30 de dezembro de 2019


o lentamente suspenso
de todos os caminhos
indefinidamente chegava
numa volta ao que de si
se sentira e uma vez
de perto iniciado
da mudança imperceptível
em gesto se desfez
no silêncio tenso que fazia

28 de dezembro de 2019


por antigos caminhos
se faziam na pedra rasgadas
aquelas profundidades
de uma cor e da sua sombra

e o que se respirava
de uma maneira de ser soturno
passava no mesmo instante
em que se afastava longínquo

27 de dezembro de 2019


o olhar lançado
e abandonado na paisagem
como que retomava-se
daquilo que se deixa ver presença
e exangue se sente
em volta dessa mesma presença

23 de dezembro de 2019


tocava distante aquela
presença que por momentos pausava
num mesmo peso
que preenchido a cada difusão
se dizia que ficava em desacerto

21 de dezembro de 2019


Outro um dia
dizia que passava
e não deixaria de insistir
que subia naquelas partes
se foi adentro e lentamente
em presença se recebe
como que uma luz apaziguada

20 de dezembro de 2019


O que esfera dentro
a que assim se chega
de um gesto reconhecido
concede o oposto
em silêncio luminoso
que não deixa o olhar
agora de tão perto

19 de dezembro de 2019


em rasgo de calor
se trazia o sorriso consigo
e ao tornar se recomeçava
de uma luz então requentado
fazia-se como de um fogo vazio

18 de dezembro de 2019


Do que respira
de dar-se em qualquer coisa
ressalta que uma luz de estanho
se fazia tempo naquela terra
que não decide e porém se concede

17 de dezembro de 2019


Surpreendido de nascente
como que recolhia-se ao interior
transparecido a coberto
de uma chama o olhar se levantava
aproximado e aberto
como numa sugestão de surpresa

16 de dezembro de 2019


Em hábito
Se faz o mundo
E dessa terra
E dessa cor
Que o sabor
Perdura
De tão perto
O dizer-se agora
Respira divagar
E agitado vai

14 de dezembro de 2019


Trazia no olhar pausado
uma qualquer coisa de luxuriante
e verdadeiro no qual
como que tocavam-se os planos
desvanecidos assim numa primeira figura

13 de dezembro de 2019


Cansava o sentir
se a um afazer que tudo
preenchia e agora
cai numa primeira voz
que se canta
se ao ficar se deixa

12 de dezembro de 2019


Algo de estranho
em contrapeso introduzia
o instinto ao lugar
que não de si
surpreso de qualquer outro
efeito sentido se fazia
ao inverso dessa mesma sedução

11 de dezembro de 2019


Ali repousava
o que apercebido a um movimento
defronte a traço inicial
pertencia se denso se ficava
(como que de uma sugestão estranha)
em algo assim que chegava
mas que todavia lhe não pertencera

10 de dezembro de 2019


Daqui ou dali
de qualquer outro lugar
se chegasse
em vida aos arrabaldes
e que bem
dessa maneira se apresentasse
aqui depois e agora
como que se plasmava partido
em movimento de uma única condição

9 de dezembro de 2019


E uma vez mais
que de cor povoado e distante
como que inclinava-se
mas não chegava a adormecer
desataria-o de si
como que esbatido
nesse qual pó que se faz em terra

7 de dezembro de 2019


Por todo o lado
se punha que caído em silêncio
de uma qualquer outra coisa se retomava
o olhar em contemplação
que lugar de uma vez e não pertence
e assim também não fica sempre em silêncio

6 de dezembro de 2019


Um dito de qualquer
coisa que se chegue bem reconhece
aquilo que agora a saber
se sorri chamado em silenciosa abertura

5 de dezembro de 2019


Se de uma fala
perdida lhe passasse
a um outro lado
chegado se buscaria
abertamente

4 de dezembro de 2019


Se ali se fixasse
como que n'aquele lado da memória
de uma sombra em posição
não traz consigo
e ainda mais de um sabor claro
que se dá de qual ao mesmo
lugar chegaria desvelado
em olhar defronte ao que se faz partido

3 de dezembro de 2019


Era uma vez dessa chama
da qual se parte em defronte
ao sentido dos espaços cadentes
uma e outra vez se depara
que nos damos ainda mais chamados
era o mesmo ainda possível

2 de dezembro de 2019


Por assim cansado
e a um que não chega
se fica ao limiar
como que a dormir
que acossado se torna

30 de novembro de 2019


Ultrapassado
por tanto e povoado
a cada chão
que se tome assim devastado
e aceite ao sentir
se como que esvanecido

29 de novembro de 2019


Algo que dali fere em temor e tremor

Se contra dito insinuara
ao despertar-se numa atenciosa
mímica soltasse
um olhar de neblina
avançava a silenciosa manhã.

O percorrer dos ossos
num frio tenso ali do murmúrio
subia o lamento
ao rio atrasado que entrava
a cada recanto
e passava devagar
suscitado dessa presença
ao peito em rubor
que ressoava de longe
num arrastar silencioso
de peso de perto
assim como sentido
por entre a densa vegetação.

E ao levantar-se
de dentro ao lugar abandonado
de encontrar-se assim
perdido por detrás
de uma cortina de bruma
um só por si
mesmo se caiu largado
na sombra esquecida
do olhar em volta
das coisas desejadas
como se chegasse ao calor
em nota de pensamento
por diverso fazer das coisas
em chama perguntou
por reclamo da palavra
que ao longe um sabor soava
dos mesmos corpos
indefesos vazios
por entre as cortinas de sombra.

28 de novembro de 2019


Qual nota
De espaço o efeito
Fica numa luz
Que escoada dali chega

27 de novembro de 2019


Seria destes
o qual se faz celebrado
que sentira
em volta num segundo
outrora
de rumor se tornasse

26 de novembro de 2019


Deixava de longe
aquele peso que lentamente
chegado se dizia
qual triste chama de um sorriso
que no tempo
como que esbatido desaparece

25 de novembro de 2019


Uma vez que por todo
o lado em volta se punha profundo
peso que sobrava
em plano que à partida intuído

23 de novembro de 2019


Chegara numa hora
em que dali se olhava e de seu silêncio
em algo de diverso se feito
fora em movimento ter-se-ia
com certeza desvelado
em qualquer presença ainda que tivera tanto de irreal

22 de novembro de 2019


De longe o olhar
retirava-se como se nada fosse
e dessa vez se entregava
o rubor de um grito
que soava nos vazios corpos
como que indefinidos
por entre uma cortina de bruma

21 de novembro de 2019


Uma chama de peso
e que ao tornar-se venha
e a si perto
e como se esquece
do que fazer apelava
daquela palavra
que não chega
para mais em silêncio

20 de novembro de 2019


Que fazer perguntar-se
-ia o olhar depois
que investido ali ficava
que diverso nas coisas

