Num sorriso de qual ideia
por mais do fulgor obnubilados
seguimos por tanto
e tão pouco aos labirintos
em que suplicantes nos recebemos

Cada sorriso acentua o sentido
do reflexo que devolvido
de nada numa espécie de compreensivelmente
a resposta em cada caso
como que se sabe
e assim certificada de não saber-se

Único mas não claro
que possuísse da forma o reflexo
e assim demorado
se saboreasse num espaço
de tempo que afinal era ameno

O local reflexo
de seu lugar se desloca
num hábito que
mais vale o silêncio
mesmo que feito das palavras

Um sorriso e o olhar de fora
implica-se como que precipitado
num relance de peso consigo
que qualquer suporte transforma
num sentido ao redor da narrativa

Sempre que o signo
sorri qual habitual espelho
que devolve e desafia
num silencio perante
o não revela minimamente
em banal suporte
de um movimento disto

Do revelado momento
A dois em raros reflexos
Como que nos mantemos
De uma qualquer outra coisa

Alguns restos
Das pegadas de seu
Próprio marcas
A substância de qualquer

Não fundamento
daquilo que enforma
o lugar silencioso
num indizível sorriso
como que assim se reconhece

Uma vez que inicia
O trepidante meio
De sentir se significa
Num pressentimento agora
Elevado nas palavras

De cada altitude
se depreende um panorama
que nada em contrário
assim se sucedesse em ritmos de acerto
e num passo virtual
o banhar-se agora assim
naquelas águas negras
quase imóveis de mistério

Ancora devagar
que afim do canto particular
se passa por cada qual
medida de uma certa coisa fechada
um sonoro esboço
em silenciosa comunuicação

De mostra a memória
Pode em boa surpresa digamos
assim reter-se na lentidão do abismo
Como que suspensa
de um grito que não
se faz com qualquer condimento

Por força do hábito
E se diluído em natural do mesmo
Não demorava mas quer-se
Em precisão que o olhar
Não seja e assim sucessivamente

Não apercebia porém
Que da sombra do silêncio
Perpassava aquela forma
Que qual conjunto de todas as ideias
Recomeçava do mesmo
Como que esvaído indiferente

Esotérica da estranheza

Isso, enquanto aparecer na 'sua forma' subjectiva, por assim dizer, é como que a própria matéria disto, que ao assim manifestar-se se revela, digamos assim, naquele momento a que se costuma chamar a 'estranheza do sentido'.

Desconhecido de lado

E como que a ponto de o dizer
de surpresa dispunha
casualmente algumas linhas
a meio das coisas

Num qual suposto processo
Que em limite indiferente

Do sinal de fundo
Tornava em absurdo a matéria
Que qual abolido instante
Miragem do mesmo
Envolvia de detalhe o silêncio

Esotérica da tendência:

A 'tendência' não é mais do que
aquele mecanismo que a partir de ou no 'pressuposto' de uma certa e artificial aceleração do metabolismo natural por assim dizer da substância ou sujeito
visa por meio de uma selectiva e determinada aplicação de opostos em si
suscitar ou induzir o aparecer da mesma substância assim condicionada num estado 'infinitamente' de passagem digamos assim.

Como 'substância' a fim que afinal é meio e vice versa e assim sucessivamente.

Tens de temos
de saber que o saber
se pensa de um
outro que verdadeiramente
sabe que não sabe

Da arte de cada espelho
Emerge o abissal fundo supostamente
Em qualquer coisa
Mesmo que um tal destino se cumpra

Prolongado de pedra
Simulava um aparecer
Como que esvanecido
Relance de mistério

De uma porta larga
Um sorriso de perto
Volta os pedaços
Das bocas em solfejo

Abertos azuis se vão fazendo
Os brancos sais de branco
Invisível tela
Naquelas manhãs cinzentas
Sombras de uma certa brancura de branco

De parte a seu fim
Num esquecimento original
Agora esvai-se
Por maneiras de uma palavra

Sono de uma certa maneira
que cai-se e não parte ao fio de cada espelho
entre a cor e o dizer-se
de uma certa presença respira num murmúrio lento