30 de setembro de 2019


Destoa de mesmo
O lugar de uma leveza
ao instante
uma folha cai
Feita de uma outra musicalidade
entranha o mistério
por assim dizer
Que dessa parte em abismo

28 de setembro de 2019


Chegado de qual princípio
A uma certa posição
Contrastante um pormenor de luz
Incidia no lento
Soerguer das formas em confronto

27 de setembro de 2019


Diferente de costume
Esperava-se ao percorrer do tempo
Uma qualquer passagem
Em que largado
Se sucedia enquanto se ignorava

26 de setembro de 2019


O gesto marcado
de um sorriso segundo
como que manifesta
a passagem ao acaso da narrativa
que chama no simples
chão de um odor a terra
o rubor encerrado de uma sombra

25 de setembro de 2019


De insinuante
Um sabor adentro
Em cada seio
Se desperta numa origem
Por assim dizer
O dia em suor
De uma esvanecida visão

24 de setembro de 2019


Escolhido de encruzilhada
E uma vez numa voz encontrava
O acaso que faltava
De saber-se em parte e dessa forma

23 de setembro de 2019


Na volta de uma qual rotina
De si se encontrava em cada figura
De percorrido acrescento
O odor de um mesmo que sensível

21 de setembro de 2019


Entoado de pedra
O redor da montanha desperta
dormente em cada um
tende a desfalecer esquecido
e nessas linhas permanece
em movimento a seu fim
o qual não será de partida

20 de setembro de 2019


O olhar de lábio
Semicerrado entranha
De mais perto
Uma vida passada
Gesticulava cortante
Em dividido silêncio

19 de setembro de 2019


O gesto como que desfigurado
Por assim dizer de uma atenção de conjunto
Gera inocentemente o acordar
De um fundo que destoa
Das mesmas coisas ao inverso
Parte e (in)forma de uma sustentada superfície

18 de setembro de 2019


Ao longe em panorama
De harmonia desce da montanha
Uma sombra das alturas
Que divide os territórios
Outrora desconhecidos
Num fundo que mais parece
O caminho dos ossos secos

17 de setembro de 2019


Caminho mas por princípio
num passo de quem
Se porventura chegaste
em cada pormenor
Comovido a desfilar
na paisagem
Das cores de cada figura

16 de setembro de 2019


O destino da carne
Como que de um silêncio mundano
Esquece o que dizer
E num sussurro
Marca de improviso a vontade
De partir de súbito

14 de setembro de 2019


Demora a vontade
Ao interior de uma antiga
Forma que vela junto
Ao caminho
Numa espécie de intervalo

13 de setembro de 2019


O atraso de cada forma
A quem fica no mesmo se perde
E como que lentamente
Reencontra o lugar antecipado

12 de setembro de 2019


Em vivo semblante
De festa o lugar das coisas
Faz cair aos homens
Que por ali se aventuram

11 de setembro de 2019


algo de mais seria
percepcionado não propriamente
'o' percepcionado
mas de uma maneira algo
confusa algo
enquanto que absolutamente reflexo

10 de setembro de 2019


Conhecer-te
ao cerco de uma pedra quente
De fronte
o perfil de uma face de composta.

9 de setembro de 2019


um dia alguns
descarnados restos
se alevantaram
enformados do melhor
parecer possível
para cada situação
num rasto de desenvoltura

7 de setembro de 2019


um dia um grito
como que assegurado de um ambiente
despertava florido num gesto
que praticamente invisível injustificava
o quanto em nocturnos da palavra

6 de setembro de 2019


não suporia
que porquanto continuado
por meio de alguma actividade mais
ou menos lúdica
um ruíra
de regulado universal em gesto

5 de setembro de 2019


o gesto considerado
de perto em próprio de razão
liberta o sentido
estratégico que ultrapassa
o sentido do mesmo

4 de setembro de 2019


perder a face
no jogo da posição
e não só
infiltra-se de mundo
na palavra
de um pensamento que não o seu

3 de setembro de 2019


impossível (não) é dizer
o próprio do dizer assim como que limitado
numa sua forma que qual
potencia de tudo chegasse momento
a finalizar-se impregnado de um fazer verdadeiramente
adivinhado que logo reconhecido

2 de setembro de 2019


Ela de seu nome
Subia a ladeira
Ao tempo dos cabelos
Ia pelo caminho.

Despertara o anoitecer
Nas entranhas uma comoção
Sucedia a cada porta em afazer de recato
Por palavras de sincopado lamento
E a um colo de costume
O seu nome a lisonjeira carne
Dissipava nos dedos
A terra flor do lugar tão gentil e formosa.