19 de novembro de 2019


esotérica da verdade nas palavras:quase sempre que penso ou considero este tema da verdade das ou nas palavras ou linguagem me vem à memória aquela história que li já não me lembro onde do homem que à beira-mar placidamente se entretinha a desenhar sucessivos símbolos na areia e que sempre se sorria consigo quando a espuma ali chegada das ondas como que os engolia um após o outro

18 de novembro de 2019


Em devagar presença
de um rubor em rumor insinuado
ressoava de peso
o que assim se adivinhava
e tornava de longe
como que num restolhar silencioso

16 de novembro de 2019


Entrava atrasado
na bruma o silêncio como
que suscitava
em cada recanto a impressão
de um rumor passado

15 de novembro de 2019


O que fica chega
como que num murmúrio de lamento
assim misturado
sobe a um rio acontecido

14 de novembro de 2019


O olhar estendido
até onde o mesmo que chegava
impressionado se mantinha e silencioso
avançava a manhã
ao tempo do frio que nos ossos percorria

13 de novembro de 2019


Como se contra dito
se insinuasse e assim desperto
em atenciosa mímica
soltasse o cuidado em magma
de um grito de neblina

12 de novembro de 2019


E ao sabor aberto
de quem se faz das coisas desejadas
passa-lhe o calor
de uma luz
por qual nota de um pensamento elevado

11 de novembro de 2019


Lento agora recomeçava
o que por si só se faz quando se larga
caído da sombra
emerso de um olhar esquecido

9 de novembro de 2019


Era uma vez de perto
se reconduzia qualquer medida
de ver se encontrava
como que perdida
por detrás de uma cortina de bruma

8 de novembro de 2019


Levantava depois
e o olhar que silencioso se fazia
retirava-se adentro
assim como que ao lugar abandonado

7 de novembro de 2019


Numa só clareira
de sombra passa aquela
presença que se sente ao passar
de perto ecoada chega
por entre a densa vegetação

6 de novembro de 2019


Sai que nada espera
Sabendo no entanto que a coberto
Se não chega
E a partir de quem
Se não chega significado

5 de novembro de 2019


Dito decido
que naquelas palavras
defronte
um movimento separava
aquilo
que de novo regressa

4 de novembro de 2019


não duvidara
de cada movimento em que esvaído
se soubera o limite
de quanto aquilo sentido
se deixa como que de costume

31 de outubro de 2019


Num sorriso de qual ideia
por mais do fulgor obnubilados
seguimos por tanto
e tão pouco aos labirintos
em que suplicantes nos recebemos

30 de outubro de 2019


Cada sorriso acentua o sentido
do reflexo que devolvido
de nada numa espécie de compreensivelmente
a resposta em cada caso
como que se sabe
e assim certificada de não saber-se

29 de outubro de 2019


Único mas não claro
que possuísse da forma o reflexo
e assim demorado
se saboreasse num espaço
de tempo que afinal era ameno

28 de outubro de 2019


O local reflexo
de seu lugar se desloca
num hábito que
mais vale o silêncio
mesmo que feito das palavras

26 de outubro de 2019


Um sorriso e o olhar de fora
implica-se como que precipitado
num relance de peso consigo
que qualquer suporte transforma
num sentido ao redor da narrativa

25 de outubro de 2019


Sempre que o signo
sorri qual habitual espelho
que devolve e desafia
num silencio perante
o não revela minimamente
em banal suporte
de um movimento disto

24 de outubro de 2019


Do revelado momento
A dois em raros reflexos
Como que nos mantemos
De uma qualquer outra coisa

23 de outubro de 2019


Alguns restos
Das pegadas de seu
Próprio marcas
A substância de qualquer

22 de outubro de 2019


Não fundamento
daquilo que enforma
o lugar silencioso
num indizível sorriso
como que assim se reconhece

21 de outubro de 2019


Uma vez que inicia
O trepidante meio
De sentir se significa
Num pressentimento agora
Elevado nas palavras

19 de outubro de 2019


De cada altitude
se depreende um panorama
que nada em contrário
assim se sucedesse em ritmos de acerto
e num passo virtual
o banhar-se agora assim
naquelas águas negras
quase imóveis de mistério

18 de outubro de 2019


Ancora devagar
que afim do canto particular
se passa por cada qual
medida de uma certa coisa fechada
um sonoro esboço
em silenciosa comunuicação

17 de outubro de 2019


De mostra a memória
Pode em boa surpresa digamos
assim reter-se na lentidão do abismo
Como que suspensa
de um grito que não
se faz com qualquer condimento

16 de outubro de 2019


Por força do hábito
E se diluído em natural do mesmo
Não demorava mas quer-se
Em precisão que o olhar
Não seja e assim sucessivamente

15 de outubro de 2019


Não apercebia porém
Que da sombra do silêncio
Perpassava aquela forma
Que qual conjunto de todas as ideias
Recomeçava do mesmo
Como que esvaído indiferente

14 de outubro de 2019


Esotérica da estranheza

Isso, enquanto aparecer na 'sua forma' subjectiva, por assim dizer, é como que a própria matéria disto, que ao assim manifestar-se se revela, digamos assim, naquele momento a que se costuma chamar a 'estranheza do sentido'.

12 de outubro de 2019


Desconhecido de lado

E como que a ponto de o dizer
de surpresa dispunha
casualmente algumas linhas
a meio das coisas

Num qual suposto processo
Que em limite indiferente

11 de outubro de 2019


Do sinal de fundo
Tornava em absurdo a matéria
Que qual abolido instante
Miragem do mesmo
Envolvia de detalhe o silêncio

10 de outubro de 2019


Esotérica da tendência:

A 'tendência' não é mais do que
aquele mecanismo que a partir de ou no 'pressuposto' de uma certa e artificial aceleração do metabolismo natural por assim dizer da substância ou sujeito
visa por meio de uma selectiva e determinada aplicação de opostos em si
suscitar ou induzir o aparecer da mesma substância assim condicionada num estado 'infinitamente' de passagem digamos assim.

Como 'substância' a fim que afinal é meio e vice versa e assim sucessivamente.

