. Se o profano não é, portanto, uma categoria deste reino, é, no entanto, uma categoria, e das mais pertinentes, por força da sua imperceptível movimentação nesse sentido. Pois na felicidade tudo o que é terrestre aspira à sua anulação mas é unicamente na felicidade que esta anulação lhe é prometida. E isto mesmo que seja verdade que a intensidade messiânica imediata do coração em cada indivíduo no seu ser interior se adquira pela infelicidade no sentido do sofrimento. Ao movimento espiritual da restituio in integrum que conduz à imortalidade corresponde uma restituio secular que conduz à eternidade de uma anulação, e o ritmo desta realidade secular eternamente evanescente, evanescente na sua totalidade, evanescente na sua totalidade espacial, mas também temporal, o ritmo desta natureza messiânica é a felicidade. Pois messiânica é a natureza na sua total e eterna evanescência.
Procurar exaustivamente esta evanescência, mesmo a estes níveis do homem que são natureza, tal é a tarefa da política mundial cujo método se deve chamar nihilismo.

W. Benjamin – Fragmento Teológico-Político - (tradução livre da tradução francesa)
Há mantimentos que cheguem. Queira-se assim.
Basta o frugal pronome numa adverbial sopa da variação do sabor.
Os arrebatados lábios vão do reflexo ao outro em labilidade.
Até que a morte os separe. E chegue a música do prazer.

Dos socalcos montanhosos
Desce a multicolorida flor
Num desassossegado delírio
Em tentação estendida
Do borbulhar soberbo
Numa manta de retalhos perfeitos.

O tempo erigido oliveira diversa colagem pois se vê.
O que tem o verbo junto ao malmequer reflexo do canto assombrado.
Não padece mas cansa porém: as mesmas palavras, os mesmos gestos, a mesma observação cirúrgica, o mesmo lugar-comum - é como fora um peso que faz por colar-se à pele, uma espécie de “nanoimplantação”.

19 de maio de 2012

Vela. Corpo.
Petrificada estátua.
O olhar glacial.

Ao inverso esse que fala à memória o sentir que marca o acerto, por vezes, também por aí passou, e ao afagar a terra, territorialmente em silêncio, fez a mal colocada palavra, no mundo em ponto ao contraponto.

18 de maio de 2012

Único. A peremptória afirmação crítica é como a cereja, come-se, ou não, consoante o apetite do momento, ou a sua nutritiva utilidade. Nesse único, ao habitar a atenção dirigida, dispersa em direcção aparente, como se dizia da peremptória afirmação crítica, revela-se o circular circuito, da momentânea utilidade singular, logo única, e portanto nesse sentido único, ou único circular circuito.

16 de maio de 2012

Bem, sim, vai, ainda não é certo, mas creio que sim, que assim será. Em segundo lugar, e mesmo nesse caso, claro, sem dúvida que esse é, e o outro, que à partida seria, já depois de passada a distância, era. Pois no que diz respeito ao interesse que tem, ou teria, respectivamente, nunca seria, ou será, nessa hipotética forma, pois isso não é, exactamente, nenhuma brincadeira. É, não ficaria portanto nessa norma e não admiraria que, eventualmente, isso viesse a acontecer. Digo-te então pá, à laia de conclusão, que por aí vamos, por entre a multidão, numa atitude assim, como que barroca, quando ao refulgir das ondas bate o sol a verde encantamento que passara-se ao tímbalar sobressalto, caído ao renascer dum bafo quente, exalado a fruto na lenta movimentação corpuscular crepitante do brilho da maresia tórrida, porém. Como fora forma, porém sem ser.
Os casacos parecem demasiado postos, talvez seja por falta de tecido. É que a linguagem dos homens soa tão distante.

Bom. Era o fim dia.
Outra forma de ver.

Não sei se valo sentido mas talvez outras sejam razões as que sentem-se ao fazer claro e metódico o escasso enchimento na vida ao tempo em que espreita lá do fundo o olhar de baixo.

