30 de maio de 2012

Já põe-se o iniciar da manhã. Tolda o fogo infernal na primeira pessoa. Vá. Verte a voz da ira e deixa o que está feito. Essa química do interesse. Que se parta o raio do mundo e se diga de vez que ainda falta um dia mais. Essa é que é essa. Véu da cor verde à entranhada espera do torpor. Numa incorrecta dicção. E o mesmo a dizer, já agora, das ondulações metafísicas na mesma moral do corpo assim assombrado.

29 de maio de 2012

Afiro a verdade.
Ao ritmo do volteio bom.
E o que nunca disse retiro.
Pois que não me apetece.
O séquito enxame.
Da luz ao coração batente.

28 de maio de 2012

São de novo e já se anuncia o olhar de perto aos amontoados térreos da construção. É um risco a tomar, indiferentemente. Existencial espécie de antenas telhadas em natural da cor ruidosa. Sistemática encruzilhada condição singela das sacadas. A piscar, no lugar, um singular, apelo do símbolo. Como o que conta fila é cedo e por tanto talvez tarde de mais de baixo da maior fala que a luz suporta. Altiva queda metafórica prefere ou então senta-te. O que tens feito além doutro distante, intestino da própria, ao passar do facto em criterioso não dito.

26 de maio de 2012

E bem pária o interno intercâmbio da dística palavra do somos assim. Trivialmente apreendido em silêncio. Em perspectiva. Alguém assista, por favor, com uma certa urgência, ao esvoaçado cabelo que passa. Pois esgota o estômago e ao coração vai como um palpitar reflexo que comove um pouco pelo menos. Em aprendizagem de fundo. Num agonístico assim espero da boa intenção que não grato apenas dia. E que nem sequer se coloca. Qual fora local sagrado ou desenho de quê. Bom fruto da veste urbano em facto ao continental dia do parecer cruciforme.
Territórios do sono. Ao sair canto-me informal ou mesmo até quase impossível. Qualquer movimento cá em baixo é que frutifica ou pelo menos assim parece. Cautela com a tangencial ventania pois porquanto a temperatura tenda à subida o dia corre em anormalidade. Como do lazer ao excesso em regozijo nas dunas. Já passou tanto tempo.

23 de maio de 2012

Lança o decomposto particular no tal dito destino.
O corpo não vale mais do que a proximidade que chama-se o vigor aqui.
Deixa o resto à maneira do dia pleno, num passo oportuno, da apressada gente em corrida, quando ao acordar se faz tarde, e se chama a vida cá em baixo.
Estarei talvez errado nesta indiferença mas tolhe-me a meia palavra em especial acesso que contaria mais qualquer coisa nos monólogos travados.
E também por natureza, pois assim não fosse alcançaria o céu que existira aqui.
E esta é uma conclusão do olhar relanceado à povoada beleza dos ciclos miseráveis.
Gesto de todos os dias pois mesmo que insista em qualquer coisa de errado ao certo não faz sentido pá, pois quando me alcança, um sobreviver-me às lógicas mediáticas, não lamento o que agora parece e soa como instinto animal que se não compadece - a bem ou a mal - da força, quanto ao resto estou por demais esclarecido, é fácil não ir por aí, nem faz ora, pois já visitei as conhecidas versões.

22 de maio de 2012

Diálogo de sombras.