9 de outubro de 2019


Tens de temos
de saber que o saber
se pensa de um
outro que verdadeiramente
sabe que não sabe

8 de outubro de 2019


Da arte de cada espelho
Emerge o abissal fundo supostamente
Em qualquer coisa
Mesmo que um tal destino se cumpra

7 de outubro de 2019


Prolongado de pedra
Simulava um aparecer
Como que esvanecido
Relance de mistério

4 de outubro de 2019


De uma porta larga
Um sorriso de perto
Volta os pedaços
Das bocas em solfejo

3 de outubro de 2019


Abertos azuis se vão fazendo
Os brancos sais de branco
Invisível tela
Naquelas manhãs cinzentas
Sombras de uma certa brancura de branco

2 de outubro de 2019


De parte a seu fim
Num esquecimento original
Agora esvai-se
Por maneiras de uma palavra

1 de outubro de 2019


Sono de uma certa maneira
que cai-se e não parte ao fio de cada espelho
entre a cor e o dizer-se
de uma certa presença respira num murmúrio lento

30 de setembro de 2019


Destoa de mesmo
O lugar de uma leveza
ao instante
uma folha cai
Feita de uma outra musicalidade
entranha o mistério
por assim dizer
Que dessa parte em abismo

28 de setembro de 2019


Chegado de qual princípio
A uma certa posição
Contrastante um pormenor de luz
Incidia no lento
Soerguer das formas em confronto

27 de setembro de 2019


Diferente de costume
Esperava-se ao percorrer do tempo
Uma qualquer passagem
Em que largado
Se sucedia enquanto se ignorava

26 de setembro de 2019


O gesto marcado
de um sorriso segundo
como que manifesta
a passagem ao acaso da narrativa
que chama no simples
chão de um odor a terra
o rubor encerrado de uma sombra

25 de setembro de 2019


De insinuante
Um sabor adentro
Em cada seio
Se desperta numa origem
Por assim dizer
O dia em suor
De uma esvanecida visão

24 de setembro de 2019


Escolhido de encruzilhada
E uma vez numa voz encontrava
O acaso que faltava
De saber-se em parte e dessa forma

23 de setembro de 2019


Na volta de uma qual rotina
De si se encontrava em cada figura
De percorrido acrescento
O odor de um mesmo que sensível

21 de setembro de 2019


Entoado de pedra
O redor da montanha desperta
dormente em cada um
tende a desfalecer esquecido
e nessas linhas permanece
em movimento a seu fim
o qual não será de partida

20 de setembro de 2019


O olhar de lábio
Semicerrado entranha
De mais perto
Uma vida passada
Gesticulava cortante
Em dividido silêncio

19 de setembro de 2019


O gesto como que desfigurado
Por assim dizer de uma atenção de conjunto
Gera inocentemente o acordar
De um fundo que destoa
Das mesmas coisas ao inverso
Parte e (in)forma de uma sustentada superfície

18 de setembro de 2019


Ao longe em panorama
De harmonia desce da montanha
Uma sombra das alturas
Que divide os territórios
Outrora desconhecidos
Num fundo que mais parece
O caminho dos ossos secos

17 de setembro de 2019


Caminho mas por princípio
num passo de quem
Se porventura chegaste
em cada pormenor
Comovido a desfilar
na paisagem
Das cores de cada figura

16 de setembro de 2019


O destino da carne
Como que de um silêncio mundano
Esquece o que dizer
E num sussurro
Marca de improviso a vontade
De partir de súbito

14 de setembro de 2019


Demora a vontade
Ao interior de uma antiga
Forma que vela junto
Ao caminho
Numa espécie de intervalo

13 de setembro de 2019


O atraso de cada forma
A quem fica no mesmo se perde
E como que lentamente
Reencontra o lugar antecipado

12 de setembro de 2019


Em vivo semblante
De festa o lugar das coisas
Faz cair aos homens
Que por ali se aventuram

11 de setembro de 2019


algo de mais seria
percepcionado não propriamente
'o' percepcionado
mas de uma maneira algo
confusa algo
enquanto que absolutamente reflexo

10 de setembro de 2019


Conhecer-te
ao cerco de uma pedra quente
De fronte
o perfil de uma face de composta.

9 de setembro de 2019


um dia alguns
descarnados restos
se alevantaram
enformados do melhor
parecer possível
para cada situação
num rasto de desenvoltura

7 de setembro de 2019


um dia um grito
como que assegurado de um ambiente
despertava florido num gesto
que praticamente invisível injustificava
o quanto em nocturnos da palavra

6 de setembro de 2019


não suporia
que porquanto continuado
por meio de alguma actividade mais
ou menos lúdica
um ruíra
de regulado universal em gesto

5 de setembro de 2019


o gesto considerado
de perto em próprio de razão
liberta o sentido
estratégico que ultrapassa
o sentido do mesmo

4 de setembro de 2019


perder a face
no jogo da posição
e não só
infiltra-se de mundo
na palavra
de um pensamento que não o seu

3 de setembro de 2019


impossível (não) é dizer
o próprio do dizer assim como que limitado
numa sua forma que qual
potencia de tudo chegasse momento
a finalizar-se impregnado de um fazer verdadeiramente
adivinhado que logo reconhecido

2 de setembro de 2019


Ela de seu nome
Subia a ladeira
Ao tempo dos cabelos
Ia pelo caminho.

Despertara o anoitecer
Nas entranhas uma comoção
Sucedia a cada porta em afazer de recato
Por palavras de sincopado lamento
E a um colo de costume
O seu nome a lisonjeira carne
Dissipava nos dedos
A terra flor do lugar tão gentil e formosa.

31 de agosto de 2019


antes e depois
em alimento de razão
aumenta e diminui
do decurso da imagem

30 de agosto de 2019


quanto mais denso
o véu mais revelado o sentido
tanto nos seus pontos
(e)mergentes como
nos seus pontos (i)mergentes

29 de agosto de 2019


exotérica das colecções:

colecções de coisas são mobilizações
em torno de um interesse e a qual inscrição
numa superfície mais ou menos
memorável geralmente chamamos função simbólica

28 de agosto de 2019


Esotérica do antes e depois ou razão de facto e circunstância.

Antes e depois é uma aplicação que decorre pela própria natureza da mesma do ‘gesto’ arbitrário que funda simultaneamente espaço e território.

O espaço envolvente como que condiciona o território e vice-versa numa qual duplicação do ‘costume’ por imitação e constitui-se assim paradoxalmente no tempo e na hora como hábito enraizado e reconfortante.

Uma espécie de compensação mais ou menos sentida em necessário de uma justificação qualquer.

Esta fundação é portanto e simultaneamente um processo de limitação que vela e sedimenta o acto por meio de um certo manto racional de ilusão e assim torna a consciência particular por assim dizer velada e paradoxal de um certo território na sua justa medida.

Um qual ‘truque’ de ilusionismo em que a aplicação que é essencialmente racional desvia a atenção do ‘objecto’ da própria razão que daí justificada estende-se então a partir de algumas contracções mais ou menos controladas em projeções de uma figurada distância que produz ‘enganos’ quer de ordem prática quer de ordem teórica por assim dizer.

27 de agosto de 2019


Do pronome reflexo em duas formas ‘daquilo que se escapa’:

Algo a si mesmo se escapa ou de si mesmo se ausenta.

Da primeira expressão como que se pode sentir em segundo sentido o possível da expressão como sendo este uma qualquer anomalia da percepção de algo que ‘assim’ se apercebe da falta de algo em algo onde deveria estar para começar.

