27 de setembro de 2010

Os espelhos assassinados.

Um fio
dos corpos,
oculta,
urgência,
(que)
cresce,
apoteótica,
flor,

nos sonoros actos duma abertura ampla,
dos corações tomados à chama do peito fixo,
em jogos do sentir os actos do suspiro baixo,
(monocórdicos monólogos da oração),

à maneira das encerradas almas morais num raio de luz em chama, oito, os prisioneiros da maré solta,

nos sulcos da terra,
no sincopar dos asilos,
nos passeios da pedra,
na direcção do pó,
do contacto,
em passo lento,
ao olhar em volta,
a voz, das resplandecentes visões da carne,
nos raios da terra,
da disposta pele do desejo,
ao sol da terra batida,
e na luz baixo,
em opostos da celebração,
por fixação dos contornos da delícia,
cantos da informação triste,
os castelos duma encenação crua,

saímos, pois,

de braço ao sol da manhã em saudações da melancolia
como os rios dum fluir vazio na voz do silêncio
acordado aos acordes das quimeras e nos passos em parada
das (quentes) linhas das momentâneas manifestações da suspensão,

o tecido da brisa sobe aos recantos da movimentação cuidada,
arestas dos tectos da luz distante nos assentos do vazio,
a um tornar do passo cai-se a atenção do movimento profundo
e a tracejada pele disposta em contraste ao olhar da arte da posição
faz rios dum clarão branco, perto isso, num mais uníssono
da carne em fogo ao tecer da direcção do desejo,

condição das eiras,
dos círculos da implantação,
dos dentes do centeio,
um outro que fica como as vozes em desafio,
à sombra do percurso
dos rios,
das alas frondosas,
dos recantos da terra fresca,
dos outroras,
das óptimas saudações do enclave,
dos maneirismos da cor,
das últimas sensações,
das degustadas violências na madeira,
veios, do corpo ascético,

surtos do ar solto e fundos fumos das espirais em subida, ficas, como a dor nos cravos da terra seca, sim, em traços da cortesia, sim, em restos da permanência, sim,

como a coloração das águas híbridas,
ou o seco sincopar dos interlúdios,
positivamente fito da luz plástica,
num assalto à matéria do mar,
nos cabelos da chama,
nas direitas frontes,
na suave e férrea condição do amor,

(pão do pão,
ritos da perdição,
no vão escuro,
do significado culto,
das lágrimas,
em retorno),

às secretas ausências laminais da pedra que são facas em sinfonias altas do pensamento obscuro, quer dizer, as sabáticas permanências do caos, estas signo vazio, das subidas de um ar, leve, traço, dos cantos duma génese perdida,

os
círculos
do
(valor em)
fogo,
das povoações ribeiras,
do sal,
todas as suas notas,
a viagem,
os salgados mares,
a última das significações,

em explosão de todos os engalanados afectos nas mais provas do amor assim, nas palavras da paixão, sim, nas derivas do circular contorno que fica como o som dos tempos que correm, preposição dos ambientes.

(Um primeiro momento.)

Os sedimentos, as silenciosas montanhas,
os interstícios condensados dos sulcos da matéria em formação,
as subidas de uma transformação lenta,
aos caudais da irrupção magnífica, límpida, por fim.

Mais como o prazer
sonoro, mais
a noite e um seu estar,
as falas do riso tépido,
no colo claro dos sítios do silêncio,
em solução fria,
na distensão de todos os sorrisos,
qual feito da mais sofisticada tradição dos ídolos em escaparate,
ouça, como qualquer assim num rasgo frio, as tais qualidades do fazer maldito.

E o porquê, não, como a forma do que, sincopado, fora uma linguagem soturna, a qualquer onde, em manifestação de todos os ritmos tropicais, o fogo, a queima, a lua, ruborizada, tudo, isto, atravessado da mais diversa opinião, plástica,

imóvel imagem do horror,
da permanência, dos espelhos,
dos relógios, do súbito olhar,
dos perplexos momentos,
ao encher dos vasos comunicantes,
nos espelhos assassinados.