- Propões-te então.
- Está feito, fica o digerir.
- Compreendes então, tens a matéria. Se bem me lembro propunhas-te dois.
- Quando me decidi queres dizer?
- Se assim lhe quiseres chamar.
- Propunha-me realmente dois como dizes, compreendo que é apenas um, único, obviamente com duas faces.
- Bom. Mas faz tempo que sabes isso.
- Sim, apenas busco, se é que busco alguma coisa, uma forma, uma diferente forma, digamos assim.
- Quer isso dizer que compreendes o campo, a função da figura, esse que era, afinal, o grande tema que procuravas, distinto do outro, será que consegues objectivar, afinal de contas existe mesmo uma separação a fazer, na minha opinião.
- Sim, percebo. A figura, como lhe chamas, separa-se. O “erro” consiste nesta ser tomada específicamente na (sua) função genérica, dentro (fora) do signo, quero dizer, o signo é o signo, afinal, genérico.
- Funda. Talvez aí tenhas uma direcção, confusa no entanto, esse erro de que falas, adivinho que lhe chamarias outra coisa, é apenas e afinal, uma função do signo de que falas e que a tem executado, quero dizer, parece-me que continua a exercer a sua poderosa força.
- É afinal uma grande palavra e funciona, tem funcionado.
- Funciona e é real, cabe-te resolver. Estou curioso, creio que já te ocorreu, ou “passou”, o signo.
- Desde o princípio, sim, sorriso, afinal, como disse, o signo é o signo, e um homem tem que fazer o que tem de fazer, novo sorriso, e o tema das palavras separa-se, assim, nos seus sentidos, genérico, específico, que são devolvidos à sua, própria, significação, à sua, própria, realidade. Toda a informação já não conta, basta neste trabalho.
- Sim. Faz tempo.
- Em suma, a função genérica da figura vem a subsumir-se no signo, quanto à específica, esvazia-se da sua carga, o signo é o signo, repito, creio que cheguei muito longe neste trabalho, mas afinal, uma afinidade é uma afinidade.
- Que significarão todas essas tautologias. Uma ordenação talvez. Uma separação das águas.
- Sem dúvida que é uma separação das águas. É difícil.
- Começo a reconhecer-te, pensas em mecanismos muito complexos, muito simples.
- Penso um sentido de espera.
- Hm, sim, não te deixes distrair, atinge, pensas em liberdade talvez, arrisco num sorriso.
- Sim, nesse sentido em que pensas, sorriso também, afinal as coisas são como são.
- Continuas a tautologizar vejo, se bem entendo essa espera é por aí que não te diriges.
- Sim, penso em liberdade nesse sentido, a dúvida que fica.
- Creio que por aí te enganas, (o (ser ou não ser dessa existência) existir ou não da dúvida não é relevante), isto é, se bem entendo o sentido que lhe dás.
- Sim, claro que entendo o que queres dizer, já o disse.
- Sim, disseste, utilizaste as tautologias, é curioso.
- Afinal de contas o tema existe, a dúvida também, (até como critério dessa existência), mas apenas o (que é do) signo é o signo, não lhe chamarei mais nomes mas afinal sabemos do que falamos.
- Compreendo, ficas mais leve.
- Também temos que nos distrair.
- Executas a minha função agora, sorriso.
- Bom, afinal trata-se de uma colaboração, ou não, outro sorriso.
- Efectivas, pareces não querer ficar.
- Fui muito longe, como disse, o signo está disposto, eu é que não estou, é um trabalho difícil, duplamente difícil.
- Um trabalho de signo, a tal liberdade de que falavas, ou falava, já não sei, sorriso.
- Ouvimos falar destas histórias, noutros contextos, suponho.
- Talvez te tenhas apercebido disso, ou talvez não seja de todo assim.
- É irrelevante.
- Fica-te a tal espera, (a tal liberdade), é trabalho.
- Sim, existe uma certa dispersão, pelo menos.
- Percebo, não concordo no entanto, ficaram lacunas, voltemos atrás, ao específico, ao desenvolvimento, bom, quero dizer, afinal temos um núcleo.
- Dizes temos,é curioso, sorriso.
- Sim, temos separação na afinidade, espera, como lhe chamas, e integração daquilo que é do signo, no signo, “a César o que é de César”.
- É uma separação das águas, de facto, o que na afinidade, na figura, no tema, é do signo, integra-se-lhe, fica então a tal espera, um certo esvaziamento.
- É um curioso conceito esse teu de espera, interessante, lembra-me qualquer coisa que li num ou noutro sítio obscuro, as mais obscuras palavras sobre a acção, alimento e acção, o tal mecanismo complexo, simples, de que te falava.
- Sim, a espera, quanto a mim nunca me consegui descrever a solução desse mecanismo, tenho-o guardado para mais tarde, quem sabe.