E se no segundo caso podemos dizer que este algo experimenta algo como sua exteriorização digamos assim e que aqui a expressão corresponderia então a algo de sentido ou seja o acto ou movimento de ausentar-se ou exteriorizar-se agora no primeiro caso pressupõe-se uma predeterminada ‘forma’ que deveria ser percepcionada e que o é efectivamente mas como que anteriormente marcada de ausência e que por esta mesma razão estranha o percepcionado que não está ‘como’ ou onde deveria estar e assim de marca ou sombra uma ausência.

Em qualquer dos casos o sujeito o verdadeiro sujeito da(s) expressão é o pronome reflexo.

Mas enquanto que no segundo caso este se experimenta no interior da acção de algo que se escapa de algo no primeiro caso que coincide a um segundo (e duplo) momento o pronome reflexo constitui-se em sujeito a algo de novo que afere a percepção truncada a partir do exterior da expressão nos dois sentidos se é que me faço entender pois é de facto uma forma de expressão de algo muito subtil que sucessivamente remete a ambos os termos por assim dizer.

O primeiro momento (segundo) é pois como que o reflectir-se de algo que se desdobra no conceito por assim dizer de dois termos acabados e cintilados do reflexo ‘que’ se escapa ou seja como se atingisse a consciência de ser objecto numa consciência ‘dupla’ e indiferentemente objectivada.

Outras formas possíveis.

O plano é qualidade universal de um partilhado sentimento em movimento sentido que institui o objecto imediato por meio de um qual juízo sintético digamos assim.

E o objecto dinâmico é como que a representação desse movimento o qual é sempre e portanto categórico.

Senão vejamos:

I – ‘algo como que se escapa’ qual ‘forma’ da representação ou das representações possíveis da identidade de se do reflexo e esta forma sugere a forma ‘a’.

ii – ‘algo se escapa para’ que não faria muito sentido até semanticamente ou assim porque a extracção original aqui seria contraditória ao movimento ideal digamos e como que reconduziria ao interior da primeira forma ‘de’ um categorizado qual pôr-se em simultâneo de si identificado este a algo que se constituiria como uma outra forma de identidade assim justificada fosse do que fosse ou em função do que fosse..

iii – ‘algo se escapa em’ se esta forma remetesse ao perímetro exclusivamente interior da mesma forma não chegaria nesse caso a desdobrar-se para fora antes estranhamente desdobrar-se-ia no interior de si por qual forma do em si da cintilada reflexão e seria portanto e neste caso uma aplicação.

24 de agosto de 2019


Qual derramado véu
Que de fora se faz o mesmo
Em acolhido sentido
No lugar vazio
Da memória da carne.

O momento a dois de uma face em terra
Olhar a meio se fazia o seu corpo preenchido
Sucedia de cor ao suspenso horizonte
Assemelhado ao rumor de cada amontoado
Por confusas palavras de um costume
à primeira vista chamava da linha anterior
Nos membros estranhos aquela figura
Esquecida de um levemente ardor de lamento
Que mais parecia o envolto amanhecer
Dos corpos acesos nos partilhados mantos
Dos alguns gestos daquilo que soubera a pouco.

23 de agosto de 2019


A arte, enquanto espontaneidade interpretativa do real, digamos assim, tem como 'primordial' função, se é que se pode falar de função neste sentido, o fazer aparecer ou 'coincidir' o plano de fundo de uma particularizada universalidade, por assim dizer. o que a moda também faz diga-se como que intuitiva e funcionalmete desta vez sem reservas diga-se, ao intentar o traçado de uma certa tendência universalizante do particular, que mais ou menos inadvertidamente conforme as circunstâncias, igualmente coincide e assim faz aparecer, o mesmo 'plano de fundo' que aqui em causa.

22 de agosto de 2019


O acaso
da colagem das palavras
quando assim por véu lançado de um sítio muito elevado
como que recomenda
e assigna um certo
e (in) condicionado dever de aceitação.

21 de agosto de 2019


algo se escapa
num movimento que auto-
referido de condição
sensível se tira
de qual mensagem sem no entanto
se chegar enquanto tal

20 de agosto de 2019


recordado
de uma outra recordação
de peso incitado
a uma passagem de dia
que a noite
assim como que ficava

17 de agosto de 2019


a natureza daquilo
que se escapa
e do que escapa
escapa-se por sua vez
em virtude
de um quase contacto
por assim dizer

16 de agosto de 2019


De objecto

Chama-se habitualmente crença de objecto aquela linguagem que liga em valor aquilo a que poderiamos chamar dom potencial do objecto a qualquer objecto que assim se constitua em engano no pensamento e também na consciência.

Qual percepção de uma condição perceptiva.

Que de fora do acto expressa
o tempo em coagulado sentido
ao figurado momento
e constitui dessa miragem
o mesmo 'ao' meio da linguagem.

O tempo é portanto condição da linguagem de objecto neste sentido qual meio adjectivante que suscita a pergunta pelo acto inscrito naquele em mesmo a tempo e assim adjectivado

como que tira-se da relação
dos dois lados em função de mas do quê
que geralmente
é expelido acolhido e reproduzido.

Neste sentido
cada adjectivação é como que que a manifestação de um instinto
ou afirmação de espécie num ponto de vista
em que um dos lados é objectivado em sentimento sem rodeios.

O adjectivo é portanto e neste sentido repito o que move e o que é movido e o tempo a sua condição de ser mediado em objecto.

14 de agosto de 2019


disperso a partir de nada
deixar-se-ia então numa tentação de ponto
e assim justificado
qual estátua de profundis ficaria
até que algo eventualmente lhe chegasse

13 de agosto de 2019


sema o tema
da mensagem que se escapa
a quem sujeito
e porquê desrazão

10 de agosto de 2019


nem mais de sim
esperar-se-ia de uma palavra
ausente
que nos seus pontos assim marcados
de sombra
um peso pesasse em volta
o que deixaria como que estendido o vazio

9 de agosto de 2019


paira que saber-se
enquanto pode o que não é
como fica e o que fica marcado
e afinal apenas manifesta
o habitual sentido
que assim lhe reconheçamos

8 de agosto de 2019


quer-se um certo empenho na imagem
pois enquanto a melhores dias se vai avançando
em limitada causa de sujeito
um outro como que a alta-voz carrega
os reconhecidos sinais
de um mesmo efeito que assim manifesto se espera

7 de agosto de 2019


esotérica da amplitude:

a amplitude
é como que uma redução partilhada
mas concebida em boa fé
caso contrário é apenas mais do mesmo
por assim dizer

o gesto contido de numa certa tensão
interior daquela memória antiga e esquecida
pairava como que suspenso de um fugaz
calor quando algo súbito marcou no mundo
essa mesma expressão
que para dentro do olhar agora se retira

6 de agosto de 2019


Da extensividade

Partia bem de não tanto
como dizer daquilo que não pode ser
se sabe e assim continuado
participaria da produção dos restos
dissolvido disso
que se faça num sentido qualquer

interrompida ao maquinal dessa linha em movimento adiante
uma figura sobe que não sabe e ao repetir-se da repetição de o fazer-se
repete o próprio em mesmo que se busca dissolvido disso
e de fora não se tem e na sua mente como que diz-se de si para si
- não será de quaisquer termos que o produza como deve ser –

por assim dizer:

passado todo esse caos passado
no crivo passado todo esse
caos passado no crivo
passado todo esse
caos passado
na ordem
do crivo

passado na ordem do crivo todo esse caos.

