29 de dezembro de 2018
28 de dezembro de 2018
dizia que o que o faz
não será só seu mas mantém-se
como que disseminado
numa fruta a falar do tempo
que afinal acompanha
de um calafrio o quê se pudesse assim
metaforizar devagarinho
pertenceria marca
depressa ao que se quer dizer
pois chama demasiado
mas passa depois numa sensação
de contente aqui fruta
que ressoa no ar em fundo de calor
27 de dezembro de 2018
26 de dezembro de 2018
22 de dezembro de 2018
21 de dezembro de 2018
20 de dezembro de 2018
19 de dezembro de 2018
18 de dezembro de 2018
17 de dezembro de 2018
15 de dezembro de 2018
Esotérica da familiarização do objecto: o processo de familiarização do objecto não é mais do que o sedimentado 'hábito' ancestral de sacrifício do outro que, qual necessária e justaposta alienação (do) 'universal' no objecto, (co) infirma, estatui, especifica-se numa particularizada 'qualidade' exclusiva, no 'totem.
14 de dezembro de 2018
13 de dezembro de 2018
12 de dezembro de 2018
11 de dezembro de 2018
diz-se do peso
que diversamente não passa
marcado da sucessão
e como que chega numa sede
dessa qual experiência
os seus reflectidos momentos
cai no dia a dia
qual flamejante cometa
e quando tudo acabar
começaria uma nova era de grito
que subia num arpejo
animal a que chegaste
como que tremendo de curiosidade
10 de dezembro de 2018
7 de dezembro de 2018
6 de dezembro de 2018
o parecer
da distância consente
numa qualquer ausência da palavra
ganha ao saber vulgar
por assim dizer
um não se lembra
nem disso faz questão
porventura se assimilasse
a esse mesmo parecer
de cada imagem vertigem
consigo traria como que um
odor a ramificação
marcado
e a cada nova distância
desse olhar se marca
no bem contado
de cada alinhada palavra
5 de dezembro de 2018
4 de dezembro de 2018
na dobra do anunciado prazer
sombrio esvanece a toda uma outra distância
o recomeçar do rumor levantado cedo
que industria em cada silente momento aquela atenção
a isso que se diz e dessa parte o hesita
no mesmo lugar permanece
e agora vazio veste o hábito da fundação
nos desconhecidos esquecidos
ideais relatos de uma qualquer coisa quente
e não (!) basta do horizonte
mas apenas aquando do céu não estiver nublado
3 de dezembro de 2018
30 de novembro de 2018
29 de novembro de 2018
28 de novembro de 2018
27 de novembro de 2018
26 de novembro de 2018
24 de novembro de 2018
Suporta-me o estar aqui que tenho de fazer
na hora do reflexo
aceso a todas as portas
por entre as esvaziadas linhas
do silêncio nas palavras
estende-se a cada instante
um incessante rodopio
que carece de uma qual maneira
de estar em silêncio
e faz-se olhar distante
sob a luz mais depressa
derrama numa cor ao minuto
seguinte vem pousar
lentamente em ponto de vista
e assim que se distrai
da memorável confusão
enlaça na posição
aquela prestação de sentido
que qual ideal de pertença
depois recordação
deixa do entrevisto gesto
as imagens numa voz
e assim devagar chega ao ritmo
da construção do tempo
23 de novembro de 2018
Do vagabundear da pastorícia às geniais lavouras como por exemplo das últimas das primeiras verdades
Num dia indecifrável