Por quem, nas magnéticas leituras dos olhos fixos,
já vai nas palavras chegará aqui,
aquando da chamada voz em surdina,
à linhagem das partículas em desordenadas sinfonias ;

ao longe os cadafalsos do condado,
as preparações do mundo em ebulição,
as lógicas da desgraça,
as utilidades,
a extensão e a mobilidade,
o quando em vez da manifestação musical,
o taciturno da incineração volátil,
o chega ali,
dos mantos desvanecidos,
em surtos da longa louca locação,
nos activos fundos mananciais,
do peso solto,
e da chuva que não caísse,
ou um pó seco,
estranhado,
nos momentos súbitos,
do culto atirado ao papel seco,
como uma flor,
nas tintas dum pormenor,
azuis de uma insolação violenta,
e os tédios,
fios da noite vaga,
como o cada de cada um nas faces do aproveitamento das espécies,
o andar,
do sorriso,
pudera ainda antes do pão aberto e das faces incandescentes,
do cartão prensado,
dos sólidos,
do calor de cada dos avanços,
do movimento,
mesmo,
nas rasgadas mãos da imagem,
feitos do sangue,
derramado em foles da mais alta manifestação,
repito ontem,
como hoje,
nos espelhos assassinados,
nos instantes quebrados,
dos caminhos das fontes,
adentro de todos os mecanismos da indução,
uma qualquer coisa,
que por fim solta-se,
instante nos lábios,
em consolação das águas,
e solta-se em ligamentos da alta noite,
nos rasgados véus do pensamento,
ainda não,
num ténue movimento dos corpos subtis,
veículo de todos os sons,
já não,
livremente,
como as cantigas de amor,
ou as missas espalhadas no lugar circunflexo,
numa tarde, sim, por fim, sim.

(Um segundo momento, mlk.)

Pois já tardava então o culto das palavras
ao atingir das ignições do desprender,
como nas clavículas da respiração compassada
em esquissos dos patamares do alcance,

o súbito das monológicas noites da hipnose em ciclos da paixão e nos verbos à queima dos corpos subtis, as vísceras emblemáticas, os fundos da terra viva.

Partes em convulsão dos ogres altivos. As rodas. A borrasca da noite grega. Os outrora sombras da fantasmática geometria. Os antigos horizontes das costas. As castas das retiradas areias. O que fica da prece e dos símbolos, do canto e dos louvores, dos espelhos assassinados.

22 de setembro de 2010

A vertiginosa velocidade do afecto,
as faces do assentar do tempo,
a ignição da memória, quer dizer,
a inconsciente criação da memória,
irascível manifestação das condições,
nas golpeadas, linhas da progressão temporal.

Um quadro.

Onde vou diz-me o instante que se depara.
E o que quero diz-me um certo reconhecer.

Fora do mundo preenchido em tomadas do movimento dito puro, as imprecisões e a cidade em oculta movimentação dos sinais, o estar longe, a manifestação do afecto, o desvio dos objectos e a face da indecisão, da ausência, o cansaço, a continuação. As palavras que não escrevo são (junto ao verbo) como que a manifestação do respeito, primitivo, (mágicos) caudais da repressão, da carne em maresia, os momentos de uma selvagem cordialidade. E a activação de um (tal) movimento simples passa pelo movimento simples, redundante, distraído, em cadência, em cadência … apenas me perdi e já tarda o desfazer dos laços, dessa imagem.

Essa remota mensagem.

Cantos da sublimação
permanecera gratificado
o silêncio na espera
do conteúdo (dos livros) da reencarnação,
a suposição de todas as histórias,
os eventos do sonho,
os comandos do plástico.

Do torpor
nem uma palavra
(em cada que fica),
ao resfolegar das posições físicas,
o cansaço da guerra,
aquilo a que chamam a … ,
o cansaço.

Batem-me o corpo
miserável
as horas e os minutos
deixam
como que cortinas
do torpor
em todas as quedas
no corpo, quente.

