30 de dezembro de 2017


Da composição dos esqueletos e seu significado.

De cabelo ao pormenor
Divagar sobe
Aquela colina das coisas
Onde de costume balança

Enquanto os mananciais das letras jorram os seus voluptuosos séquitos junto ao manifesto odor manifesto (odorífera manifestação essa que se não deve tomar sem uma certa humanidade (humana) por assim dizer) daquele particular do som e da imagem que chega em composição e acolhe a cadência do sentido naquela abrangência de todos os elementos a que se chama o significado das coisas.

Em tempo lugar
Junto se faz distante -
E mais afastado.

Pois permanecera em razão de dizer ou de acreditar que descendo mais um pouco encontraria decerto aquele inolvidável instante por meio de alguns momentos de monumentalidade e degelo.

E da neblina desce o olhar (em redor) sorriu por segundos e dessa presença chega ao lugar nenhum que das silenciosas águas emerge em estação da memória no tempo que passa.

27 de dezembro de 2017


Da emancipação do gosto.

No lugar em volta ao ideal de cada um furta-se o acaso em virtualidade nascente que qual imagem do mesmo se faz no hábito em coincidente e facial expressão que não carece (no entanto) de oportunidade.

Fazia tempo
Que trazia o momento
E dali a ter-se
Depois dessa maneira

Numa qual espontaneidade do pensar que nos corpos brilha em fundamental disposição daquilo que é subterrâneo na particularidade das imagens e que ao acaso recoberta vem repousar naquilo que pertence à emancipação de um gosto mais entendido por assim dizer.

Pois de emudecimento implica essa dicção das partes (ambas num esfacelamento das carnes) aquilo que por qual celebração dos primordiais diversos distende na parte o esquecido tempo a traço de princípio que como se disse é gerado.

E dessa parte em consequência introduz o acréscimo (em nome do pungente instante) que assim feito nos corpos calcinados em sentido destila a febre e os ecos que desenfreados de confirmação se justificam nesse ocultamento por meio da festiva presença em furor das melodias que qual exótico elixir nos corpos fragmenta o nome de cada um nas vitrinas do instante em registo de mais um dia de luz no espaço que circunda.

21 de dezembro de 2017


O viajante e a cotovia melancólica

Do planalto à memória
Torres o lamento ecoam
Por maneiras de seda
E naquela presença vivaz.

(nota introdutória)

Uma vez que a distância não cessa de aumentar insuflada daquele pormenor quase oculto que sopra na terra o primeiro a partir, do segundo aqui se faz menção numa pesarosa porcelana que da palavra convoca o impassível modelo de uma certa porém multifacetada espécie.

(introdução)

Era para todo o sempre celebrada a substância e nunca será por demais repeti-lo pois o tempo anuncia algo de bom que com certeza esparso e preciso vagabundeia nas artérias que a rodeiam de instante e surpresa.

O viajante e a cotovia melancólica

Era quase indiscernível que sussurrava o caminho imerso em pensamento elevado quando subitamente o atingiu o terror da sombra azul que qual suspensa imagem lhe desvelou por assim dizer as variadas sensações de estabilidade e flores bonitas que vieram encontra-lo metaforicamente submerso nas ramagens frondosas ramagens estas que acima quase impercetivelmente se agitavam de ventura e som e desciam ao coração do viajante que num (exclamativo) gesto de pronto então concebeu o terror concebido dos seus lábios para depois submergir naquela máxima que enlanguesce em mananciais de inspiração pura e finalmente imbuído daquele sentimento das alturas por assim dizer exclamou:

Pertence-te!

E ao sol emergiu num dourado que tinha de tudo e declamou arguto:

Delicada razão
Essa que te assiste
E da tua graça
Em verdade estas palavras
Não podem deixar
De sentir a comoção
Na violácea fronte
Qual rasgo pela montanha
Abaixo naquela voz antiga
Que de ternura
Encanta e vem repousar
Nos cabelos ao amanhecer
Tardio que invade
Os lassos membros
Das fragrâncias da magnólia.

Dito isto sentiu imediatamente a melancolia da cotovia que a si chamava a beleza da paisagem e numa palavra de delicado sentimento (que nunca esquecera) e também não desprovido de uma certa elegância singelou num suspiro o pensamento interior que derramado em essência entoou assim na montanha:

A cotovia não para nas ramadas da ramagem!

E do arbóreo odor em volta se assegurou o olhar por momentos e dormiu um sono bom enquanto em volta o silêncio permanecia nos embevecidos lábios qual antigo cetim que tingido de terra então lhe ocorrera outro dia:

De prosaicas melodias palpita a madrugada em face da maravilha! - Rejubilou consigo.

Reconsiderou depois de imediato aquela determinada passagem de uma íntima canção que em celebração da flor (aquando do primeiro momento) em prazer despontara naquele obscuro recanto e em frémito percorrera o distante e burlesco sentir naquela difusa língua do sentimento e da ligeira emoção.

Tempo. Fria manhã depois. Um frenesim de sinais na paisagem.

Languidamente estendeu-se na sonora composição da pele e do rosto e nas mãos chegou por fim (qual espelho do momento) àquela indistinta forma estranho e compassado

De verde olhar de nome aceso

Pois finalmente lembrara aquela melodia baixo e silencioso (como que adormecido) de imagem que no corpo em rubra carne se faz ao despertar do sangue uma vez estival do esplendoroso ornamento e lho canto em fragrante sinal do tempo incolor agora.