15 de maio de 2012

Na próxima estação oxalá não seja embora se saiba um desejar a mais que a sombra repleta do desenvolto recurso passado entre a rotineira e contrafeita risada da tensão metálica da salvação quase ao virar daquela esquina em dádiva sacrificial faria de uma certa conveniência solar o fácil demais devido à sua natureza intrínseca que digo eu cultiva e por vezes retribui.
E como o precioso cuidado faz célere o contribuir do mal-estar permanecido não se vai a fazer nada por isso pois logo que sinta-se um pouco mais revisitado da frequentação do lazer espreguiçado ao sol por debaixo dos toldos em procissão postos na debandada da ideia geral a ver o mar assediado daquela apaziguada inquietação flutuante acima do movimento assente em barco de cinza verde à espuma carrasca far-se-á parafrasear o lugar que deixa um sabor a futilidade fogosa ao falar das condições contratadas a sério nas primícias insanas da luta que continua e ao cair se não terá que ter em atenção do ostentar da visibilidade.

14 de maio de 2012

Depois. Animal. Toma o tempo. E. Num sorrir desfalecido. A cada cínico impacto. Aprende o sentir. Demais. Delicodoce. Mostra-o belo. Quando chegar, se chegar, não recordes. Qual seria o prazer se falasse as palavras, doces, do afagar sugestivo. Jogos infantes. Um rápido adormecer próprio, que raio.

Ao tirar na hora certa. Em multilocal disposição da voz do andamento. Pode-se o caos.

13 de maio de 2012

Não posso, no entanto, evitar o sentir, por causa do lugar, suponho.

Que ao acto não corresponda a palavra em esperanto horizonte. Suave. Apodera a palavra em contraponto atributivo do jogo dos princípios. Reflexo ao chegar. Eis como cai. Assisto-o no olhar colérico. Faz dor. Silencioso se é que me faço entender. Nunca marca o outro incondicional acto de entrega. E digam que é económico que eu gosto. Do pão na boca, todos os dias.

Assim fundam-se palavras, conheço bem, e a solução disso também. Um distenso silêncio defronte à contraposta palavra. Todo o dia é o morrer assim.
Sim, dizia, fazia, que ouvia, mantinha o dia, enquanto podia, e é a vida, via.
Quando chega apresenta-se assim, assim que chega.
Num pressentir que informa da possibilidade em terra de, que, no entanto ainda não chegou.
Que fazer.

Um homem não é uma ilha diz-se. Clixe.
E não há resposta, apenas o acto e a contraposta palavra.
Muito falta o chegar ao reconfortante vazio.

Amanhã, dispersa flor, da recordação colheita irás cair, nas terras do demo, tua concepção de origem. Não vou, portanto, mais pensar na causa disto ou daquilo que chegara de dentro, o horizonte é como dizer as palavras, que as leve a boa intenção.

11 de maio de 2012

Num.

Fio que suposto vem de cima e cada vai perdido em casa bom,
não tanto em casa mas próximo,
permitir-me-ei das palavras em que decido a processada memória,
pois nunca o mesmo é um certo adquirido,
e no homem tarda a surgir ao tranquilizado canto do espera aí que já lá vou
quando desmoronar o hábito e for altura dos factos,
meia palavra que não conta, e é tão pouco, que tanto faz,
o favor que me faço, no acto do contraponto à palavra, ou vice versa.
De vez em quando.

Toca o tambor, num porto remoto,
e já faz algum tempo recebo-me ao interior
e espero o dia acabar
exultante em cor que vida mais que palavras.

Estarrecido de tanta palavra.

10 de maio de 2012

Antes do mais já não interessa.
Esgota-se a hora em adjectivada agonia, que mania.
São vícios suponho, outras espumas cadentes, dialécticas.
Como a lança no sonho adormecido ao abraço das cercas velhas.

E logicamente a madeira não fala, por mais que se entenda.

Porém, com o passar do tempo, mais vale o silêncio, o volteado cabelo, uma voz cantada, um corpo que rodopia em crescendo o ritmo.
Tanto que, como era, nunca iria, pois é sempre, já dizia.
Repete-me então no espelho das predispostas faces, as formas, da mão, em desenho, dar lúdico e coração que palpita.
No cérebro não que é demais no entanto, fica no que se deixa, contemplativo.