de rara aparência
e por ser longo o contar horas
doravante (se) adivinhava
uma certa dupla condição
que decorria em causa do lugar
e ficaria provado desde sempre
que o circular das atmosferas
numa linha imaginária
divide a totalidade das coisas
e metaforiza por debaixo
da pele as sugeridas palavras
da parte de cada um
que antigamente esquecidas
(essas mesmas palavras)
carecem hoje da exposição
do mesmo a um tempo
atrasado que deriva ao nascer
das estrelas uma luminosidade
sombria mas sempre nascente
22 de novembro de 2018
21 de novembro de 2018
20 de novembro de 2018
O concertado movimento
das falas
que lhe assistem
na cinzenta manhã carregada
Dos húmidos recantos as descidas escadarias passavam como se pela primeira vez consigo o invisível da posição se acertasse naquelas límpidas e articulada breves que em contraponto se faziam ressoar de tão desejado efeito
doutro acontecia
por vezes em silêncio
o eco se fazia o eco
das palavras em desempenho
e apreço de uma
qualquer ideia escrita
clamava
o arremesso das coisas
em peso e pausa
qual substância dos ditames
E o fogo da posição escrita qual natural herdeiro da conversação mais ou menos íntima mais ou menos privada percorria a quase totalidade das camadas misteriosas a saber
das regras dos mosteiros
da constante alusão dos pátios interiores
dos palacianos bastidores das ágoras cuidadosamente trabalhadas em laminados de enredo
dos palcos das ditas simbolizadas na sensata e verdade universal
e do redor das fogueiras ao anoitecer distante
Entretanto
Dos elevados cumes
Descia uma luz
Sensata iluminava
Fazia todo o seu bem
Cumpre no entanto aqui notar que no jogo da posição escrita quem perde o nariz não conta e que o perder do nariz no exercício da posição escrita é como que uma universalizada visibilidade que diluída ao recatado da regra ali irrompe o oculto da mesma em polichinelos garrafais
Como na parábola
do rei nu
aquando ao mais pueril
dos rastilhos
se desperta de inocência
o tácito coração da regra
paira suspenso
sem sequer chegar a dizer
de qual fundamento
é o seu parecer bem
E este casual da regra é a alma do segredo nas entrelinhas da palavra escrita e ainda dizer que embora seja o peso que formalmente instaura o aparecer da posição os invisíveis materiais desta produção são e desde sempre os da leveza por muito que esta afirmação possa parecer paradoxal que o é pois este está no cerne de tudo e do qual e ao qual sempre se regressa como se costuma dizer o que o torna incontornável habitante da excelente leveza nas entranhas da posição
Livrai-nos pois
do interior silêncio
do ruidoso exterior
ambos se tomam
bem vistas as coisas
do ponto
de vista do mesmo
Dito isto caberia à poesia o papel do menino nesta história que
desferida junto
à raiz dos frontispícios
levanta o agora
rumor por meio
das mortificadas posteridades
que alimentam estas
as suas diluídas causas criadoras
aqui e ali estendidas
nos velhos cantos
dos novos contendores
qual prestação de serviço que integra o mais recatado da regra em silêncio e assim se faz investido de si por meio da boa via por assim dizer que como que destila.