Entre termos de tudo e nada ordeiramente passado
desse crivo e desse caos imediatamente
ficaria como que o impreciso momento dos coincidentes
em coincidente momento da notação
num processo do qual o atingir não é para aqui chamado

e o paradoxo
a quem do paradoxo
passa do paradoxo
se passa do paradoxo
não se diz
pois nesse caso seria
paradoxal dizer
que no paradoxo da coincidência
se passa de um paradoxo
qualquer

rebento em assimetria do momento paradoxal
deixa um sorriso rasgado e amargo distenso daquela ironia
a que alguns chamam a queda no instante e no fundo –
e atente-se ao uso da palavra fundo –
daqueles coincidentes termos que se anulam
tal que fique já não ‘o’ mas um
não não é de qual superfície de fundo intuída se abordaria
num impacto aquela coincidência que não é
nenhum impacto antes um quase impacto de fundo intuído
desvelado nesse mesmo instante enquanto ausência
de fundo e por meio dessa mesma intuição
chega-se a um choque ao fundo da ‘sua’ ausência
qual impossibilidade de fundo mas bem à superfície das coisas.

E tudo isso seria talvez muito interessante se não fosse nada
ou se levasse a nada mais do que isso
aqui tomado como aquilo que se procura
para proceder a uma certa finalização
não de um outro neste mesmo sentido
mas a um qualquer outro e assim referido enquanto tal
que no fundo quase bate
e que ao após dessa sua coincidência
e assim tocado do instante em que predicado se intuísse anulado
numa outra coisa acabaria mas não porém como satisfação

que qual identidade dos termos
ao coincidente instante da coincidência
em que tudo e nada é o mesmo e algo imediatamente
se escapa ou então adianta como num espelho
para a frente e num salto e ainda outras vezes para trás
deixado a reflectir-se da memória
dessa mesma imagem num qual cego percurso percorria
os outros tempos dessa mesma memória

o que é um conceito que hoje em dia tentamos ultrapassar em absoluto.

Pois um dia sim mas no caminho ascendente por assim dizer
como qualquer da memória que num outro se permaneça
e assim venha a contrapor-se a um outro da memória de pensar-se
errado seria nesse caso o passar-se assim sem mais
por uma porta ou qualquer coisa de semelhante como que propagado
por entre os termos dissolvidos desse momento em antes e depois
da memória passada e como tudo e nada o que não é de tudo
nem de nada surgiria então nesse tal ‘predicado pelo qual’ se ansiava
como que destacado desse entre dito trajecto para se vir a ter
num outro transfigurado terceiro que qual figurado fantasma
de quase absolutamente nada ‘do’ pensar-se assim de um choque
se desse marcado dessa mesma transposição e em face
dos agora incluídos termos daquela marcação que se ‘lhe’ opusera
produziria então ‘o combate’ em veículo dessa mesma oposição
possível como se disse no que transita de ter-se fora
considerado nos próprios termos predicados de um outro de quase nada

e retirado em fogo disso
que era o que se queria para começar
nunca chega verdadeiramente
a sair dos termos e aí se dissolve
em qual de caído próprio
que atinge como que reconsiderado
o processo do dissolvido sentido
do anterior trajecto
que de tal objecto ficara
dos opostos nesses termos
num reflectido reflexo
das optativas cores qual entidade
em queda de ser
que possui como que a ‘memória’
de um terceiro
em transitivo processo
de tal predicado de fundo
que continua coincidente
‘o outro nível’
do assim impregnado
processo ‘da’ equilibrada criação.

3 de agosto de 2019


nem com toda a certeza
o parecer das mais favoráveis colecções
por meio de algumas pinceladas
de deserto e mais algumas letras de lapela
subia a um tenso da vaidade e na paisagem os azuis
sóbrios nocturnos
da palavra dos quais continuamente se fazia

2 de agosto de 2019


usualmente não
mas pleno de manto e o mais
possível quanto de recurso
um quarto de papel
uma fruta de esquina
a que manifestamente inconsiderava

1 de agosto de 2019


reafirmar
por todos de uma vez
o atento
da insensível razão
que estranhamente destoa

31 de julho de 2019


cada decisão qual instrumento de escolha
liga os objectos em palavras
e surge qual aparente arbitrário das possíveis combinações
de uma certa e assim manifesta tendência

30 de julho de 2019


Do outro

chegar-te em silêncio
que fazes versos
preenchido num salto
de cor adentro
as idades num gesto
adiadas a cada minuto
nas ruas em silêncio choram

seguir-te-ia recentemente
mas apenas até um certo ponto da palavra
que de fronte se apresenta
canto que não seria motivo para tanto
e não quer dizer o mesmo
que lançado das palavras se conceda
naquela voz em que a sorrir te partes
não sei de que peso te leve em lacerado ritmo

eu cá por mim esperava mais pela noitinha
que perto chegasse e então acompanhar-te-ia
em silêncio a noite parece um rumor
que a cada dia em promessa chega renovado

e caminhas no entanto esquecido
por entre as máscaras que em volta te habitam
enquanto passas no teu passo
que parece lento o acompanhar-te envolto
não sei de quê cansou-me
de estar num gesto a presença das coisas
que assoladas soam
nos recomeçados restos de uma luz ao longe
a chuva nos teus passos pisava
e regressaria em presença ao trepidante leve
sinal em que caminhas
cada gesto da silente agonia que passava
nos teus olhos como um respirar
daquele não sentido a um pensamento contigo

29 de julho de 2019


Da mão que lava a outra
Lavaria as mãos devagar

Pensara num momento ir lavar as mãos devagar mas antes notado ao momento seguinte desse mesmo impulso que não concretizado do ir lavar as mãos devagar como que sublimara num outro sentido

pois impulso não é decisão
que todas as decisões são devagar
e levam o seu tempo
caso contrário não seriam decisões

notara das mãos devagar que as mãos notaria apenas e se se tivesse concretizado devagar esse primeiro impulso
o que não quer dizer que as tivesse efectivamente lavado
mas antes que em liberdade notou que assim sentiu de imediato
e assim se estabeleceu numa diferença esta entre o dizer que fazer e o fazer propriamente dito
que não pretendendo no entanto com isso demonstrar-se do que quer que fosse
ter-se-ia então limitado a deixar que esse facto aparentemente inútil de escrever que lavraria as mãos devagar
se fizesse notar numa folha de papel outrora branco
e a distinção que aí se lhe faz

já dentro a noite das horas
se é que se pode considerar a noite
a das horas ao pensá-lo
se distinguia numa outra noite
o que fica muito claro
sem contudo se pensar muito nisso

pois aquele instante
em que se pensa e repensa
separado muito rapidamente
por momentos suspende
o que sem pensar se escrevera
numa folha de papel
de regresso ao instante
em que a notação se parara

depois estendido
num outro que diferente
poder-se-ia considerar
uma observação de ‘mim’
ou do que sem pensar
se fora escrevendo

do que se vai pensando
do que vai escrevendo
em qual cor se vai pensando
que se vai escrevendo

e por aí fora numa outra direcção
estendido em volta
do que tornava desse mesmo
ponto se parou
fora do tempo verbal

e adiante observou
que separado ao momento
em que já não escreve
sem pensar apenas espera
que lhe fale o que escrevia
e assim sem pensar se manifeste
por qualquer maneira
o que parou de escrever sem pensar

