26 de fevereiro de 2009

“Existem na Melanésia relações entre as noções de mana e de tabu ; vimos que um certo número de coisas com mana eram tabu ; mas apenas eram tabu coisas com mana.”

M.Mauss ; Teoria geral da Magia

O que distingue é a ignição, seja ; enquanto um é objecto – combustível - feito em qualquer determinação e esta é a sua determinação, o outro, que também é objecto neste sentido, mais ostenta o mecanismo do próprio desencadear do processo de produção/combustão - nesta especificação.


técnica local de fluxo
numa tomada em espécie
de género grotesco.

Dicção antiga
de acerto ou não
sangue a tropel
por cima/baixo
num desdém
rente a figura
citada (u) fora
do rio em sátiro
de escasso via
outro rápido
desenlace agrário
numa maré cíntila.

Como curioso. Esmagamento. Em corrida.
Largado espasmo. Voraz numa conversação.
Colidida. Que lembro. Aterro.
O transposto de fórmula como as escarpas das Irlandas –
verdes – bandeiras do fogo.
De qualquer. Colocado. Em calada por fim.
Numa locução adversa. De nome.
E em fonte de ligamento cozido.
Assado. E posto isto.
Que digo :

lugarejo
de clara
laeva
certa
marga

assignada
do adverso
alonguecer.

Como em alocação do acontecimento.
A vários deserto em suma. Sítios.
De quantico bravo. Ontem.
Que quiser se as vezes sinta se em processão devota.
E desempatio. Como processava o lamento em queda.
´
Numa previsão. Fácil. Alegra –
simples - deste (leste ?) em agendo à vista de cabo.
Como encima numa situação assustadora.

Em lago logo à vista
numa notação
ou não num ficar justo

a ideia.

Que porquanto falta
sem cor na conjugação
mais houvera palavras
que tirasse o rumor
a mais azulados
asfaltos num lapidar
da pudência cálida
caída conversação
da gélida noite
já dita manhã
no lânguido anoitecer
dos ramos em resto
de gorja em recanto

assente.

25 de fevereiro de 2009

Fora o sangue - Nunca mais olhasse o deserto. Por fim.

Desregrado em vista. De Bloco.
É numa obstipação táctil. Restante em locação.
Que degusta. Os tóneis de cada vez em linha a tirar se tarde.

Na reserva vento. Os mesmos tecidos de acaso.
Escritos. A convénio revelar numa atenção.
Destacada. Por força de impacto.
Como indigente contorno. Esquisso.
Em parte. Num processo de redesenho.
E por blocos de violência num sortilégio.
De salto. Que mais pudesse em função de absurdo.

Agir numa vitalidade das ramas.
Citas. De qualquer ventre. A Cor local.
Em Locais. De avista. Nesta extensão.
Que fosse a falar suscitaria. Outro.

Ficado a pó. Do deserto. Em tela. Fundo.
Largo. Num aspergir em libações da luz.

18 de fevereiro de 2009

Quem escreve nas palavras, o seu sentido nelas, nunca chegará à palavra. E nunca é uma palavra, até ver. E um poderia jogar qualquer jogo desses de cada vez das palavras com mais ou menos esforço, mais ou menos desgaste. E ninguém joga o jogo que joga todos os jogos de palavras e obviamente neste ponto pôr-se-ia inclusivamente em sentido o ser tornado como a qualquer aquiescência do tipo molecular, ou pelo menos poderia fomentá-lo, nesse sentido, e isso, eu, não quero.

12 de fevereiro de 2009

A tempo norma de língua.

- recantada -

De fundição
a tal num ocorrido
dar se o calor
numa lânguida ocasião
do tépido toque.

Em rota de colisão da sombra.
Por alterada espuma escorreita.

9 de fevereiro de 2009

Índice musical.

Será que se poderia avaliar do grau socializado/socializante da música em função da maior ou menor preponderância do ritmo ou da melodia - do peso ou da leveza – na composição ?

Obviamente que, neste sentido, a “pura melodia” seria “anómica” e o “puro ritmo” (bloco) de cimento local.

Isto, obviamente, não se tratasse aqui de música.

Verdadeiramente ...

... apenas existem macacos para satisfazer se da imitação dos gestos de um outro no seu próprio corpo e dos seus pensamentos na sua própria cabeça e para dizer que os pensaram enquanto que são eles que pelo próprio facto são cortados do pensamento.