19 de novembro de 2018
o que intende é
pois um prazer
que rebate o carmesim
dos encantados tornesóis
e ainda mais alerta
ao visual contacto
nos corpos habitual presença
estende-se
numa outra maneira
de ver as coisas
que qual consideração do motivo
a cada instante passa
e perpassa nas imagens
todas elas pertencidas
a uma linha superfície
de curva infinita
mas que nunca se encontra
nunca se fecha
17 de novembro de 2018
16 de novembro de 2018
15 de novembro de 2018
14 de novembro de 2018
13 de novembro de 2018
Noutro lugar
E numa outra ocasião
O estar de cada parte
Nos humidificados estratos
Mais ao cair da noite
Quase em sinal de ventania
De cada forte e alguma
De caída cinza de prazer
Em mirabolante cortesia
Como que tece
O isso díspar de sentido
Que destoa no ornamento
O limiar daquela ocasião
Que chega qual luz versátil
A uma ocasião de rubor
E acrescenta aos outros dias
Aquilo que mais sucede
Por entre as linhas de tais
Sorrisos a mais
Mas que a todos pertencem
12 de novembro de 2018
10 de novembro de 2018
9 de novembro de 2018
8 de novembro de 2018
7 de novembro de 2018
6 de novembro de 2018
5 de novembro de 2018
3 de novembro de 2018
2 de novembro de 2018
31 de outubro de 2018
30 de outubro de 2018
29 de outubro de 2018
27 de outubro de 2018
do gesto representado
o pormenor da posição discreta
as mais diversas tradições do ritmo e da indumentária
momento de lazer este seguido de uma pausa
e celebra nesses quais ornamentos
o nascente vislumbre do radiante celeste
e de cada simetria encontrada
o raro e absolutamente descabido em papel velado
26 de outubro de 2018
25 de outubro de 2018
Concertinas Tamboris
junto ao bizarro anoitecer dos interstícios lentamente verbos
de vacuidade insinuados
dizem do perdido sentido ao fulgor do primeiro instante mas apresentam-se aqui e ali
numa cor de papel antigo que não pensado porém conta
O indivíduo
Ao chegar na terra
Bate os pés empoeirados
No asfalto ainda quente
Pois ao final da tarde
Qualquer imagem convém
Distraidamente passeia
O inventário dos transeuntes
Considerados estes
No sentido poente
Relativo ao ponto de partida
De perto o olhar de uma mulher mentalmente o precipita ao factício acontecimento de uma chuva miudinha
cinzentas cinzas estas que refere em condição de indivíduo:
Incomoda
Por vezes esta maneira
De estar
Plantado na terra
Dos homens
E das mulheres também
Que são belas
Sem que disso se dê verdadeiramente conta quase ao passar das em volta ruelas o final da tarde em situação quase inanimada
e acaba por exclamar que debaixo da bassa luz de um candeeiro consigo:
De passar estas vielas
Que tantas são e o aroma
Das tais agora chega
E recomenda um apetite
Sugestionado desses ditos e requintados sentiu-se dos aromas como que condicionado ao bater do estômago em condição de falta
e o agora chamava
e o assim transportou àquelas sugestões nasais que lhe vinham:
Carne alentejana
De porco ao anoitecer
Hora do vazio
E o ventre já qualquer coisinha
Comia - cheirou consigo
E foi-se adentro de si dos concorridos letreiros daquelas esquinas apelavam enchidos de cozedura junto ao jorrar do vinho e da batata abundantemente cortados em sumarentos bolbos
que sentiu-se em deglutição de tais apuradas delicias estas que podem enlouquecer o mais paciente dos indivíduos:
Musa pausa aqui
De novo neste prato
E dispensa-me
O bom proveito
De saciar em prazer
O sabor desta hora
Depois do acontecer indolentemente breve do lugar enganador chega o indivíduo àquela perspetiva de conjunto de quem disfruta apaziguadas paisagens:
De repouso
E mais uma nota
De som se faz
Uma matéria ainda
Não totalmente
Digerida destas figuras
E destas carnes
Em esotérica consideração
Da uma individual digestão
Esta aprendizagem da matéria como um todo e não apenas nas suas modalidades que não são mais do que outras tantas posições morais ou sensoriais do reflexo dos aparelhos naturalmente adquiridos
prolonga-se necessariamente em estado caótico
e desta ou daquela maneira atravessa as mais diversas camadas da disposição do movimento em processo de figuração da carne e dos ossos
tornados inertes das determinadas do momento
o que significa um certo ao redor do fundamento
daquilo que captado e recolhido se apresenta por qualquer forma de um vácuo e que
pese o paradoxo
daí atinge as metafísicas formas da imobilidade.
24 de outubro de 2018
23 de outubro de 2018
22 de outubro de 2018
20 de outubro de 2018
19 de outubro de 2018
18 de outubro de 2018
17 de outubro de 2018
16 de outubro de 2018
Breve considerando de escrita
Daqui se retiram os considerandos da expressão que em si encerra aquelas pequeníssimas partículas do que se quer sentido ou notado
Daquilo que se quer e pretende notado da copiosa expressão e da lentidão avassaladora da mesma.