(por muito que esta linha
possa parecer forçada
foi escrita sem pensar)

pois então já não era
o mesmo que separado
lhe disse adeus
e agradeceu o ímpeto
por assim dizer
e mesmo assim não
ficou no mesmo
que então escrevia

porque parou para pensar
saído para dentro das palavras

que como que estendidas
às avessas desse ‘mim’
pensado se tornara
a escrever da curiosa
experiência de estender-se
num espelho branco
para aí se ler e pensar
observou de repente
que num outro
um mesmo se espera
suspenso de chegar
a um não sei quê
que assim se pense

e embora tenha uma certa experiência destas coisas sempre acabaria por me surpreender acrescentaria pois embora de todo esse não fosse o tema suscitado

uma brusca paragem
e a sua posterior observação
suscitada de uma não decisão
e o deixar sair-se mesmo assim
nesse impulso de escrever
a fictícia decisão de ir lavar
as mãos devagar
e o acrescentar-se daí reflectido
o reconduzira sem dúvida
agora e de novo à decisão
de escrever que notara
que lavaria as mãos devagar
a pensar que o escreveria

mas nesse sentido
era já muito tarde

27 de julho de 2019


sem qualquer ponto fixo ao qual se agarrar
com certeza que se não poderia conceber uma qualquer aparência
por mais que conturbada fosse e num sentido
de exagero ou mesmo num certo sentido de falta de exagero

26 de julho de 2019


esotérica do esforço:

a bem dizer
expressão de todas as possíveis
notas em silêncio
da substância que é o esforço

25 de julho de 2019


isolados os efeitos
a uma mesma causa afectados
a razão considera
livremente o que não está
e a cada geração
recomeça sempre de novo

24 de julho de 2019


o hesitante da partícula
qual mensageiro parece
um passo dado
no confortável sentido

23 de julho de 2019


algo se escapa
em sinal de ponto
por menor do qual
na posição limita

o ventre de todas as afecções
agente de todos os nomes, de todas as lógicas

22 de julho de 2019


reconhecido num buraco
de agulha espreitava
ao similar do conceito
que adivinhado
enquanto verdadeiramente
compreendido

20 de julho de 2019


do situado acto
a um atento destacado
tudo evolve
naquela plástica condição
que preenche o movimento acompanhado
de si numa nota
e a cada palavra penetra
o perfeito (por assim dizer)
da forma adivinhada

19 de julho de 2019


de posse e uma vontade
ao potencial da posição aglutinada
qual mobilizado num interesse
e o agente fora
como algo mais que uma simples persona

18 de julho de 2019


de alimento incorporado
o sonho de uma simples forma
qual mensageira partícula de um mundo antigo
acerta por quais eflúvios filtros
o sofisticado sentido de um represado jorrar

17 de julho de 2019


esotérica do movimento de fuga: um movimento de fuga é (neste sentido) um segundo momento sentido que se desinteressa, que distingue

16 de julho de 2019


esotérica do efeito:

de igual preenchido
o momento apenas pode ser dito
enquanto a visível forma
de um efeito que não causa

15 de julho de 2019


hesitantemente enquanto crítica
faz-se uma carga de sugestão forçada
que impregna de um corpo estranho
e o ouve em partes dessa e de outra maneira

cada critica da imagem
de uma dada imagem
é uma revelação dessa mesma imagem
que inicia a imagem
num certo discurso em trânsito da imagem

13 de julho de 2019


considerado preciso
de qual sumamente a esse ponto
o fixava frio
mas sem qualquer afirmação

12 de julho de 2019


o absurdo em nota singular
agrada sem mais quando assim referido
o que não quer dizer o mesmo
ligado ao intimamente
do ambiente em valor verdadeiro
se é que me entendo
faria então de tal prerrogativa
o separado sentido
por meio daquelas maneiras
de uma sugestão esperada

11 de julho de 2019


a notada disposição
antes de quaisquer palavras
precede e não precede
fica das palavras
qual corpo das palavras

10 de julho de 2019


não seria todavia
num dia surpreendido
em passageira expressão
antes invisível presença
o olhar se ressentia
mas de uma qualquer outra coisa

9 de julho de 2019


qual fixa imagem
de um efeito de porta

o parcial natural efeito
amplificado afirma um funcionamento
claro apelo fechado
ao horizonte assim limitado

8 de julho de 2019


temos de nos fazer contentes
e que por esse meio chegassem
aquelas imagens tão familiares
que nos libertariam
de uma qualquer ocupação
mais aborrecida suponho que assim sendo
se perderia uma certa noção
de conveniência por esclarecer
mais do que ultrapassada que nem sequer
descrença pressupõe
a própria constituição de um conteúdo preciso

6 de julho de 2019


acabara de chegar
como que impregnado
de uma certa sonolência
insípida
e tornara opinativo de que
mas mesmo assim
como que reconhecido

5 de julho de 2019


dizer que cada símbolo tem o seu ritmo a sua informação e que o signo é como que pura melodia o fluir constante de um qual valor de que existem tantos conceitos e quantas combinações possíveis o que nem sequer aproxima diga-se ao misterioso momento de um a outro sobre posto plano de fundo que se põe como que de sempre digamos assim

4 de julho de 2019


que sentido das palavras

que o sentido seja construido em processo de composição poderia parecer algo bizarro dizer-se
que afinal o sentido seria não inteiramente aleatório e que portanto seria como que dotado de um certo valor estético por assim dizer
que os objectos daí compostos se relacionariam com a percepção dotados de um valor afectivo digamos
que pareceria bem portanto e assim reconheceríamos uma certa ligação desse dito processo
que imediato aconteceria quando nos deixados como que livres por assim dizer nessa produção em composição de sentido
que senão sempre nos chegaria como que de nada e fundaria verdadeiramente uma certa relação de valor digamos assim
que constituir-se-ia em próprio sentido e cor faria sentido ao reconhecer-mos as palavras ou os objectos desse sentido compostos
que uma espécie de chamada de atenção chamaria do objecto de qual processo constituído e seria propriamente esse o chamado valor neste sentido
que o aferir desse mesmo valor em diferença seria como que um continuar e suceder-se-ia portanto num sentido primeiro e segundo
que qualquer desses lados por assim dizer se prestaria a uma classificação de origem digamos mas no entanto inteiramnete fictícia diga-se
que a ligação dessas partículas em objectos e palavras fosse essa ligação afectiva estética ou o que lhe quiséssemos chamar estabeleceria e seria estabelecida de e num sentido sem que no entanto lhe pudéssemos a este sentido chamar verdadeiramente sentido antes algo como um proto-sentido da composição e que decorreria do mesmo processo de composição
que iluminar-se-ia por assim dizer por partes ou segmentos diferenciados e destacados estes sobre o fundo da matéria dada por assim dizer e recomeçaríamos...