9 de maio de 2012

Que de novo possa fazer conta o tempo todo por nada. Pois no início mostras sempre uma certa verdade. Tanto assim é que recomendo a lição do passeio acaso agora que vão dizendo o sol as abertas almas em quantas posições possíveis, se é que isso é possível. Aproximem-se a sombra em via cinzenta, na dispersão da luz, à espera dos olhos, numa prosa acima, em coro da contemplação qual faria como tu, no instante. Pois nas folhas passam labaredas da terra em soberba tangente como esfinge que, depois de lá muito passar, chega-se em refracção, ou, talvez, numa linha solta à razão de dentro. Raio, como é boa a luz disse.

8 de maio de 2012

Alerto era o que não sei quê mas não são, claro, sei lá eu,
é como naqueles, sabes, muito, e a língua mais, como é lógico,
o que é bom é apanhar a totalidade da ideia, estás a ver, mas qual ideia, não é,
normalmente falam, seja lá isso,
nota contudo ou então vai, eu não saio daqui,
por enquanto sem dúvida que se pode, de alguma maneira,
considerar em certas zonas, concordo,
porém, o mais das vezes não se percebe nada,
pois enquanto o outro é outro, é mais pior, estás ver a figura,
sim, os factos são esses, verdadeira maravilha, assim ainda vá,

– nos sulcos da galopante espuma onde silva um tangente azul ribeiro –

mas só do outro pois eu não me lembro, o outro é que foi, sim, é isso.
Sublime ficar-me-ás retida.
No calor que assim se faz sem ser de súbito, e, quando
dessa correspondência vermelha,
encantado se soma o sinal da luz que faz,
ponto,
mecanicamente em causa de esquecimento.

Outro. Logo que possa. Mas adjectivo não.

7 de maio de 2012

Uma canção de embalar. Palavra do território.

Todo o dia falta o tempo que levas no rio
Em sonho das aparas do inferno, que, levantem-se assim que possam, vão atirar-se à empresa.
Obra, mas com cuidado. Pois quanto vale o qual útil sentido a pena usufruir
Tanto faz à sombra do sol quieto.

E da estação via uma qualquer pertença deste ou daquele grito
Num fluir ou nem por isso.
Da próxima vez veremos se faz tão tarde e tão depressa
Pois o encanto não espera.
É o que dizem.

Ostensivo. Faz-me um beiço. Na sombra. Do sono.

4 de maio de 2012

Estação. Linha de apresentação.
Um significativo silêncio.
Algumas palavras de circunstância.
De vez em quando um torpor.

Saber o lugar é reconhecer o peso dos actos, das palavras “mágicas” do constranger.

Eu, nós. Existirei perdido.
Sem querer saber porquê - o que de resto é imenso.
A quem passa que sirva na mesma voz o belicoso insurgir do estado absorto.
(Monumental posição na volta do sentir estar).
E, realizado ou não do sabor, vaziado, submeto e vivo de longe um dia.

3 de maio de 2012

Já por aqui estivera mecanizado. Transparente. Ao final da rotina, necessária condição, a dizer dos princípios. O fazer numa coisa é tipo mexido pois tem uma grande capacidade de reter informação, estás a ver. Ainda por cima. Ou então era assim, vê, um saber enorme, quem é que teve a ideia, já pensei nisso, no entanto, pode ser, mas é complicado. Estava para ali com novas a ver o ruído a arrancar pá, está. No entanto já não sei o que é feito, cheguei a essa conclusão através. É realmente uma grande mudança. E então aí, aí é que vai ser bom, pois são outras as vantagens, passei eu, quando, completamente toldado das nuvens, comecei a fazer estado. O outro ria e não é por mais, acho, bom, sabes como é, por mais não, de resto, acaba sempre por sentir-se o que supostamente seria. Agora é mais fácil. Temos o sininho e fala, o que dá sempre um certo jeito, estás a ver, muito mais cedo.
Tambor. Abandonada dor.
Partícula de ligação.
Que tome a decisão da cor.
“Contrariamente a todas as outras formas de dominação, a dominação económica do capital não pode ser eticamente regulamentada e isto por força do seu carácter “impessoal”. Nas suas formas exteriores, esta dominação manifesta-se quase sempre sob uma forma “indirecta” e, assim sendo, torna-se impossível identificar o verdadeiro “dirigente” e, logo, endereçar-lhe “exigências” éticas.”