A expressão copiosa tem o senão de produzir uma quantidade quase insuportável de lixo e é difícil escolher nessas circunstâncias
pois conquanto em si cada palavra encerre as sementes da verdade
essa abundância das palavras tem o inconveniente de poder tornar o trabalho de decantação demasiado exaustivo
ou mesmo inútil se a esse mesmo trabalho se não se conceder uma certa e devida atenção mais morosa por assim dizer
Ou seja a expressão copiosa corre o risco maior de extenuar ou exaurir aquele estado de intuição que se quer vigilante durante todo o longo processo de decantação das palavras
por muito paradoxal que possa parecer este raciocínio aqui aplicado a um conceito já de si tão volátil como o da intuição das palavras a notar.
Dito isto considerar-se-ia que a expressão lenta tem a vantagem da prudência por assim dizer
consideração essa que não seria de todo apressada diga-se
mas por muito que este tipo de expressão lenta e quase acabada elucide por vezes de uma satisfação imediata
padece no seu âmago do pecado original da reflexão
e pode portanto e por vezes
toldar ou mesmo paralisar o trabalho de composição de sentido
como quando tarda o reconhecimento daquela ansiada e misteriosa expressão de equilíbrio
que completa digamos assim
e a disposta matéria seja por falta de discernimento ou mesmo cansaço é então cortada fora de tempo e de lugar
e assim torna os trabalhados resquícios em matéria mais ou menos desconsiderada ou mesmo irrelevante diga-se
Em matéria demasiado pesada ou mesmo demasiado leve por assim dizer.
É portanto a lapidação o momento crucial do sentido da ligação neste sentido das palavras sejam elas lentas ou apressadas o que implica que qualquer decisão precipitada ou mesmo atrasada corre o risco de deitar a perder todo um trabalho de produção das mesmas digamos assim.
No entanto quando uma linha chega de imediato se reconhece e isso é espontaneidade ou aquele encontrado equilíbrio que dissecado a meio da musical seleção e nesses momentos se toma de uma certa magia que encostada ao tom e nessa mesma nota daí se prolonga de memória ao coração encantados ambos mas isso já seriam outras cantigas.
Diga-se por fim que embora o ser musical não baste para chegar ao fundo abissal do abismo que corta aos abundantes cumes vivificadores da palavra encantada preza-se no entanto e é bom reconhecer que a cada sucessão de palavras se executam alguns automatismos de primeira e de segunda extracção por assim dizer.
15 de outubro de 2018
13 de outubro de 2018
12 de outubro de 2018
Breve discurso de evocação das antigas ideias
Gostaria hoje de retomar aquelas ideias das quais já nem sequer nos lembramos dos nomes e de como se apresentavam num qualquer dia em silêncio de si naquela disposição que no entanto revelava ao inverso o funcionamento do seu fim pois no fundo o corte é que conta e dessa condição como que juntava a uma certa utilidade das coisas uma outra coisa maquinal na consciência por dizer assim:
Da instituída língua do bairro
de Alexandria a velha excita-me ainda a pele
a recordação das grutas celebradas
outrora aos recônditos das mais altas torres
as cabeças centrais chegavam
e entoavam os seus noctívagos salmos
até ao amanhecer à sombra das palavras com palavras
naquela antiga ciência dos finais
do nome e do lugar comum e das primícias da terra
preenchiam em boa disposição
alguns fragmentos de vegetação nos multiformes
critérios da excelente partilha.
fez-se então silêncio na sala durante cerca de trinta segundos ao fim dos quais a assistência irrompeu num sincero e prolongado aplauso que o orador agradeceu
cumprimentou então à esquerda e à direita e foi inversamente cumprimentado e retirou-se assim dignificado enquanto se fazia ouvir um tímido porém entusiástico bravo!