- Sim, sim, talvez não possa ser descrita, assim, nesse sentido, existe no entanto uma solução, tu conhece-la, lembro-me de uma situação em que alguém expressava a sua perplexidade pela aparente ausência de método onde era suposta a sua existência.
- Sim, não existe efectivamente um método, nesse sentido, e esse é, de facto, o único e verdadeiro método, ou seja, essa solução talvez não possa de todo ser escrita, descrita sim, em ligação directa, ficam o negro, a sombra, os silêncios escritos, já a vi, li … creio que no mesmo local dessa perplexidade, ou por aí.
- Seria talvez necessário ser um extra terrestre para entender isso, sorriso, suponho, mas adiante.
- Fazes humor negro, enfim, mas sim, adiante, digo, o erro, a figura e o trabalho, sempre estiveram, neste assunto, verdadeiramente, do lado da afinidade.
- Sorriso, o segundo hadith.
- Ironizas mas o caso é sério.
- Voltamos ao mesmo, erro, tema, figura ou afinidade, como lhes queiras chamar, são um percurso natural que, dada a natureza do mesmo, erro, tema, figura ou afinidade, passa por uma certa cegueira na relação ao funcionamento do signo. Tu sabes isso.
- Sim, sei, isso que chamas cegueira é uma ligação directa, como disse, um acto supraracional que radica na mais lúcida das decisões da acção, duma profunda reflexão desta, ou seja, a ser feito, dessa maneira, teria que ser dessa maneira, é difícil, como disse, repito, não é relevante o erro agora, tinha de sair à luz, de existir, do que se trata, agora, é de liberdade, neste sentido como disseste.
- Nem mais, compreendo-te bem embora o fizesse de outro modo.
- Bem sei.
- Baralhando em absoluto e resumindo, as palavras, trata-se dessa tal espera associada à reintegração da parte genérica do tema no signo.
- Sim.
- Qual dos trabalhos consideras prioritário.
- São simultâneos, enfim, talvez a espera… enfim, é uma história antiga, como sabes.
- Sim, sei, creio que deverias focar-te na devolução do signo, a tal integração, até porque trabalhas simultaneamente a espera, se é que a entendo.
- Sim, foi o que disse, a separação dos trabalhos é vaga, apenas se justifica aqui, se é que se justifica de todo.
- Chegas então de novo a um tal especial lugar.
- Pois, continuamos por aqui a deslizar, num esvaziamento à força.
- Um esvaziamento específico do tema, quanto ao signo, já reparaste que não usamos sinais de interrogação, porque será.
- E integração da parte genérica, sim já reparei.
- O tema perde a sua face, a figura.
- Nem mais.
- Não implicará isso um certo…
- Não, o trabalho é esse, quer dizer, no sentido que acima lhe atribuía.
- Hmm... é só fazer.
- Sim, é só fazer, numa certa silenciosa maneira, num sentido muito especial.
- Afim.
- Não só isso, chamar-lhe-ia uma liberdade agente.
- Uma exaltação, ou pelo menos um certo tipo de exaltação, específica.
- Também por aí já que estamos em maré de confundir as palavras.
- Percebo.
- Sem dúvida.
- E o tal esvaziamento.
- Sim.
- Não sei se percebo.
- Afim.
- Sim, agora és tu que ironizas, percebo.
- Como um divergir afim da acção, liberdade, neste sentido agente, cessa de existir contradição entre o signo e o tema pois ambos estão, essencialmente, neste afim.
- Pois, mas enquanto não existir simultaneidade não terás a “afectivação” desse afim, e tomo desde já esse afim num sentido um pouco diferente, mais depurado.
- Falaste bem, o trabalho tende para uma produção, depuração, afim, um agenciamento pelo próprio acto da expressão.
- Especificamente, um agenciamento das operações afim.
- Agenciamento de um composto afim.
- Sim.
Sucede igualmente essa aparência dourada do perfil que já não serve para nada uma vez que nunca torna estatutária da noite e nem sequer é do bom canibalesco gosto ao fim do linear vómito que enche-lhe em fogo o natural atributo quando chega a hora do ajuntamento.E, pronto a seguir nessa direcção, não há dia em que são todo, convém esclarecer, se não tome da condição da mais-valia, do bem-estar, num certo facial controlo acrescido em temida contenção verbal, autorizada da razão que se diz, num gesto pensado ao fundo do ser comedido da motivação, e, em qualquer que seja o agir assim.
Estar esse instante mesmo tornado em palavra num gatilho intempestivo. Colocado à maneira que chegue e vá pois lhe seja leve o dia à beira-mar passado a ver os peixes ou o raio que os parta. Melancólico azevinho a muita multidão como um tanto arremetido ao controverso em linear da satisfação. Como que um concordante azulejo das outras utilidades, aquilo que satisfaz, faz a mais, a mostra.