M. Weber – “Economia e Sociedade” – (trad. livre da trad. francesa)

1 de maio de 2012

Ora pronto o acerto interlúdio.
Repetida voz chamada como um reflexo catita viste.
Aqui, bate as palmas, já faz momento.
Antigamente era e referira, é complicado,bem sei.
Por vez não sei quê não sei se dá mas está, como pode.
Numa altura que nos graça, para dizer a verdade.
Decerto não é dizer a mais se fora alguma coisa de especial.
Exemplo: chega o perfume e faz-se iluminação, sabes, o que vem, nem, nem sequer, e não é por nada, mas há certas coisas que não é suposto e parece no entanto que sim, que foi.
O lado de lá, o lado de cá, e vai daí arrebenta, pronto.
Feito absinta dissolução.

27 de abril de 2012

Arrasta o dizer, inquieto.
Um esgar ou espécie de lugar.
Na migração descuidada.
Da indiferente justificação disso.
E a útil concórdia.
Ondulada sóbria delícia.
O significado abate.
Na marca do dia.
O vamos da nota histórica.
Em vão que ignora enquanto fala.

Qualquer coisa que fica particular, mais não.
Quando se clarifica o diferente não se fale em ritual ou qualquer outro tipo de igual engano da regular porta do constrangido caminho em directiva a fundo. E o respirar da circulada maneira na pele de dentro fica em palavra como raiz ao não expresso, em desde logo e desde cedo, que deixa rasto por entre a multidão dos animais recantos na oculta função do cimentar metal dos ossos irascíveis.

Depressa a colocada palavra conquanto que nem existira.

24 de abril de 2012

Aceso via palavra.
Que significa o tanto.
Num porquê convicto.
A seguir em passo equilibrado.
O multifacetado reagente.
Regresso de nada.

É o que se diz que nunca cessa.

Por sobre as ondas voga,
um prateado reflexo de luz,
que nebulosa escapa,
do seu escumoso recesso,
aos cristais do quase mistério.

Teu. Tão. Tanto. Bom.

21 de abril de 2012

O pão. As portas. Rosas da Turíngia. Um sistema periférico.

E o olhar.

Uma última vez revolta a persistente ideia na sôfrega voz em câmara da inquieta luz. Factos das ligações férreas. Violeta e concordante odisseia do senso ao multiplicar do pão providente à mesma hora do agónico toque. São tempos difíceis. A luz, em circular rajada férrea da palavra muda, em disposição mista, a premissa do mundo ao plano do acesso alto. Fundamentalmente a mesma dúvida ao percorrer-te as almas desse lago dormente onde chega de vez a substancial figura dos sortilégios em fuga numa coloração castanha do rio antecipado. Ao pormenor. Como um espreguiçar ritual das ruas horizontais em saudação do frio, ou cada.
Violentamente rósea.
Escorre a neblina no porto.
E quase fico adormecido o bastante.
Em afazer de navegante.
No que avança da intranquila presença.

A falar dos mais dias.
Da soma da luz decomposta.
Do mais ou menos.
Distante recordação doutro.
Em coincidências do dia que seja.

E o solo ao caminho.
Dispõe que baste o viver.
E na sombra apalavrada do mesmo.
Ocorre nocturno.
O arremesso em sais do quê.

Mais logo, no regresso, o saberia, eis.
O sinal de linha espera.
No olhar em vez da imagem rara.
Em lugar tal ausentado.
Num burburinho irradiante, indiferente.