11 de outubro de 2018
Breve nota sobre o gosto requintado.
Aquilo a que se chama, ou costuma chamar, ‘um gosto requintado’, não é, bem vistas as coisas, mais do que uma certa predisposição, ou apetência, para um certo tipo de combustão lenta, para uma degustação demorada digamos assim. Assim sendo, e uma vez que, como se costuma dizer, é a idade que apura ou requinta o gosto - a não ser que se nasça com ele, o que é muito raro, e dificilmente demonstrável - poderia uma maior ou menor velocidade de combustão, ou mais precisamente o apreço que a esta fosse conferido, servir de critério, em determinadas circunstâncias obviamente, para aferir da antiguidade qualitativa, e não só, das diversas formações culturais, com tudo o que esta noção poderá ter de subjectivo ou nem tanto.
10 de outubro de 2018
De alguma coisa
se diz que destina a educação
no tempo as quantidades de observação
numa memória de tinta
e preciosas distantes
gemas de significado bem
estendido ao pormenor das hipóteses
todas numa atenção elevam
ao aleatório da disposição as estranhas
passadas de sombra
e luz assimiladas aquelas
e por meio de alguns magnéticos exercícios de invocação das palavras
repetem nas melodias de sempre
as rochosas fontes
e o canto em vertical apelo
9 de outubro de 2018
8 de outubro de 2018
6 de outubro de 2018
4 de outubro de 2018
3 de outubro de 2018
2 de outubro de 2018
1 de outubro de 2018
29 de setembro de 2018
28 de setembro de 2018
27 de setembro de 2018
26 de setembro de 2018
25 de setembro de 2018
24 de setembro de 2018
passeio de sugestão
e o acaso em medida se quer
e se sente
ou por exemplo entre si
numa linha e outras compostas daquelas
formas casuais das pálpebras
que ficam escritas na diagonal inclinação
daquela passagem
entre o ritual das mãos e o hábito
das coisas invisível reflexo
de um certo e qual movimento musical
que respira ao instante
22 de setembro de 2018
21 de setembro de 2018
20 de setembro de 2018
19 de setembro de 2018
18 de setembro de 2018
17 de setembro de 2018
15 de setembro de 2018
14 de setembro de 2018
13 de setembro de 2018
12 de setembro de 2018
11 de setembro de 2018
10 de setembro de 2018
8 de setembro de 2018
7 de setembro de 2018
6 de setembro de 2018
5 de setembro de 2018
4 de setembro de 2018
algumas considerações (qualitativas) de uma mente interior
pelo menos pensou
mas não porque não fosse nada
antes porque não poderia deixar de pensar alguma coisa
como se disse
pois caso contrário
não faria ideia na sua mente interior
como peixe na água com coisas
e não pensaria qualquer presença de fora de noite
ou de dia de perto defronte
e isso era certo e evidentemente
3 de setembro de 2018
Estação de noite uma imagem mítica
Um tambor com sentido dos intervalos
por norma faz toda a diferença
pois desvela da leitura dos momentos
uma certa impressão de linguagem
que plasticamente ainda a tempo da palavra
imanifesta as tensões de uma outra presença
esta porém omissa e pragmática
duvida de qualquer
e desse qualquer
decorre outra coisa
da qual divagar
sem sentido sem nexo
chega a mover-se
ao som sentido
da palavra do costume
no entanto
menos credível
de toda a vontade
e não menos
do que a vontade possível
e esta imagética da posição da palavra é como que a prova cabal do inverso das utopias da forma ou da melopeia da chamada de atenção numa natureza súbita por assim dizer
1 de setembro de 2018
Da respiração da imagem silenciosamente
O sedimentado caos
em providencial valor de aceitação da palavra
vigília da distância
o sentido facial da vivência
e chega numa frase feita
ao frente a frente da parte escondida.