Uma mesma situação do vazio à sombra das renascidas cinzas feéricas, uma outra manifestação da sonolência, os liquidados, a saudação, insisto-me então numa impossibilidade do diálogo que muta-se em soluçar do silêncio, espaços à força, pois, cedo se retiraram dos objectos, das palavras.

Curto diálogo.

- Vamos, o regresso, o reconhecer, o cordão, os limites.
– Afim, logo, numa simples constatação da evidência, qual a consideração, sim, qual a mais alta das considerações na vida, enfim.
- Nunca é tarde a tarefa da lenta e cuidadosa proliferação dos objectos, o cuidado.
- Mas o sol e a incineração abrupta do movimento, a curiosidade, o abjecto.
-Todos os lugar-comum, que mais.
- Como dizer o lugar na sua ausência, o apelo do espaço no vazio, sim, quero dizer, as apoteoses da instalação nos edifícios calcinados das fontes, como dizer o permanecer, o ócio.
- Pois que são as posições da permanência que contam, a luz, já dizia.
- A luz dos edifícios batidos e calcinados em dor, sua pele arrancada, bocados de uma velha história dos cheiros e dos diálogos, o atrevimento mais que corrido no asfalto cru, siderado, a busca das palavras ou qualquer coisa, uma chama, uma preposição, a continuada posição do delírio.
Depois.
As posições vazias do espaço,
a impossível tarefa da inscrição das palavras,
seja, como um vogar absurdo,
em continuação do peso destacado,

(n)as ligações do momento,
(n)os satisfeitos corpos do enlace,
a vida como um rodopiar dos corpos soltos,
na matéria, fugazmente,

como quando soltam-se
as palavras em não sentido
da musicalidade, simples
situação do acaso, do costume,

console-se o corpo dessas latitudes
como numa voz que tomasse-se antes do sono
em fugaz presença dos altos,
nos esquecidos escritos do sonho,

da indelével maternidade crua,
eu digo, todas as manifestações,
da crueldade, da generosidade,
da entrega, um sacrifício até, enfim,

nunca me passa a razão
da partilha, até aqui,
retraíra-se o corpo na face, do
mais uma vez as manifestações da imagem fixa,

era, como numa invenção da linguagem,
uma observada concorrência
em corpo de todas as manifestações
da prepotência, do cálculo,

com tudo da leveza que desarma,
dispõe, as matérias mundanas da luz,
feitas do acolher,
na porção dos gestos e do silêncio,

em amálgama dos corpos
fendidos, em terrenos do sol
e mais visões, no enlace do instante revelado,
as torrentes de uma água fresca e fria,

como as mais ternuras do conforto e da entrega no repouso de uma multidão, desértico.

16 de setembro de 2010

Os tempos da inércia travada em sinalizações da constância. O humor. A consolidação das imagens fixas nas costas do tempo que sobrevoa. As mostras da carne. O dizer. O contraponto. O ciclo como que em estado puro da transposta inércia nas costas do tempo. A vontade. O partir das ancestrais movimentações da carne assada. O dito tédio do ciclo, interrompido, diz-se; como a natural composição das naturezas em oscilação,
a teia, o arreganho, a indiferença dos olhos, a velha violência das agressividades naturais como as infâncias dos povos em sobressalto da matéria cega, uma actividade imóvel das grutas, dos altares, à face do tempo, enfim,

a carne é portento,
a carne é fraca.

E as gloriosas manifestações do esplendor carregam os antros das naturezas e o jogo que assim conduz bate fundo na matéria liquefeita por convulsões que tornam constante a dor. E quando lateja a carne ganha-se um movimento de perda, ganha-se digo, uma predisposição nas condições da queda que investe-se em monotonia da consagração,
em derivação do objecto, enfim, como foram as diferenças culturais da projecção, entenda-se, centrífuga, centrípeta, uma extracção ou uma possibilidade.

Por muitas vidas correram as horas da qualidade acelerada, a utilidade das concepções, as manifestações da extensão e a projecção do momento, do instante.