Outra direcção debaixo do sol. O rio calmo desta vez. Basta dizer onde o lugar. Pois não é o acordar da tensão que o afirma e voga como afinal inteiro, verdadeiramente. É que por mais que cante o chão não sei das pegadas do sol. Tomai-lhe as mãos e o corpo e morrerei no meu sangue inebriado como dispersa espuma ao sabor da direcção conhecida. Mais ou menos meia dúzia de palavras vivas deve ser. Como uma implantação razoável do dito fado das almas que não é mais que o acto oracular, e não se diz.

21 de maio de 2012

Esse olhar qualquer coisa que por entre a multidão perdida irrompe outra vida para nos contar, como a via do véu, num oculto lamento, leva o rio do sangue, ao altar do planalto em festa.
Como seria se desabassem as pontes,
na ultima manhã do mundo,
e das ruínas se edificassem de novo,
os monumentos da velha implantação.

Acenda o caudal e dê-me o troco por favor.
Permita-me esta partida antes que de todo se consuma.

O que seria um notável progresso diga-se.

20 de maio de 2012

W.Benjamin - Fragmento Teológico-Político

Unicamente o próprio Messias cumpre o devir histórico no sentido em que apenas ele resgata, completa, cria a relação deste devir com o próprio elemento messiânico. Eis porque nenhuma realidade histórica pode, por si mesma, querer relacionar-se no plano messiânico. Eis porque o reino de deus não é o telos da dunamis histórica pois não pode ser posto como fim. Historicamente não é um fim é um termo. Eis porque a ordem do profano não pode ser tecida sobre a ideia do reino de deus e eis porque a teocracia não tem um sentido político mas unicamente um sentido religioso. O maior mérito do Espírito da Utopia de E. Bloch é o ter recusado vigorosamente qualquer significação política à teocracia.
A ordem do profano deve edificar-se na ideia de felicidade. A relação desta ordem com o elemento messiânico é um dos ensinamentos essenciais da filosofia da história. Esta relação condiciona, com efeito, uma concepção mística da história cujo problema se pode expor numa imagem. Se representarmos por uma seta o fim na direcção do qual se exerce a direcção da dunamis do profano e noutra seta a direcção da intensidade messiânica, com toda a certeza que a demanda pela felicidade da humanidade livre tende a descartar-se desta orientação messiânica, mas da mesma maneira que uma força pode, na sua trajectória, favorecer a acção de uma outra força em trajectória oposta, também a ordem profana do profano pode favorecer o advento do reino messiânico. Se o profano não é, portanto, uma categoria deste reino, é, no entanto, uma categoria, e das mais pertinentes, por força da sua imperceptível movimentação nesse sentido. Pois na felicidade tudo o que é terrestre aspira à sua anulação mas é unicamente na felicidade que esta anulação lhe é prometida. E isto mesmo que seja verdade que a intensidade messiânica imediata do coração em cada indivíduo no seu ser interior se adquira pela infelicidade no sentido do sofrimento. Ao movimento espiritual da restituio in integrum que conduz à imortalidade corresponde uma restituio secular que conduz à eternidade de uma anulação, e o ritmo desta realidade secular eternamente evanescente, evanescente na sua totalidade, evanescente na sua totalidade espacial, mas também temporal, o ritmo desta natureza messiânica é a felicidade. Pois messiânica é a natureza na sua total e eterna evanescência.
Procurar exaustivamente esta evanescência, mesmo a estes níveis do homem que são natureza, tal é a tarefa da política mundial cujo método se deve chamar nihilismo.