E então outro acontece
compasso interior da espuma
primordial num verso
e plasme-se (!)
da simetria noção das partidas
e das chegadas de si
qual colossal da memória
mas do outro lado
sulca ao de leve na terra
e acaba por tocar
o predisposto meio da palavra
escolhida por assim dizer.
30 de agosto de 2018
Algo se configura dos silábicos ritmos num precipitado e jovial das artes festivas ou minuciosamente e mais convencional do exercício das nocturnas que é qual receptáculo das imprecisas ou seja do acto propriamente dito
em que ele
argumento da presença
num cenário de tu
limite do discurso dele
avança por entre a multidão das memórias perdidas
até que dele a ideia chega
no distanciado respirar de um eu escandalosamente
causa de estar num outro
e diz que regurgitou na excepção dessa terceira pessoa
entretanto ausentada
aquela parte a minha e a tua em narrativas
de valor e lamenta de seguida por meio de algumas metáforas
do lugar nos celebrados ossos
uma certa e determinada sensação de epiderme
em função vital da ligeira palavra
ou seja forma de pensar
o qualitativo solo da percepção
num ponto de vista
lateral o que bem vistas as coisas é usual
nas artérias comunicantes
e mergulha directamente no silêncio dos sóis contemplativos
primeiro e do natural madrugar dos dedos
depois imbuído do caloroso
vislumbre que clama de combustão naquela densa posição
de ser forma singular no suposto corpo
e desse mesmo suposto segue ao canto das veias
feito miraculoso espelho
onde por norma o silêncio é melhor
e o ribombar só de si causa uma certa imprecisão
no equilíbrio mas apenas durante cerca de trinta minutos
de vendaval caído aquele em silêncio
da sucessiva chamada ao ventre dessa palavra
29 de agosto de 2018
Do face a face em caractere
Uma outra maneira
de não estar muitas e muitas
mais linhas traçadas em aparente acaso
da aparição
da contemporânea palavra
um não sei quê das orquídeas
algumas oitavas acima de consciência animal
e subterrânea
toma-se desses mesmos
fragmentos de espanto nas cadências
de uma voz altercada
e de lado e de fora se faz dentro e silenciosa
28 de agosto de 2018
linha acidental da palavra
agora chama musical adormece os sentidos no afectivo suceder daquilo que se queria
significaria
da alegoria
o breve encanto dos perfumes raros
e o da flor esvaida
no mesmo
de tanto tempo
no tempo
acaba por ficar
ao pensamento seguinte
que é melhor
que é elementar
e ecoa tautológico
como que num sussurro
de quem ora baixinho
em silêncio
a silábica compulsão das palavras elevadas
à profundíssima altura
do indizível
das auroras das romãs
do trigo e do azeite
do pão de cada dia
do vinho da reunião
da rosa e dos seus espinhos
da correspondente gota de um sangue vivificador
e metaforicamente corpúsculo
de barro
de manhã
do fundo
do raciocínio
chega circunstanciado na estação dos tecidos
27 de agosto de 2018
25 de agosto de 2018
não se pensava o que é próprio das ideias
casa silenciosa
o abissal da carne
a passo de modo
cortês
sabor de qualidade insisto
serpenteava
parecer-me-ia
por entre os corpos
ao redor
em volta
da noite
quando da sombra
de repente
supra o impassível
e encontra
nesse local
o coração do vazio
e aí permanece
24 de agosto de 2018
23 de agosto de 2018