Às entradas no vale justapunha-se o sangue das fogueiras, os tapetes, a cobertura, o recolhido apelo dos corpos que falava a linguagem de todas as eras em dilúvio, mais do que isso até, mais qualquer coisa, como a senda da espécie à sombra dos toldos desfraldados como se foram bandeiras do prazer e dos corpos da espécie do prazer e da dor por corpos incinerados nessas fogueiras em conjunções da matéria ancestral irradiada, a saber, a saber. E quando grita de novo a conquista e a permanência dos corpos na matéria disposta aqui por concêntricas circunvoluções das lutas e sacrifícios a carne em fogo liquidada dos instantes da matéria incandescente renasce em tijolo palavras tectos de toda a manifestação agrícola. Ficava longe, nessas horas, o cativeiro das almas à deriva e o sol descia sobre a terra a produzir as humidades, requintes do libado sangue das ladeiras cobria por completo o chão desses sacrifícios e num sussurro ou num lamento desfolhava ao invés as contas da condição do dilúvio,

(como fora uma maré alta),

badalavam os sinos
então,
agitavam-se os ídolos,
cantavam-se as canções,

e os animais rasgados dispunham todo o povo dessas conquistas no chão desbravado das eiras em concerto, em lavagem, por muito se atingiu a carne no corpo, simples, imediato.

15 de setembro de 2010

Outra vez as palavras e a tensão que fica no emergir das cabeças pensantes, à face. O solipsismo e o ensaio das vozes, a audição. “A longa e ruidosa manifestação de tudo o que percorre”. As subtilezas da palavra, o conclave, a luz do dia. As perturbadas emergências e a luz do dia. As conjecturas na face do vazio a posição e o movimento a qualquer preço. A única visão do acerto e a (perturbada) direcção das reuniões à face ausente, o desvio, a indiferente matriz do sacrifício. O circuito fechado das palavras. O colégio das freiras. A condição das diferenças culturais da posição. A ausência dela, repito. O ribombar. A mais cadavérica noção das pedagógicas. O vazio e as aparências do peso e da circunstância e a calcificação dos convénios. De novo a luz do dia e a dissemelhança no núcleo dos convénios. As posições culturais e a nominação dos claustros, o combate. A configuração dos desvios cardíacos. A mais-valia da posição da imagem fixa dissolvida em nada. A violência. A remissão dos pecados. Ámen.

Logo após o navegar dos mares.
Implacáveis ondas da circunstância.
Os barcos à deriva.
O mais que não se diz.

A ancestralidade do processo da dor. A posse. A agência.

Após as primeira voltas do interlúdio o motivo da dignidade e da elevação em pretensa dança da colocação do protesto como o ciclo rodado que manifesta-se em sonoridade, em cálculo. Não és tu, não é nada. Como todo o ensinamento do fogo que realiza-se em contenção na mais fútil das colocações. Os olhos agudos e a saudade, tua ausência.

Por ti que toca-me a vida
preenchido dos breves segundos,
os olhos em silêncio, baixo.

Reafirmo e recomponho que os horizontes são áridos, metonímico.

14 de setembro de 2010

Um ponto da situação. A manutenção dos corpos físicos. O pulsar das primaveras e a noite e a sua ausência. Tu. A virtual ligação do amor. O afastamento na direcção oposta do ruído. O enfado e todos os olhares. Toda a experiência e manifestação dos corpos. O que fica da noite em pensamento de ausência. Mais real. O excesso de palavras. O alheamento e os movimentos das cidades. As novas avenidas. Os olhares vazios. As contas e o luxo. A estranha luz dos ansiosos cadáveres nas direcções do destino. As ditas direcções do destino. A posição e o movimento da imagem fixa. O duplo movimento da imagem fixa. O que não. O vazio, meio das posições do desgaste. O sol. O vazio das palavras soltas em convulsão fixa. O assinalar das posições e a confusão instalada no duplo movimento da imagem fixa. A reentrada da noite e da ausência. A fuga dos ansiosos cadáveres. O batimento cardíaco. As soluções metonímicas. A salvação como noção das psicológicas rendições. O sofrimento. A maré das vagas cardíacas em cuidado de salvação. O deixar. As pausas da impossibilidade e a experimentação. O desconforto e a hesitação e a face do sentimento. A posição da imagem fixa. As alternâncias comissionadas do embuste e a dupla direcção dos comércios sentimentais. Os recados da noite. A ausência como refúgio dos segundos preenchidos. O tempo. A continuidade dos fluxos da matéria. Os sentimentos da posse e da perda. A contracção dos batimentos cardíacos, o fluir. O alheamento a todas as manifestações e toda a movimentação da fuga, quer dizer, todo o ardil da renúncia.