O compassado movimento urbano persiste em voz mecânica e fica lá, na rotina das parangonas abertas, a debitar matérias da combustível conversação, de novo diria, existisse, o que sonhara sentir a mais, mas esqueci.

19 de abril de 2012

A manhã chega assim soluçada.
Em gotas de arco-íris.
Depressa aos tectos iluminados.
Uma promessa fugaz talvez.
Ou um ligeiro acontecer das primeiras vozes confusas por enquanto.
Como se o belo escapasse em função necessária.
Num passo lento.
Que A parece.
E espraia qualquer coisa de indolente.
Em viagem.

Depois o presso agitado
iniciar do fogo
em representação
discreta
do manusear das mãos
em evidente olhar
discreto de relance
à natural seda
dos lábios em cansaço.

17 de abril de 2012

Da bátega perdida.
No jogo onde se funda vazio.
Até quando mundo.
O possa.
Dizer da imagem tão vez.
O nome que fica.
Primeiro.
Em esperanto torpor.
Na membrana do avençado sentir.
Ao início primaveril.
Do pensar.
Isso.
Que fundamentalmente olhar.
Assim.
Mais logo requinto.
Ao acordar após da marcada hora.
Nos istmos alternativos.
Da migração muda.
Em horas a hora e dias que baste o quer.
A organização mundial da dor em específica pré-determinação do lugar.

O prolongar da fala
ora ao decaído
o alaranjado sol
que diz
a colocada marcha
do olhar ciclista.

Arre o fim do dia.
Longo.
Que na volta passa em tangente aos cansaços vivos.
E em nocturna palavra basta ao pulsar.
De por quem mais um dia é dia, e ao final do dia, do dia o fim, do dia.

(E mais uma ou duas será pouco).

14 de abril de 2012

“Vejo o problema ainda mais claramente. Há qualquer coisa, na vida humana, que impõe o instante à felicidade até ao ponto em que felicidade e instante parecem inseparáveis como irmão e irmã. Isto retira toda a coerência às grandes horas de felicidade da nossa vida (um tempo em pedaços no tempo), e isto dá a todas as outras (horas) uma coerência necessária, uma coerência de urgência. Este qualquer coisa faz com que a vida que levamos nos deixe profundamente indiferentes: que possamos indiferentemente comer carne humana e edificar catedrais. É por isto que é sempre a mesma coisa, que apenas se produz uma realidade completamente exterior.”


R.Musil – “O homem sem qualidades” (tradução livre da tradução francesa)
Vêm, diferente(s) e o mesmo, com cada é diferente e o mesmo, com cada a ausência de amor é diferente, com cada a ausência de amor é o mesmo.

S.Beckett (trad. livre)

13 de abril de 2012

O suspenso momento fundador da queda.

A invasão da condição grave faz sentido oportuno, a circunstância, por outro, é incompatível, ou talvez não.

Como dizer, então, o veiculado funcionar do fundamento em composição linear do indescritível tal acto acidental da incondição excessiva que aproxima e diverge aos extremos do instante levado a fim?

Sorri.

Na escolha efectivamente o move,
e uma afinidade é uma afinidade,
e na hora das tautologias na carne,
e seu ditado,
e fosse qual fosse,
o dizer interior,
do tempo,
desde o instante.

Disse: a “condição” do acto acidental é a prossecução do tempo sentido em relação incondicional aum fim, que é o acto, e é isso a separação, que é o desvio posto em tempo do sentido no sentido incondicional, notado em próprio sentido, ou resolução, ou seja, as duas faces do objecto, os dois termos do tempo, raros, ambos.
E nem mais uma palavra travessa, intranquila.

As costas em posição colérica
condescendente aqui,
ali sua real, despertam, ao passar
das linhas oceânicas,
o não determinado portanto
das histórias da convenção condicional
onde teria visto
as ondulações reflexas do nome,
que já não lembra-me,
aliás,
nas notas de rodapé,
os miseráveis na morte em silêncio
aos castelos só na chegada d'um mar inicio,
como se doutro dia se tratasse.

12 de abril de 2012

Relógios matinais.
O rumor do bairro maldito.

