27 de abril de 2012

Arrasta o dizer, inquieto.
Um esgar ou espécie de lugar.
Na migração descuidada.
Da indiferente justificação disso.
E a útil concórdia.
Ondulada sóbria delícia.
O significado abate.
Na marca do dia.
O vamos da nota histórica.
Em vão que ignora enquanto fala.

Qualquer coisa que fica particular, mais não.
Quando se clarifica o diferente não se fale em ritual ou qualquer outro tipo de igual engano da regular porta do constrangido caminho em directiva a fundo. E o respirar da circulada maneira na pele de dentro fica em palavra como raiz ao não expresso, em desde logo e desde cedo, que deixa rasto por entre a multidão dos animais recantos na oculta função do cimentar metal dos ossos irascíveis.

Depressa a colocada palavra conquanto que nem existira.

24 de abril de 2012

Aceso via palavra.
Que significa o tanto.
Num porquê convicto.
A seguir em passo equilibrado.
O multifacetado reagente.
Regresso de nada.

É o que se diz que nunca cessa.

Por sobre as ondas voga,
um prateado reflexo de luz,
que nebulosa escapa,
do seu escumoso recesso,
aos cristais do quase mistério.

Teu. Tão. Tanto. Bom.

21 de abril de 2012

O pão. As portas. Rosas da Turíngia. Um sistema periférico.

E o olhar.

Uma última vez revolta a persistente ideia na sôfrega voz em câmara da inquieta luz. Factos das ligações férreas. Violeta e concordante odisseia do senso ao multiplicar do pão providente à mesma hora do agónico toque. São tempos difíceis. A luz, em circular rajada férrea da palavra muda, em disposição mista, a premissa do mundo ao plano do acesso alto. Fundamentalmente a mesma dúvida ao percorrer-te as almas desse lago dormente onde chega de vez a substancial figura dos sortilégios em fuga numa coloração castanha do rio antecipado. Ao pormenor. Como um espreguiçar ritual das ruas horizontais em saudação do frio, ou cada.
Violentamente rósea.
Escorre a neblina no porto.
E quase fico adormecido o bastante.
Em afazer de navegante.
No que avança da intranquila presença.

A falar dos mais dias.
Da soma da luz decomposta.
Do mais ou menos.
Distante recordação doutro.
Em coincidências do dia que seja.

E o solo ao caminho.
Dispõe que baste o viver.
E na sombra apalavrada do mesmo.
Ocorre nocturno.
O arremesso em sais do quê.

Mais logo, no regresso, o saberia, eis.
O sinal de linha espera.
No olhar em vez da imagem rara.
Em lugar tal ausentado.
Num burburinho irradiante, indiferente.

O compassado movimento urbano persiste em voz mecânica e fica lá, na rotina das parangonas abertas, a debitar matérias da combustível conversação, de novo diria, existisse, o que sonhara sentir a mais, mas esqueci.

19 de abril de 2012

A manhã chega assim soluçada.
Em gotas de arco-íris.
Depressa aos tectos iluminados.
Uma promessa fugaz talvez.
Ou um ligeiro acontecer das primeiras vozes confusas por enquanto.
Como se o belo escapasse em função necessária.
Num passo lento.
Que A parece.
E espraia qualquer coisa de indolente.
Em viagem.

Depois o presso agitado
iniciar do fogo
em representação
discreta
do manusear das mãos
em evidente olhar
discreto de relance
à natural seda
dos lábios em cansaço.

17 de abril de 2012

Da bátega perdida.
No jogo onde se funda vazio.
Até quando mundo.
O possa.
Dizer da imagem tão vez.
O nome que fica.
Primeiro.
Em esperanto torpor.
Na membrana do avençado sentir.
Ao início primaveril.
Do pensar.
Isso.
Que fundamentalmente olhar.
Assim.
Mais logo requinto.
Ao acordar após da marcada hora.
Nos istmos alternativos.
Da migração muda.
Em horas a hora e dias que baste o quer.
A organização mundial da dor em específica pré-determinação do lugar.

O prolongar da fala
ora ao decaído
o alaranjado sol
que diz
a colocada marcha
do olhar ciclista.

Arre o fim do dia.
Longo.
Que na volta passa em tangente aos cansaços vivos.
E em nocturna palavra basta ao pulsar.
De por quem mais um dia é dia, e ao final do dia, do dia o fim, do dia.

(E mais uma ou duas será pouco).

14 de abril de 2012

“Vejo o problema ainda mais claramente. Há qualquer coisa, na vida humana, que impõe o instante à felicidade até ao ponto em que felicidade e instante parecem inseparáveis como irmão e irmã. Isto retira toda a coerência às grandes horas de felicidade da nossa vida (um tempo em pedaços no tempo), e isto dá a todas as outras (horas) uma coerência necessária, uma coerência de urgência. Este qualquer coisa faz com que a vida que levamos nos deixe profundamente indiferentes: que possamos indiferentemente comer carne humana e edificar catedrais. É por isto que é sempre a mesma coisa, que apenas se produz uma realidade completamente exterior.”


R.Musil – “O homem sem qualidades” (tradução livre da tradução francesa)
Vêm, diferente(s) e o mesmo, com cada é diferente e o mesmo, com cada a ausência de amor é diferente, com cada a ausência de amor é o mesmo.

S.Beckett (trad. livre)

13 de abril de 2012

O suspenso momento fundador da queda.

A invasão da condição grave faz sentido oportuno, a circunstância, por outro, é incompatível, ou talvez não.