3 de julho de 2019


como que aberto ao quantitativo
do gesto em critério de medida
a fixa escala de uma imagem desejo
reverbera noutro efeito interpretante
por assim dizer que praticamente

2 de julho de 2019


esotérica do esotérico

passa o agora
pela ideia na cabeça
qual diálogo
em silencioso selado
de uma convivência
íntima por assim dizer

1 de julho de 2019


salientaríamos
aquelas coisas a calar
que nos deixariam emudecidos
mais do que fazemos
e alguma coisa sentimos

29 de junho de 2019


esta terra pelo menos
a cor de uma outra maneira
sabemos que o mundo
não pára pois antigamente
hoje em dia
já não há privacidade

28 de junho de 2019


dever-se-ia sublinhar
que não fosse preciso esperar muito tempo
o que parecia certo apenas até um certo ponto
sentiria a sua falta pois ainda temos um longo caminho
de um dia para o outro
o percorrer das horas e dos minutos em pleno século
como que estaria pronto e o instante assim devidamente marcado

27 de junho de 2019


chegado a correr
e de tão depressa que adiante
o olhar se fazia
por acompanhar-te mas entretanto
segura aqui
nesta sugestão do momento
que nos acostuma mais de tão perto

26 de junho de 2019


qualquer condição
depressa dos dias passa
num espiralado fumo
azul metalizado
onde tudo recomeça
mais ou menos da cabeça
precipitada serena

25 de junho de 2019


esotérica do parecer:

as coisas nem sempre são aquilo que parece
ou que se quer fazer parecer
e dir-se-ia mesmo que muito raramente isso acontece
e que todos os que adquiriram uma experiência média de vida sabem que daí resulta que as coisas o mais das vezes são aquilo que parece imediatamente
e que isso não será nenhum erro de avaliação antes pelo contrário que a ilusão e o silêncio advém apenas do facto de a maior parte de todos nós saber como é que as coisas se passam
ou seja que as coisas não são regra geral aquilo que parece e como elas parecem como são e como fingimos que são e como aprendemos a dizer que as coisas não são exactamente aquilo que parece a sorrir em cada gesto e a cada palavra daquilo que das coisas parece que sabemos das coisas
a saber que não são como aparece um corpo em movimento conforme ao que respira
e nessa mesma circunstância pausado
naquela expressão essa que nos ensina que as coisas efectivamente não são aquilo que nos não parece

22 de junho de 2019


esotérica da ascese: ascese, é a justaposição (vertical) dos sedimentos véus até que surja aquela linha ou noção muitas vezes esbatida ténue entre aquilo que é natural e bom por assim dizer e aquilo que não é natural nesse caso muito clara e esvanecidamente

21 de junho de 2019


uma pincelada
de pensamento aproxima
da voz a verdade
das coisas que espreita
por detrás da persiana
sabemos de um tal aparecer

19 de junho de 2019


de certo apetite
em imagem nos chega
qual vaidade
a um outro infinito
digamos assim
olha que sim
num mesmo movimento

18 de junho de 2019


dito parecer poderia
estar-nos das convencionais
maneiras de dizer
não exactamente deriva
aceite a regra
da mesma lei numa outra
perspectiva
os mesmos materiais
antes fundamento primeiro
como que chega quando
as palavras são demasiado poucas

17 de junho de 2019


recolhido da noite perto
por quais maneiras de adivinhar
perdido nos teus olhos
ontem procurava
indiferente e surpreendido
alguns restos a bater
no peito um olhar dali chegava

15 de junho de 2019


de cerco olor
rodeado das palavras
a tudo chega
um olhar homem
que permanece a memória
contada dos grãos
e lembra do caminho
a falta na carne
em proveito igual
de uma certa indiferença

14 de junho de 2019


Esotérica do assunto:

Para entrar em diálogo
É preciso que se chegue o assunto
Que se deixe ficar
Naquela surpreendida tendência
Como que fechada
De um certo tipo de devalorização

13 de junho de 2019


desligado como estava
de qualquer consideração relativa
a um outro tipo de vestuário
pertencer-se-ia numa aprendizagem
ao mais ou menos da posição detalhada
que largava no silêncio da calçada
por meio de um primeiro e casual arranjo

12 de junho de 2019


cada hábito do dia-a-dia
como que acabaria no pressentimento
estranho de que algo
não estaria como (habitualmente) deveria estar

nas casas tinha passado
e para não adormecer
de um sono tranquilo
e sem sobressaltos lembraria
que não num gesto esquecido
que não tinha vestido o hábito
passado da noite e o dia

11 de junho de 2019


de olhar não fixo
a uma janela defronte
o sentido da maior madrugada
não sei porquê
acompanha a passo de calor
o lugar marcado
que junto e a tarde
acabava sozinha e escura

8 de junho de 2019


saíu como de costume
e achou-lhe uma ligeira mudança
de vento que levantava-se
em temperatura ao taciturno semblante
que interiormente transparecido
desconforme aparentava
o desenvolto da disposição
numa letra impressa
imagem manifesta do mesmo
considerado este
daquelas deambulantes ideias

7 de junho de 2019


ao entrar o profundíssimo
da situação qualquer
um passado momento
chega-nos qual ensinamento

6 de junho de 2019


(esotérica) do verbo
(poético) se oculta

(não por qualquer sentido misterioso)

mas apenas destoa dito
vulgar parece mal
quando fora do local

5 de junho de 2019


significado diz-se assim
como que contado entusiasticamente
em altitude arrancado
da carne ao âmago da questão
aguarda o entreabrir
do vestido ligeiro e para lhe chegar
no nevoeiro denso nada
mais alta voz se faz pedra
a íntimo traço da canção
memória e alguns soslaios
depois que em silêncio recebidos

4 de junho de 2019


como que depuradas
de cor e por todas as maneiras
chegam quais coisas simples
e recolhidas em silêncio sujeito
as palavras assinalam
o anotado em papel de linho

3 de junho de 2019


vulgarmente de súbito
se chama o silêncio marcado
e depois de muito tempo
quase adormecido da fugaz lembrança

demora gelada sombra
ao interior da carne
se faz sereno o rasto
da noite cálida espera
em solarengo arrepio
de se dar de qualquer coisa
aqui e ali composto
de um efeito em silêncio