W. Benjamin – Fragmento Teológico-Político - (tradução livre da tradução francesa)
Há mantimentos que cheguem. Queira-se assim.
Basta o frugal pronome numa adverbial sopa da variação do sabor.
Os arrebatados lábios vão do reflexo ao outro em labilidade.
Até que a morte os separe. E chegue a música do prazer.

Dos socalcos montanhosos
Desce a multicolorida flor
Num desassossegado delírio
Em tentação estendida
Do borbulhar soberbo
Numa manta de retalhos perfeitos.

O tempo erigido oliveira diversa colagem pois se vê.
O que tem o verbo junto ao malmequer reflexo do canto assombrado.
Não padece mas cansa porém: as mesmas palavras, os mesmos gestos, a mesma observação cirúrgica, o mesmo lugar-comum - é como fora um peso que faz por colar-se à pele, uma espécie de “nanoimplantação”.

19 de maio de 2012

Vela. Corpo.
Petrificada estátua.
O olhar glacial.

Ao inverso esse que fala à memória o sentir que marca o acerto, por vezes, também por aí passou, e ao afagar a terra, territorialmente em silêncio, fez a mal colocada palavra, no mundo em ponto ao contraponto.

18 de maio de 2012

Único. A peremptória afirmação crítica é como a cereja, come-se, ou não, consoante o apetite do momento, ou a sua nutritiva utilidade. Nesse único, ao habitar a atenção dirigida, dispersa em direcção aparente, como se dizia da peremptória afirmação crítica, revela-se o circular circuito, da momentânea utilidade singular, logo única, e portanto nesse sentido único, ou único circular circuito.

16 de maio de 2012

Bem, sim, vai, ainda não é certo, mas creio que sim, que assim será. Em segundo lugar, e mesmo nesse caso, claro, sem dúvida que esse é, e o outro, que à partida seria, já depois de passada a distância, era. Pois no que diz respeito ao interesse que tem, ou teria, respectivamente, nunca seria, ou será, nessa hipotética forma, pois isso não é, exactamente, nenhuma brincadeira. É, não ficaria portanto nessa norma e não admiraria que, eventualmente, isso viesse a acontecer. Digo-te então pá, à laia de conclusão, que por aí vamos, por entre a multidão, numa atitude assim, como que barroca, quando ao refulgir das ondas bate o sol a verde encantamento que passara-se ao tímbalar sobressalto, caído ao renascer dum bafo quente, exalado a fruto na lenta movimentação corpuscular crepitante do brilho da maresia tórrida, porém. Como fora forma, porém sem ser.
Os casacos parecem demasiado postos, talvez seja por falta de tecido. É que a linguagem dos homens soa tão distante.

Bom. Era o fim dia.
Outra forma de ver.

Não sei se valo sentido mas talvez outras sejam razões as que sentem-se ao fazer claro e metódico o escasso enchimento na vida ao tempo em que espreita lá do fundo o olhar de baixo.

15 de maio de 2012

Na próxima estação oxalá não seja embora se saiba um desejar a mais que a sombra repleta do desenvolto recurso passado entre a rotineira e contrafeita risada da tensão metálica da salvação quase ao virar daquela esquina em dádiva sacrificial faria de uma certa conveniência solar o fácil demais devido à sua natureza intrínseca que digo eu cultiva e por vezes retribui.
E como o precioso cuidado faz célere o contribuir do mal-estar permanecido não se vai a fazer nada por isso pois logo que sinta-se um pouco mais revisitado da frequentação do lazer espreguiçado ao sol por debaixo dos toldos em procissão postos na debandada da ideia geral a ver o mar assediado daquela apaziguada inquietação flutuante acima do movimento assente em barco de cinza verde à espuma carrasca far-se-á parafrasear o lugar que deixa um sabor a futilidade fogosa ao falar das condições contratadas a sério nas primícias insanas da luta que continua e ao cair se não terá que ter em atenção do ostentar da visibilidade.

14 de maio de 2012

Depois. Animal. Toma o tempo. E. Num sorrir desfalecido. A cada cínico impacto. Aprende o sentir. Demais. Delicodoce. Mostra-o belo. Quando chegar, se chegar, não recordes. Qual seria o prazer se falasse as palavras, doces, do afagar sugestivo. Jogos infantes. Um rápido adormecer próprio, que raio.