22 de agosto de 2018
21 de agosto de 2018
enigma quanto
nessa noite sucumbiam dedos por entre os veios da madeira e as azuis formas de uma suava envolvida carícia
nada do que importa
alguma vez chegou a ser dito
em nenhuma palavra
de historicidade e falta comum
basta ver que nesse tempo
e isto não deixa de surpreender
o silêncio das palavras
supunha-se chegaria no mistério
das elevadas notas
de dentro e de perto
à impossível raiz das gramáticas
através da noite quais partes
sem saber de sonho adiantadas
em sintonia de uma nova regra
(de um outro espaço)
em derrocada se extinguiam
e só ficava o sangue
nos descompassados ecos da linguagem
feita à medida do lugar
na pele por aromas interpretados
da convulsão dos antigos
escritos nasceram
aquelas negras sílabas
qual mais valia da exultação
da palavra que fica das letras
a descodificar de beleza
o eu pormenor da vogal acentuada
num esquecido segundo
ao redor dos olhos mas não
dos lábios como é mais usual
e que pois refere e (se) refere
20 de agosto de 2018
18 de agosto de 2018
17 de agosto de 2018
da hesitação
algo eu de não estar
em cada pedaço de uma despedaçada nuvem
e outro ao passar do tempo
sublinha em algumas linhas
de diferença
o hesitantemente agora chegar da rosa de olhar perdido
desce
aos joviais labirintos
das soberbas ofegantes metonímias
de origem
numa alterada respiração de amarelo carnal
16 de agosto de 2018
15 de agosto de 2018
14 de agosto de 2018
11 de agosto de 2018
10 de agosto de 2018
9 de agosto de 2018
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27 de julho de 2018
26 de julho de 2018
25 de julho de 2018
23 de julho de 2018
18 de julho de 2018
Por dizer flor
Dessa certeza deixai-me
O fazer a mais
Num papel de escrita
E fruta
Por assim dizer
Sei da minha vista sem perder do prurido
Na voz configurado de calor a dizer alguma coisa
Ou simplesmente a afectar uma mudança
De lugar daqueles tempos daquela boa nova de repente
A aparecer na casa de baixo junto ao corredor ao fundo da escada
Em individuais tapeçarias de concupisciência
E natural despojamento daquelas semânticas mais elaboradas
Essa foi justamente uma boa conversa de positivismo
De areia e era de manhã nessa ocasião
Saboreava uma pêra de polpa e circunstância repartido
Ao recanto da manhã em comoção lembrar-te-ia
Dizias que parece que foi ontem daquelas duvidosas lembranças
Nuns dias mais depressa e noutros mais devagar
De facto ou de barco ao fundo a passagem
Dos navios vogava o lugar dos oceanos de qualquer maneira
Não se fazia dentro e fora a um tempo
Mas soltava-se e de novo e se fazia dentro e depois
Fora e nos fazia tocar a paisagem de subentendido e meditação
Como se do sumo e da laranja se adjectivassem
As demais partículas mas não como se ficasse arrebatado
Ou demorado em prudência ou ainda de cada objecto povoado
Não balança pendular
outra vez
que balança devagarinho
qual pêndulo
que devagarinho balança
17 de julho de 2018
Atravessa chamada indiferente.
Imperturbável se nem desse conta que cego e surdo se deixava estranhar das atenções violetas e qual escolha ao dizer não da longínqua proximidade ou da recordação mas desse qual gesto em escutada palavra como se (se) perdesse em despudor de sorriso.