Depois que florirem os campos,
meu amor, espera por mim
nos canteiros em flor, pela manhã,
em silêncio te abraçarei, enfim,
junto ao ribeiro dos murmúrios,
no tempo dos segundos iluminados.

Os mistérios da linguagem solta em cantos da saudade e apelo. As manifestações da presença simples. A contagem pura do desvio. A notificação do desvio. O quanto. A irreal unidade em conclusão dos inquéritos da imagem fixa. O duplo movimento da conclusão e o diluir de toda a fixidez. O retorno ao vazio como o sítio das conclusões, dos afectos. A insatisfação do vazio e da imagem e o glorioso sol da manhã. A inconsequência do caminho e os sons da cidade. As imagens. A rendição de todos os costumes do silêncio. A presença. A continuação do desgaste à face da imagem fixa contudo. A presença da noite. A presença da ausência. Os segundos preenchidos dela. A lamentável posição das presenças múltiplas. O cuidado e as mostras da perturbação da imagem. O referir da imagens silenciosas. A ausência. A continuidade da ligação e da imagem. Sua antiguidade. A soturnidade da presença da imagem fixa e a constelação de todos os desvios à face ausente. Os prelúdios. Os significados. O duplo movimento em significação da matéria, contraída significação da imagem fixa. A posição e a renúncia. As reuniões da virgem. As invocações da crueldade e da distribuição que por muitos olhos reinara o sol nos sons do trajecto como a imagem do ciclo dos altifalantes. O fechamento e a sua composição em abertura salvífica. A certeza da escolha e a estupefacção do instante. Toda a coloração do desvio. O acerto. As prisões da imagem fixa no desvio. O fechamento distributivo como magneto da imagem fixa. O prelúdio. A inscrição do conforto. O correr do inverso de todas as manifestações físicas da imagem, fixa, a luta. A posição sem imagem. Os tempos. O silêncio e as palavras e o alimento da posição fixa da imagem. A noite. A ausência. A sacrificada matriz da imagem. O regresso que tarda e a noite e o sonho.

12 de setembro de 2010

Outro dia ao amanhecer da liberdade,
(a) original posição da imagem, antiga
história dos fundos da palpitação,
faz-se movimento das prosaicas realidades,
nas artes de uma magia antiga,
antecipadas partes do jogo e da palavra,
promessa real do enleio e todas
as manifestações do valor, da dissolução,
o combate ao fim da noite buscara
os olhos agudos no coração que regula
o entanto da mesma imagem, no momento
em movimento, dos cumes e das rochas,
as fontes altivas fendidas em acto
do batimento cardíaco ao consumo inútil
da matéria e um sorriso ao endurecer
das máscaras, a necessidade, a crueldade.