Ao tirar na hora certa. Em multilocal disposição da voz do andamento. Pode-se o caos.

13 de maio de 2012

Não posso, no entanto, evitar o sentir, por causa do lugar, suponho.

Que ao acto não corresponda a palavra em esperanto horizonte. Suave. Apodera a palavra em contraponto atributivo do jogo dos princípios. Reflexo ao chegar. Eis como cai. Assisto-o no olhar colérico. Faz dor. Silencioso se é que me faço entender. Nunca marca o outro incondicional acto de entrega. E digam que é económico que eu gosto. Do pão na boca, todos os dias.

Assim fundam-se palavras, conheço bem, e a solução disso também. Um distenso silêncio defronte à contraposta palavra. Todo o dia é o morrer assim.
Sim, dizia, fazia, que ouvia, mantinha o dia, enquanto podia, e é a vida, via.
Quando chega apresenta-se assim, assim que chega.
Num pressentir que informa da possibilidade em terra de, que, no entanto ainda não chegou.
Que fazer.

Um homem não é uma ilha diz-se. Clixe.
E não há resposta, apenas o acto e a contraposta palavra.
Muito falta o chegar ao reconfortante vazio.

Amanhã, dispersa flor, da recordação colheita irás cair, nas terras do demo, tua concepção de origem. Não vou, portanto, mais pensar na causa disto ou daquilo que chegara de dentro, o horizonte é como dizer as palavras, que as leve a boa intenção.

11 de maio de 2012

Num.

Fio que suposto vem de cima e cada vai perdido em casa bom,
não tanto em casa mas próximo,
permitir-me-ei das palavras em que decido a processada memória,
pois nunca o mesmo é um certo adquirido,
e no homem tarda a surgir ao tranquilizado canto do espera aí que já lá vou
quando desmoronar o hábito e for altura dos factos,
meia palavra que não conta, e é tão pouco, que tanto faz,
o favor que me faço, no acto do contraponto à palavra, ou vice versa.
De vez em quando.

Toca o tambor, num porto remoto,
e já faz algum tempo recebo-me ao interior
e espero o dia acabar
exultante em cor que vida mais que palavras.

Estarrecido de tanta palavra.

10 de maio de 2012

Antes do mais já não interessa.
Esgota-se a hora em adjectivada agonia, que mania.
São vícios suponho, outras espumas cadentes, dialécticas.
Como a lança no sonho adormecido ao abraço das cercas velhas.

E logicamente a madeira não fala, por mais que se entenda.

Porém, com o passar do tempo, mais vale o silêncio, o volteado cabelo, uma voz cantada, um corpo que rodopia em crescendo o ritmo.
Tanto que, como era, nunca iria, pois é sempre, já dizia.
Repete-me então no espelho das predispostas faces, as formas, da mão, em desenho, dar lúdico e coração que palpita.
No cérebro não que é demais no entanto, fica no que se deixa, contemplativo.

9 de maio de 2012

Que de novo possa fazer conta o tempo todo por nada. Pois no início mostras sempre uma certa verdade. Tanto assim é que recomendo a lição do passeio acaso agora que vão dizendo o sol as abertas almas em quantas posições possíveis, se é que isso é possível. Aproximem-se a sombra em via cinzenta, na dispersão da luz, à espera dos olhos, numa prosa acima, em coro da contemplação qual faria como tu, no instante. Pois nas folhas passam labaredas da terra em soberba tangente como esfinge que, depois de lá muito passar, chega-se em refracção, ou, talvez, numa linha solta à razão de dentro. Raio, como é boa a luz disse.