Passa a explicar
Aproximas-te me em fogo
E a intimidade (que se faz) despudorada
De cintura vestiu-se
Em cigarro de olhar vigilante
E brilhou de encanto
A cada eufemismo de origem
- de oculto e promessa
passa muito bem natural
de apelo e em volta da vivência
se veste por displicentes
notas e mais palavras
para quê curiosas
dessa mesma paisagem
fundam de sentimento
as monumentais seduções
poderia abençoar
as futuras visões outra vez
tranquilo na poesia
lembra-lhe como que extático -
13 de julho de 2018
As ‘figuras’ são como que complexos de sugestão em aglutinadora função de uma dada qualidade que acompanha os mesmos de um tom para cada tema a saber piedoso colérico descontraído ou sedutor por exemplo e sucedem-se estes como que numa calendarizada roda em função
Dos mesmos gestos
Dos mesmos trejeitos
De uma mesma ideia
Do apetecível momento
Das doces alegorias
Naquela voz se cuidasse
De si nas mais diversas situações
Por meio
De uma certa identidade
Recorre e vai ficando
E se faz nuvem
E mais assim que portanto caro
7 de julho de 2018
Lamenta sem não mas sem chegar
E permanece portanto
Aquela ordem natural das coisas
Que por assim dizer chama de agitação
E hesitantemente aquieta
De uma pertença que não mas sem perder de vista -
Flui-te em favor nas janelas e nas paredes
De um valor antigo e ao despertar
Traz-nos a distância
Aqui tão perto numa ideia de significado
Que ascende e finalmente
Regressa em cada sugerido principio
6 de julho de 2018
5 de julho de 2018
Lugar que toca
E foge – um repente frio -
A cada passo chega
Em sucessivo dizer das faces como tu
Que ficas no mesmo
De quem não vê cintilar sinais
De carne acesa
Nos campos raros da palavra –
Desfaz-se em gesto o silêncio
Dos invisíveis dedos das inteiras horas
Num relance às cintiladas águas
De pensar fugia a razão das coisas reencontrava
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28 de fevereiro de 2018
27 de fevereiro de 2018
26 de fevereiro de 2018
3 de janeiro de 2018
Outras partículas em detalhado gesto rumo ao interior do ritual – ou partículas em gesto apenas.
Qual visão das vastas impressões do sono ao despertar uma detalhada espécie de vapor ascende e toma-se daquelas liberdades que assentam na vivificada matéria que adiante pousada em mimética pausa a rotação e numa circunstância por esclarecer recorda
Num dia de estremunhado
E esquecido fragor
Cessara em salto aos dias de antanho
E demais coisas ditas
Que propriamente acima
Procura nas desconcertantes cortinas.
Ahem - pigarreou – o aproximar das calendas aconteceu aqui!
Enquanto resfolegava daquilo interrogou se lhe parecera o nariz de um carmesim descarnado da composição sugerida daquelas grandes razões que lhe assistem e cogitou num processo de conjunto o previsível daquilo que invariavelmente ascende em nota ligeira e displicente considerou
O grado acento
Ao lado do vazio
No branco chão
Que de pálido rosto em cuidado e lentamente aproximara ao lento de si num ligeiramente pontilhado de terra e reluzente metal que
Qual reflexo de cinza
Polida do rasto
Denso em cada mão
Pairou de novo
Naquela cor de chuva
E naquele aquele tempo
Junto ao deslumbrado momento
Pareceu ganhar como que um corpo castanho de seco a traço que fica em fundição de palavras
Na melodia do mesmo
Ritual do costume
Que perplexo o marca
Na boca que espreita
E devagar de volta ao instante ali ressoou do fundo o olhar naquelas palavras que como que narradas pela voz de um outro demandam a tal ponto as eloquências que súbitas se levantam a renascer das cinzas.
Nas ondas do sorriso
Se diz chegada a hora que pertence
A cada um
Do substancial encanto
Soma de outrora
Que povoa os objetos de encantamento
(Dilúvios todos eles)
Que nesse caso de ocasião emerge em rubor de novo em palavra se faz nas coisas em condição de mesmo em acto imagem de fundo ocorre então naquela condição distante
Pois uma vez belo pomar
Soava de embalar
E do canto ao despertar
Se retirava então devagar
E de uma ideia de apelo se fez reflexo em figura se pertence a multidão de olhar porquê nos fragmentos de ninguém
Pois dessa ideia ao erradicar de qualquer outra ideia importa da ocasião o espanto ao primeiro olhar que ao pensamento cega de tão perto.
E de um passo retira
A elementar rotação
Daquela volta antiga
Em presença do som
Que percute.
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