E (quando) ao dia cantos amenos o fulgor das palavras
renascidas émulo da manifestação fala, um cuidado
e uma leveza da musical semelhança, posição sem imagem
vem, junto aos espaços sem fim da noite, os cantos dum outro
dia lacerado ao atravessar sólidos mantidos do combate,
a contagem do valor, a sombra da utilidade,
o descarácter diluir dos ambientes (destacado)
em dança das imagens nos filamentos da regulada luz,
ordem da impregnada matéria, rios das mundanas manifestações
outra vez edificadas ao ressurgir do unificador lugar,
como os mundos de um céu patrístico nos momentos da recorrência
do ânimo e da vontade (que) força à matéria impregnada
um mergulho nos fundos da terra violenta,
os mundos da canção que ecoa quartos da luz ausente
e baixa o olhar, entrado e destacado, junto ao cerebral do excesso,
como a vontade, quarenta horas por detrás dos jardins escondidos,
sons da condição num contratempo ténue, da matéria
à matéria e nas mãos e nos pedaços da manifestação tardia,
os corredores de máscaras fixas, os corpos da material manifestação
da imagem na face ao fixar dos espelhos em revelação, conta
material do valor, retiros da secreta flor não tanto os corpos
como a viagem da permanência, a estada e o diluir dessa imagem,
(a face e os corpos) ao apostar o calor do contacto
em regresso das materiais manifestações da situação imaginada,
a ausência dela e o seu sentido, o combate, um sentimento,
uma posse, nada, como fora a mais valia dos retiros à sombra
do dia nascente, entre a noite e a manhã dos motivos, da ausência.
Toda a vida.
E ao chegar o vazio.
As posições da imagem.
Completamente.
O olhar.
Nas vias da impiedade.
Diz que nunca será.
Mais e mais.
Um tardar.
No arremesso das vozes em confronto.
E a recordação.
Das palavras ridículas.
Que mais nesta terra dos refúgios queimados.

A entrega. O valor. Novamente.

Livrai-nos do mal que castiga os corpos às avessas.
Muito cedo. Afinal mais vasto que o deserto dos passos em silêncio.
No peito esta terra árida. Canta como a saudade funda a dor dos teus inexistentes braços. E as outras vidas desta terra morta, mortal.
.
E tu.
Última visão.
Primeira.
Mais que tudo.
Os olhos em silêncio.
Marca simples da posição.
E a saudade.
Esse enorme cansaço.

Antes de partir correra mais (n)o encalço
e mais, como é frio, como regressa,
como derrota-se em solitário impulso
a madrugada que penso uma vez,
um instante, a presença, os olhos fundo.

10 de setembro de 2010

O cair. O labirinto.
O sistema da impossibilidade.
O frio.
Os mecanismos das vozes silenciosas.
O deixar preâmbulo da qualquer decisão.

Os corpos ausentes.
A espera em acto e a experimentação do impossível.
O ciclo. A via dolorosa. O apreender.
A busca (dentro) e o circuito do impossível.

A palavra em silêncio.
A noção da troca e do amor.
A inexistência.
A saudade e a inexistência.

O reconhecimento das palavras e dos corpos.
A entrega ou o seu contrário e a rotação do ciclo ao impossível.
Outra vez os corpos em silêncio.
E o vislumbrar da luz.
No ciclo.
Da vida como percurso dum frio a quente.
Ou vice-versa.

E a cultura distributiva da troca e o amor.
E os corpos desnudados à entrada no silêncio.
E a dor. E a melancolia dos corpos atirados.
E a satisfação da luz. E a insatisfação da luz.
E os corpos. A impossível distância dos corpos.

O contacto e a distributiva palavra do conforto.
A face e o desconforto das visões e os corpos chegados.
Ao calor das palavras e ao som da promessa.
Em tentação das palavras e (a troca) o silêncio.

O despertar do movimento
e da palavra
e a dança dos corpos impossíveis.

A espera.

O sincopar e a instalação da distância.
A possibilidade e a impossibilidade.
A tensão e o maquinal movimento do ciclo.

O corte.
E um regresso à luz. Um mesmo.
Na destacada posição do desencanto.
Em qualquer coisa afim.
A todas as recorrências da imagem.

A repetição. Sem qualquer. Ou muitas vezes.

Apenas um olhar fica enquanto o sol queima como que chegado a um cruzamento mundano. Qualquer coisa de alimentício que comporta numa arrumação sintética as palavras em que como que destomado o rumo das vez em conta sobriamente vai liquidado nas convenções do arroz, satisfeito de si, ou numa imagem corroída dos sorrisos, como nada, como nada.



Fatalmente atroz o sangue em colapso a imagem já gasta no atrito das palavras insentidas.

Sol novamente.
Em trabalho da calcinação.
E um outro sentido das nuvens.
No (meio do) céu azul.
E aos ribeiros em murmúrio.

Fresco, bucólico.