8 de maio de 2012

Alerto era o que não sei quê mas não são, claro, sei lá eu,
é como naqueles, sabes, muito, e a língua mais, como é lógico,
o que é bom é apanhar a totalidade da ideia, estás a ver, mas qual ideia, não é,
normalmente falam, seja lá isso,
nota contudo ou então vai, eu não saio daqui,
por enquanto sem dúvida que se pode, de alguma maneira,
considerar em certas zonas, concordo,
porém, o mais das vezes não se percebe nada,
pois enquanto o outro é outro, é mais pior, estás ver a figura,
sim, os factos são esses, verdadeira maravilha, assim ainda vá,

– nos sulcos da galopante espuma onde silva um tangente azul ribeiro –

mas só do outro pois eu não me lembro, o outro é que foi, sim, é isso.
Sublime ficar-me-ás retida.
No calor que assim se faz sem ser de súbito, e, quando
dessa correspondência vermelha,
encantado se soma o sinal da luz que faz,
ponto,
mecanicamente em causa de esquecimento.

Outro. Logo que possa. Mas adjectivo não.

7 de maio de 2012

Uma canção de embalar. Palavra do território.

Todo o dia falta o tempo que levas no rio
Em sonho das aparas do inferno, que, levantem-se assim que possam, vão atirar-se à empresa.
Obra, mas com cuidado. Pois quanto vale o qual útil sentido a pena usufruir
Tanto faz à sombra do sol quieto.

E da estação via uma qualquer pertença deste ou daquele grito
Num fluir ou nem por isso.
Da próxima vez veremos se faz tão tarde e tão depressa
Pois o encanto não espera.
É o que dizem.

Ostensivo. Faz-me um beiço. Na sombra. Do sono.

4 de maio de 2012

Estação. Linha de apresentação.
Um significativo silêncio.
Algumas palavras de circunstância.
De vez em quando um torpor.

Saber o lugar é reconhecer o peso dos actos, das palavras “mágicas” do constranger.

Eu, nós. Existirei perdido.
Sem querer saber porquê - o que de resto é imenso.
A quem passa que sirva na mesma voz o belicoso insurgir do estado absorto.
(Monumental posição na volta do sentir estar).
E, realizado ou não do sabor, vaziado, submeto e vivo de longe um dia.

3 de maio de 2012

Já por aqui estivera mecanizado. Transparente. Ao final da rotina, necessária condição, a dizer dos princípios. O fazer numa coisa é tipo mexido pois tem uma grande capacidade de reter informação, estás a ver. Ainda por cima. Ou então era assim, vê, um saber enorme, quem é que teve a ideia, já pensei nisso, no entanto, pode ser, mas é complicado. Estava para ali com novas a ver o ruído a arrancar pá, está. No entanto já não sei o que é feito, cheguei a essa conclusão através. É realmente uma grande mudança. E então aí, aí é que vai ser bom, pois são outras as vantagens, passei eu, quando, completamente toldado das nuvens, comecei a fazer estado. O outro ria e não é por mais, acho, bom, sabes como é, por mais não, de resto, acaba sempre por sentir-se o que supostamente seria. Agora é mais fácil. Temos o sininho e fala, o que dá sempre um certo jeito, estás a ver, muito mais cedo.
Tambor. Abandonada dor.
Partícula de ligação.
Que tome a decisão da cor.
“Contrariamente a todas as outras formas de dominação, a dominação económica do capital não pode ser eticamente regulamentada e isto por força do seu carácter “impessoal”. Nas suas formas exteriores, esta dominação manifesta-se quase sempre sob uma forma “indirecta” e, assim sendo, torna-se impossível identificar o verdadeiro “dirigente” e, logo, endereçar-lhe “exigências” éticas.”

M. Weber – “Economia e Sociedade” – (trad. livre da trad. francesa)

1 de maio de 2012

Ora pronto o acerto interlúdio.
Repetida voz chamada como um reflexo catita viste.
Aqui, bate as palmas, já faz momento.
Antigamente era e referira, é complicado,bem sei.
Por vez não sei quê não sei se dá mas está, como pode.
Numa altura que nos graça, para dizer a verdade.
Decerto não é dizer a mais se fora alguma coisa de especial.
Exemplo: chega o perfume e faz-se iluminação, sabes, o que vem, nem, nem sequer, e não é por nada, mas há certas coisas que não é suposto e parece no entanto que sim, que foi.
O lado de lá, o lado de cá, e vai daí arrebenta, pronto.
Feito absinta dissolução.