Como dizer, então, o veiculado funcionar do fundamento em composição linear do indescritível tal acto acidental da incondição excessiva que aproxima e diverge aos extremos do instante levado a fim?

Sorri.

Na escolha efectivamente o move,
e uma afinidade é uma afinidade,
e na hora das tautologias na carne,
e seu ditado,
e fosse qual fosse,
o dizer interior,
do tempo,
desde o instante.

Disse: a “condição” do acto acidental é a prossecução do tempo sentido em relação incondicional aum fim, que é o acto, e é isso a separação, que é o desvio posto em tempo do sentido no sentido incondicional, notado em próprio sentido, ou resolução, ou seja, as duas faces do objecto, os dois termos do tempo, raros, ambos.
E nem mais uma palavra travessa, intranquila.

As costas em posição colérica
condescendente aqui,
ali sua real, despertam, ao passar
das linhas oceânicas,
o não determinado portanto
das histórias da convenção condicional
onde teria visto
as ondulações reflexas do nome,
que já não lembra-me,
aliás,
nas notas de rodapé,
os miseráveis na morte em silêncio
aos castelos só na chegada d'um mar inicio,
como se doutro dia se tratasse.

12 de abril de 2012

Relógios matinais.
O rumor do bairro maldito.

O íntimo calor próximo, um sinal, qualquer coisa
Mais e mais a cada dia
Sem fim.

Ecos das palavras com fim.

11 de abril de 2012

Cala e funda o imaginário do imaginar.

Como magnético rubor.
A ideia fere, arremete.
A sombra do astro em chama cume o vértice da fixação plástica.
Belo. Preciso.
Como fora a glorificada glorificação da lua e os seus anunciados reflexos.
Por corpúsculos matinais da terra em condição.
Nos verdes, vales verdes, esquecidos de novo.

Muito mais sim que não, não, como a lua, como tu.

Cristais ao lapidar pormenor, diga-se.

4 de abril de 2012

Dos altos planaltos assim falara:

Suplicante da terra dupla vermelha, traz-lhe a fundação da fundação, por sobre o mar, povoado das ondas terríveis.

Numa encenação que fica. Culta. Cultivada quer dizer.
Cessa o olhar. Evanescente janela.
Por antiga história homens disseram-se por si grandes.
Como um tornado, tornado simples.
O álcool, em estado puro, avança o leguminoso crescendo.

Tem-se a noite então não.

3 de abril de 2012

Soturno.

No corredor da noite enquanto espera. Aos primeiros raios que chegam por entre a bruma onde pesa o sincopar das métricas indecisas. Uma vigília deixa suspenso o acto espesso. Omisso povoado. Na marcada terra que espera, do dia, os renovados instantes.

Alegoricamente, como é suposto, contaria então do acto (in)condicional - posso-te em requintes de displicência.
O esquecimento da presença e o reaparecer da presença.
A não presença presencial.

As palavras não são ideias, apenas palavras.
Cultivam-se como campo de ostras suspensas em parcial vivificação.
Num sorriso à mesa em branco. Solene.

Como o natural jogo da vida e da morte se é natural é bom será?
Quer dizer, até ver, afirmo o ínfimo instante. É natural.
Como é fugaz a certeza. Quomo q’outro.
Nos dias da palavra quanto mais dito assenta, e assento isso, na vertical vez do excesso disso, instante que não é nada disso, silhueta que volteia, ao arrasto da voz, em deslizante linha ao centro, isso.
Pré-tenso o contivesse a contingência quer dizer sim, diferente, ou como não, nos olhos do reflectido momento. O jogo. Vale. Diz que esqueci por força duma utilitária exercitação nos raios da enlouquecida luz. No cimento. Som. Alto que morde a pele em labareda. E a roda toma o tempo. Fora de tempo. Fora de fim. Na deriva que vertiginosamente cai. Faz-se. Por fim.

1 de abril de 2012

O movimento imperceptível dos olhos revela o que falo da fala de quem diz e fixa a matéria em circuitos canais irrigados como se se fendesse a rosada carne em displicentes, porém arrojadas, fases da lua esvanecida.

O ruído da repetida repetição era o mesmo de sempre entretanto.
Novos mundos, velhos mundos.
A introversão de vez nos castelos.
A medida do consenso em passeio à beira mar.
Flatulências da flor amarga e distante.
Uma em cada e cada mais vez disposto em volta.
Rouco o grito na pele assim.
Como o vento em células do quanto mais baste não chega.

A rarefacção do ar. Exalações. Sãs fibras disto.
Torrente tempo suspenso em silenciosa palestra nos cantos labiais do fogo.
Quanta condição do querer na face voltada.
Olho o esventrado corpo em momentâneo apaziguamento.
Digamos. O silêncio é melhor.

E o mar. No reflectido planalto da luminosidade estranha. Um dia o tempo todo parou na penumbra de uma peça perfeita. E quanto mais me atinge eu mais me esqueço. Das verticais semelhanças que asseveram a paradoxal instauração do conforto. Entenda-se ou não. Facto. O recomeçar a cada dia é feito ao ritmo do sol que se (a)levanta. Outro. A noite é mais dada ao sonho, ou à insónia, nos fumegantes corpos que retardam. Isto são factos. Seria possível, no entanto, outro tipo de notação.

Luminosas arestas expectantes.
Superfícies do silêncio na direcção corrida das palavras.

Em aparente estado de vigília. Não é?
Amassar nas mãos até que tome forma.
Como o pão, no fundo.
A marca do verde a fundo vale
A festiva passagem num olhar de relance.

Os ombros esfacelados.

Marco sinal.
Como o aço.