Antonin Artaud ; Suppôts et Suppliciations (1947) – Oeuvres.
Corpo.

Visceral ; imperativo o movimento expulso ao olhar do fazer após como emergente elocução, urgente imagem de nada.

visceral
obtuso
nada
a
náusea
do vazio
feito
acre
líquido
negro
o
fel
fundo
à garganta
do
tomado
peito
a fundo,
como certa memória demais revelada, presente.

Chamada ao coração visceral (n)um movimento (que é movimento) ou passagem que ascende a uma desfeita transformação, com paixão.

A processada matéria pulsa como que num adquirir primordial o corpo a saber ; e quão mais forte o coração do trato expande se a matéria mão em contorno local o corpo e os nomes do movimento visceral em produzir excedente num processo de extensão em dedos fluídos que chegam por ondas de posse aos pés, braços, sexo e nariz num despertar dos tecidos inundados de esclarecido cardíaco, como espécie de fluído vivificante que tomasse posse dos fragmentados territórios cardíacos.

O discurso do som fácil surge após o fixar do território como busca da “parte” perdida, desejada, num estado de excitação visceral que purifica se numa rítmica cardíaca da propagação em elementos. Como órgãos em ritual de posse que dir-se-ia num exercício de abraço, de coordenação, de contenção, da razão que é o desligar (cortar) no instante perplexo, antes, no momento digestivo da luz e onde, porém, algo se perde.

E para fora disso tudo diria os alternos termos, o corpo corrente, entre contado e função.

Concede se então num último laço da ilusão, em, que, como, que, se retira o corpo hipotecado numa função, disto, que se queria para começar.

5 de fevereiro de 2009

Dos termos em linha.

Qual, natural
apelo - que toca e foge -
o lamento, (n)uma outra nudez
por mesma maquinaria
duma reacção – conjuntiva -
nas soterradas partes ;

do que pensa ser,
que deve ser ;

como :

Numa analogia do funcionamento celular
(i)conomato às portas do arremeter
- sincopado, e abrupto –
ou contrato das cultivadas danças
num subterfúgio do apagar
à terra da mão manifesta.

Oculto convém selado à representação
como imposto da violência por voz
- assente e espessa – à vista do nu, abjurado nó.

Ou ressentir no mundo ; o que é como rápido movimento furtivo que toma se por indicação adversa no sítio que de bom se impera em contraversão do ardil, em diz soar.

E como falo isso de cor
e tornado a fere, e vêm
das tecidas noites,
o vale em festa,
à volta das fogueiras,
a ressoar num refazer da cor
das tendas e dos tapetes
de cinza das partes
num apelo genérico,
ou de intenção – estepíficamente - genérica.

Escolhido à vista do mundo,
tirado numa mesma volta
- por regulado, interlúdio, intempestivo -
em tecto de chispas
dos separados dum corpo
caído em processão do lamento.

Adiante o laminar furtivo som deste cortado que sinto à rápida passagem da face do marte cheio num murmúrio animal de arremeter a pé gasto o cimento das fundações da fuga ;
E numa rápida sucessão do deslocamento
- o inverso – disto e de novo dali acelerado
a uma solução deste fogo o tornar de aquecimento
global nesta casca gasta e ressequida do calor
à temperatura de passagem ; termos que volatem se
como num demais expandido e esplêndido o coração
a gasto baque da bruma como sôfrega entidade
- surda/enraivecido íman numa anunciação - sólida –
das falas em convexo

escarpo
cálido
o cabelo

das pedras fendidas a um só gesto
em riste, a mão, oposta
paixão do novo irromper
num súbito desalinho
rasgado das fontes novas, acto
alto, como a nossa figura limpa
numa actualizada “ideia”.

De basso (a)dentro – os sólidos - magnetos
acelerados numa combustão espontânea
e por descargas de inversão contra lançadas num salto,
o efeito, em campo de instante confuso
- desmagnetizado - num momento sorrido
da recordação liberta em curto circuito
sistemático duma paixão corrida

a fundo

aos olhos do marte cheio,
assim, desalinhado e nu.

Agido à figura abre a pós da parede
e refracta numa linha de vento
o traçado sorriso – desconfuso –
engrandecido a tropel das manifestações

que vêm ;

largos, louco a trejeito que diz se a matéria, cega e nua, que vai se o arremeter do ano, os possíveis impérios da pedra desmoronada ; antes fasto, único, duplo gesto – o movimento – que daqui fende em novo instante, o acto do qual se adianta.