O íntimo calor próximo, um sinal, qualquer coisa
Mais e mais a cada dia
Sem fim.

Ecos das palavras com fim.

11 de abril de 2012

Cala e funda o imaginário do imaginar.

Como magnético rubor.
A ideia fere, arremete.
A sombra do astro em chama cume o vértice da fixação plástica.
Belo. Preciso.
Como fora a glorificada glorificação da lua e os seus anunciados reflexos.
Por corpúsculos matinais da terra em condição.
Nos verdes, vales verdes, esquecidos de novo.

Muito mais sim que não, não, como a lua, como tu.

Cristais ao lapidar pormenor, diga-se.

4 de abril de 2012

Dos altos planaltos assim falara:

Suplicante da terra dupla vermelha, traz-lhe a fundação da fundação, por sobre o mar, povoado das ondas terríveis.

Numa encenação que fica. Culta. Cultivada quer dizer.
Cessa o olhar. Evanescente janela.
Por antiga história homens disseram-se por si grandes.
Como um tornado, tornado simples.
O álcool, em estado puro, avança o leguminoso crescendo.

Tem-se a noite então não.

3 de abril de 2012

Soturno.

No corredor da noite enquanto espera. Aos primeiros raios que chegam por entre a bruma onde pesa o sincopar das métricas indecisas. Uma vigília deixa suspenso o acto espesso. Omisso povoado. Na marcada terra que espera, do dia, os renovados instantes.

Alegoricamente, como é suposto, contaria então do acto (in)condicional - posso-te em requintes de displicência.
O esquecimento da presença e o reaparecer da presença.
A não presença presencial.

As palavras não são ideias, apenas palavras.
Cultivam-se como campo de ostras suspensas em parcial vivificação.
Num sorriso à mesa em branco. Solene.

Como o natural jogo da vida e da morte se é natural é bom será?
Quer dizer, até ver, afirmo o ínfimo instante. É natural.
Como é fugaz a certeza. Quomo q’outro.
Nos dias da palavra quanto mais dito assenta, e assento isso, na vertical vez do excesso disso, instante que não é nada disso, silhueta que volteia, ao arrasto da voz, em deslizante linha ao centro, isso.
Pré-tenso o contivesse a contingência quer dizer sim, diferente, ou como não, nos olhos do reflectido momento. O jogo. Vale. Diz que esqueci por força duma utilitária exercitação nos raios da enlouquecida luz. No cimento. Som. Alto que morde a pele em labareda. E a roda toma o tempo. Fora de tempo. Fora de fim. Na deriva que vertiginosamente cai. Faz-se. Por fim.

1 de abril de 2012

O movimento imperceptível dos olhos revela o que falo da fala de quem diz e fixa a matéria em circuitos canais irrigados como se se fendesse a rosada carne em displicentes, porém arrojadas, fases da lua esvanecida.

O ruído da repetida repetição era o mesmo de sempre entretanto.
Novos mundos, velhos mundos.
A introversão de vez nos castelos.
A medida do consenso em passeio à beira mar.
Flatulências da flor amarga e distante.
Uma em cada e cada mais vez disposto em volta.
Rouco o grito na pele assim.
Como o vento em células do quanto mais baste não chega.

A rarefacção do ar. Exalações. Sãs fibras disto.
Torrente tempo suspenso em silenciosa palestra nos cantos labiais do fogo.
Quanta condição do querer na face voltada.
Olho o esventrado corpo em momentâneo apaziguamento.
Digamos. O silêncio é melhor.

E o mar. No reflectido planalto da luminosidade estranha. Um dia o tempo todo parou na penumbra de uma peça perfeita. E quanto mais me atinge eu mais me esqueço. Das verticais semelhanças que asseveram a paradoxal instauração do conforto. Entenda-se ou não. Facto. O recomeçar a cada dia é feito ao ritmo do sol que se (a)levanta. Outro. A noite é mais dada ao sonho, ou à insónia, nos fumegantes corpos que retardam. Isto são factos. Seria possível, no entanto, outro tipo de notação.