Como as outras palavras que tiram-se em defronte ao vazio nas reuniões duma qualquer comenda do convénio. As gildas em flor encrustadas ao caminho do asfalto cru nos rastos queimados do infalível vazio.

Os desapiedados corações.
As linhas. Vidas e os conjuntos.
Os corpos saturados na pele.
Os cães da matéria.
Os acabados atritos do vento.
A solidificação dos enxames.

E à noite, quando sobe o por detrás do silêncio e fica a matéria (fresca) por momentos revela essa face (tua sem ser) de uma nupcialidade negra.

Laje. Carrega.
Dentro. A quantidade.

E as quantidades são que ficam no rosto e nos corpos como a manutenção da pele em peso enfim.

Venha o frio.
Que cale o sol tão quente.
Cadáver (da recoberta imagem).

Já sem si.

Liberta.

Esvanecida ao som desse silêncio.
Por detrás da noite.
Em queda.
Num salto.
Ou uma permanência simples.
Assim.
Como na consistente ligação esperada e fundado em cor da noite.
A essa hora do beijo que sobe em silêncio.
Na dor.
Doutro dia horizonte.
A inatingível dança do mito.
No prolongar inútil das visões sombras do mundo enfático.

A reunião.
O superficial.
As questões culturais da posição.
A ausência.

4 de setembro de 2010

Rios do abandono.
Os raios de sol.
A sucessão dos rostos.
As palavras.
A calcinação pelo sol.
O igual efeito que assim paira.
As estradas.
Outra vez um rosto.
A voz quente.
O pisar das distâncias.
(A experiência do fogo).
O corrido em vias mais que dilaceradas.
De novo o abandono.

E a noção do esquecimento reinava nas vidas como a conclusão do abandono numa utilidade das palavras e em recusa da visceral posição dos afectos fortes, como qualquer coisa, ou alguém, ou o instalar do quê que vem num manancial adentro e utiliza todos os costumes, assim, como que colocando-se junto nas manhãs da necessidade, mundano.

E num instante é o sol.
(Tu, por momentos.).
Descortinas desse fundo que reina.
Como um esquecimento.
Ao tal fugaz sol da manhã.
Nas tardes frescas.
Na conclusão do amor.

Sem que tome-se. Sem que assista. Como essa voz num eco da distância sombra tão perto em turbilhão da diferença. E a saudade do mar azul, do sal.

2 de setembro de 2010

Rastos e sons. Artefactos. O cansaço. Outra vez pátria.
Fria. O mais terrível dos exílios. A inexistência.
Solos da madeira. E junto a um homem de novo o peso.
A importância. Como a sombra que chega.
No canto. O terrível dos olhares.
Por detrás do muito das manifestações.
Em matéria ao avesso. Em mais tarde a luz baixa e triste.
Ao som da maquinaria. No árido da terra sangrenta.
Onde como que solta-se a manhã pisada ao asfalto veloz.
Na imagem surdina de uma hora remota.
Que faz os soltos cultos. Cadáver dessa terra.
E nunca termina o espaço dos rostos.
Que não chegam nessa manhã. Violenta.
Rasgada em sol. E mais atento (que) o pormenor.
Da vida que segue em momentos que suspendem.
E vai-se a ficar. A um caminho direito.

No silêncio. À sombra da tarde cai.
A roda como a dor em cada.
Que sobe e manifesta a inglória terrível, grave.
Onde pára o tempo – solene - nas partes que deslizam.

Os outros tempos não chegam.
A um fulgor do cuidado cinzento.
E a vida em recorrer do pudor e da violência.
Vem como o céu azul em sol. Árido.
Por detrás dos rostos sem amor.
Nessa maleita da imagem, do valor.

Por vezes chega um pôr quente que fica a cruzar os olhares no asfalto.
O pó das bermas veloz da canção e da dança em aterro das dignidades.
O sorriso, como as máscaras em festa de holocausto.

Frio o sangue vai.
Começa em curva ausente.
Em céu deixa-se, frio.
Como o vento imóvel.
Fundado em som.
Nas imagens caídas.