Luminosas arestas expectantes.
Superfícies do silêncio na direcção corrida das palavras.

Em aparente estado de vigília. Não é?
Amassar nas mãos até que tome forma.
Como o pão, no fundo.
A marca do verde a fundo vale
A festiva passagem num olhar de relance.

Os ombros esfacelados.

Marco sinal.
Como o aço.

31 de março de 2012

Raio. Fonte. Luz.
Além teu horizonte o vê como se rasga um céu na palavra nocturna.
Imagens de passagem, nada mais.
Um fio separa o lacónico olhar de serpente cala, revela.
Passa o tempo à visão do crepúsculo.
Colorida cor toma sim do silêncio o melhor qualquer enredo na palavra.
Teu noutras palavras.
Máscaras escorrem dos ressequidos lábios.
Perdido horizonte.
Ao natural poder do sangue cumpra-se esse,
na vida,
ao significar do pormenor em manifesto espelho disso.
A multidão informe. O seu nome. O censo.
Cala-me esta dor das mãos.
Terra da lapidar palavra causa disso.
Edifícios. Logo. E feito.
Em causa de cor sim.
Na ramificada lama da espécie contínua silenciosa.
Terrível matéria!
Simples, sabemos, vai-nos ficando, como num sonho.
Perde-se e faz-se em lei com um ponto de partida.
(Insolente seguinte).
Duma antiga história se comenta, diz-se.
Oitavas acima chegam as invocadas cordas da solenidade ao som das violentas matérias totais como fora o pormenor das ulvas ou se tomasse o vento e ficasse uma paixão, um querer sim. Coisas. O gesto na fala vem qual sentimento perdido que rasga o tanger dos sítios enormes, loucura de uma costa antiga. O agora do mundo jorra em irrelevadas matérias os símbolos da coloração. A luz, entretanto momento, revela a compleição dos vívidos engastes, e o horizonte, em plástico pormenor, fica como a um nada suceder, mais ou menos dia se refaz o percorrer das imagens e não se diz sí.
As linhas dessa flor me não dou de tão coloridas sátiras ao uníssono aparecer quer, e o que quer.

As florestas de sal. As súbitas vagas de um vapor quente.

Possam, as ondas rebatidas, oscilar entre o caos e o caos que acompanha, pois fica perto o despojar da sensação do bem estar de si só que cresce a visão na tangente em matérias do falar de ser o quê?

Sinal indistinto.
A tudo isso é melhor o silêncio.
Por detrás da forma ordena-se em convulsão o grito na casa de estar.

Com soma.

Talvez dobrem por alguém, os sinos.
Ou a raia esconda o prelúdio de qualquer coisa de novo.
Mas nos rastos da sombra da multidão extrema.
No fugaz protagonizar que passa.
Um parecer da imagem vista em festa ao aparecer.
Na parede em sombras putrefactas.

30 de março de 2012

Calo
E não chega
Isto
Em matéria
Densa
Que fica
Nu vem
E sai (como chegasse)
Ao(s) corpo(s).

À passagem de uma estranheza que tudo perpassasse o irreal das coisas chega como o sangue avesso a uma experiência livre e toda a palavra quer-se limpa e solta ao esgotar da noite q’atira em critérios de ilusão como se dessa fonte agarrasse alguma coisa. Um rasgo.
Alquímicamente fútil oculta o ferro na palavra.

Raia o sol as ondas do mar o diz além da traçada cor aberto ao que de si lhe diz respeito.

Sais da terra. Alta lua. Desce. Baixo. E esta?
Onde estaria qualquer imagem antes que aí lhe chegasse?

Conclua-se a libertinagem nos ultra-mistérios do tio, do filho, e da mãe.
Conclua-se o excluído sim.
Libertem-se as amarras da cereja lúbrica ao arredor da frequentação da noite.
Em torpor cego como um cacho bom.
Em Mome do Nome.

29 de março de 2012

Palavras da eterna substanciação do horizonte em calor.
Máscaras que escorrem dos lábios da situação.
Afinal. Que pode fazer. Um outro horizonte perdido.
Além das enredadas palavras do artifício chamado natural poder.
Naturalmente.
Se cumpra em retalhos do pormenor.
O significativo. Espelho.
Arreigado informe em seu nome.
E a gente rendida.
Ao imenso censo atribuído.
Atribuídos.
Cala-me esta dor aprende as mãos.
Ah. As histórias de um efeito. A causa. As cores sombrias. Sim.
Logo lama espécie do sangue em segredo ramificado da guerra e contínua progressão das matérias terríveis, posto o passar bem, bem desapercebido, quer dizer.
É, sabemos, vai-nos ficando, como num sonho.
Teu horizonte.
Vê como rasga o céu
Em nocturnas imagens do choque.
Na passagem do momento
Um fio separa
E agarra
O lacónico olhar que cala.
Passa o tempo.
Os funerários carros coloridos correm na madrugada à visão do crepúsculo.
Como sim tomas.
O silêncio é melhor
Que qualquer enredo na palavra teu.
Qualquer disposição plena de si sai como um fio enternecido em três, em quatro, etc … a restante fica, numa ligeiríssima pressão, no muscular anteposto em extensão coaxial assente ao campo na beira da procuração do sentido, facto das decadências, dos corolários.

28 de março de 2012

A superfície da manhã dispersa em quadro - palavreado - na estranha hora do desencadear distante. Mínima estátua que vai-se e liga ao lugar a lenta procissão do branco erigido em sítio das partituras. Campo opaco. Causa deixada - em palavra - no rasto da multidão baixa ao passar dos olhos num esgar occipital. Assim como um transporte aos umbrais duma idade nova, uma coincidência da palavra, na palavra, à maneira local da pontilhada sombra da palavra.

24 de março de 2012

E só por si esse silêncio nada revela do que é necessário acompanhar da presença de um gesto ou de uma entoação exclamativa ou de um resfolegar se é que me entendo e duvido ainda da inadvertida colocação da frase irrupta em sentido pré-funcional ou utilitário como naquela violência a que polidamente se chama o mágico constranger da acção e gostei dos minutos.
Correspondido e sem convicção do que sendo o que sabendo não sei se saberia onde lhe leva o caminho ao acaso que faz nada de tudo o que é preciso em palavra e corpo e ouça o repente na (h)ora que fica noutro lugar nenhum.
Acetinado fio acetinado.
À emergência do dito em só sentido labirinto fico subitamente eu aqui.
E sinto a falta palavra seca. Adquire (me).
Lentamente.
Ah. Senhora da eternidade idade.(?) Isto igual de quem.
Amanhã.
Agora a co-substanciação da voz diz terra sim se faça loquaz falante o reflexo apesar da dimensão geralmente excessiva do acontecer passado este por esse que apenas adquire póstumo significado portanto inexistente assim se possa dizer que faz-se no dia após dia e não é seja o que seja nada mais e isso sim.
Secreto ouvido vê o indizível guardado bem último círculo em silêncio maior mudo no espaço da preparação do omphalos que desce ao recanto e estende em volta o indício olhar que deixa o ir o mar na fragmentação das ondas fixo à maneira do proceder afeito mínimo das coisas em camada.
As ribeiras correm na calçada arestas que escorrem calçadas, paralelamente. Gotejam cristalinos cristais de uma pureza bucólica, campestre vá. Os corpos engalanados, mais sim, mais não, são como cintilantes semáforos da luxuriante vegetação em calafrio da posse, aguda, ao sonoro chegar da lava escorrida p’las encostas da pele. Eléctrica luz invisível caída nas mãos do manifesto eclético destino. Extáticas fúrias e tributos. A casa de passagem fica sim não, não, assim não. Não concebido, concebível porém.
Na primícia das premissas assim senhor aqui ira o mesmo ao alto em panegíricas da excitação sátira ao proscénio da cor convulsa dramaticamente o dia a um dia o altar do dia que sim não não faz nas absortas retinas as marcas do galanteio sim não não um rubor lívido. Contraditório portanto.
Água Zás. Um corte edificante. Aliás que seja leve.