1 de junho de 2019


a aprendizagem do desvelar
é a aprendizagem desvanecer

da matéria

e aquelas sílabas
aquando do calor sobem
sentido
nas edificadas palavras
silenciosas invisíveis

31 de maio de 2019


demorado a uma janela
interior reflexo
paira e a acreditar
nos seus reflexos
afirmaria qualquer possível
alma de um outro
verdadeiro se suspende
em manifestos alguns
sulcos de dissimetria

30 de maio de 2019


qualquer interpretação
como que se faz tardia
em suma desfasada
nos pragmáticos termos
da excepção divide
e preenche o que existe
na demarcada linguagem
de uma certa atitude
ao mais adequado gesto
em função daquela
maior dignidade possível

29 de maio de 2019


condescendemos
nas acolhidas palavras
que acompanhadas de escritos
em colorida sequência
de página aparecem
qual sinal do sério sorriso
nas altas montanhas
das sofisticadas imagens
a preto-e-branco
de matiz e tendência

28 de maio de 2019


qual tempo ao tempo
a que o tempo chega

considerado sentido

(mas não opinativo qual outro de vontade acesa)

no sentido diálogo
da reflexão de cada princípio

27 de maio de 2019


de qual notado
era esse o significado
daquelas palavras que
quais sinais de uma ocorrência
tardavam aparecer
pois sabia-o
ser-se uma vez que parava

25 de maio de 2019


e agora o mesmo
para qualquer expressão
em menosprezo se alevanta deixado
e constitui profundamente
do fundo da terra
aquela verdadeira invenção
da palavra que em circunstância se vai
e como que retirado
mas da sua maior verdade

24 de maio de 2019


que antigamente nos perecemos
era tudo mais fácil
mas o mundo não pára
e asssinalado nas portas
aos passageiros de improviso
quais reconfortadas linhas
assegura nas claras mesas
os aqui e ali aromas
dotados de uma palavra
que lenta e reconhecidamente
circulam no rasto
de uma conversa amena

23 de maio de 2019


diz-me como tens passado
bem ainda o outro dia
alguém me dizia considerado
a uma certa posição
que retorquira de longe
e chegaria em concórdia

22 de maio de 2019


concedido a um minuto
como que assim de improviso
se fosse a primeira coisa
que assomasse a cabeça
agora a transportaria
numa latente e qual
marca de alguma coisa

21 de maio de 2019


esotérica da perseverança: lembre-mo-nos daquele curioso personagem que passava a vida a empurrar um calhau encosta acima apenas para o ver resvalar encosta abaixo e que no decorrer desse trabalho se veio a aperceber de que o resultado obtido nunca era exactamente igual o que o intrigou e daí de muito pensar no assunto inventou os conceitos de massa atrito e energia acumulada etc chegando inclusivamente a desenvolver uma teoria de gravitação e a penetrar os mistérios da própria relatividade

20 de maio de 2019


esotérica da prudência: afim de abordarmos este dificílimo e complexo tema socorrer-nos-íamos daquela antiga história dos latinos nas suas praias naquele momento seguinte à exortação dos seus furores e mais ainda dos inúmeros ditos que a mesma passagem suscitou e continua a suscitar

18 de maio de 2019


do verbo em particular

dito como se fosse
a passagem de uma nuvem
carregada de silêncio
despida de qualquer arbusto
defronte aos dias cinzentos
exclamava o desfazer
em breve das folhas
o inverno acabaria
sem recordar do mistério
o murmúrio das águas
em volta da sua sombra
seca de seu sentido
dentro ao tempo
emudecida se comovia

17 de maio de 2019


cada índice (digamos
assim) formulado no sentido
de um todo
que não existe
e sendo de tal coisa
como que a formulação
mais adequada
- passa do momento
oportuno (o que requer
um perfeito domínio da técnica)
numa certa diferença
que como que marca
o contexto (obviamente)
de um padrão reactivo

16 de maio de 2019


ao sair de quanto
nos mesmos restos de uma vaidade
em processo as palavras
desvelam aquela substância
de qual véu
que se faz diferindo
ou prudentemente corrigindo
e do recaído gesto
em silêncio sentido
ao continuado tempo
do verbo em pronominal
chegada atentamente
se balanceiam na linguagem

15 de maio de 2019


alguns indispostos
surpreendidos sulcos em dissimetria
de qual imagem contradita
cor ficam qual revelada
expressão de uma sua subtileza
expressiva que dá-se
redundantemente a sua causa
oculta demora o seu tempo na face
e quase que imperceptívelmente

14 de maio de 2019


esgar de si
espelho invisível
assinatura
do olhar embaraço
a sua volta
em silencioso tecido

13 de maio de 2019


esotérica do jogo de chamar
a palavra certa
de valor pelo seu nome próprio:

discordemos pois aqui
daquela usual definição de espaço
que implicaria desde logo
uma certa relação não especialmente
espacial mas antes de tempo
neste sentido medida de um valor
que artificial densidade em posição

11 de maio de 2019


num sentido fora
como que se resolve
o sensível qual produzir
de um meo que lenta
e sucessivamente
como que se vai descarnando
por assim dizer

10 de maio de 2019


surpreendido de diferença
como se tecesse um cordel
não me toques no véu do corpo
afastado para mais tarde
aguardo o regresso a casa
de um outro acomodado
que certa fórmula ressalta
de sedimento e convincente
em melhor vazio refrescante

9 de maio de 2019


hesitantemente o caminho para onde

chamamos hesitação
a uma certa potencialidade do acerto
que se pode encontrar ao longo dos floridos campos
do lado da reflexão como que a considerar
o melhor caminho na paisagem de uma possível satisfação
afinal de quem sabe e ao caminho desce e hesita
considerado a qualquer coisa de desconhecido
e mesmo assim caminha-mo-nos impávidos e mais ainda
como que tomados por vezes de um certo receio
então num passo adiamos desconfiados do desconhecido
resultado que desconhecemos intuitivamente
sentimos que não fazemos um caminho para onde

8 de maio de 2019


esotérica da profundidade: toda a profundidade em termos gerais e não só é como que o categórico e minucioso trabalho de uma certa anatomia por assim dizer legisladora

7 de maio de 2019


do hábito adquirido ao devaneio propriamente dito

seguro de si formatado e escandalosamente momento
as palavras apresentar-se-iam não como se um sentido
qualquer guardasse em diferido aquela ultrapassagem
rumo ao mistério da sucessão das mesmas palavras
nos denotava previsivelmente o inexistente porém de qual
núcleo perfeito e daquela matéria a que em literatura
e não só como na vida se chamaria o divagas dos pés
no chão remeter-nos-ia pois aos mesmos pés
mas desta vez levantados do chão num perfeito domínio
dessa mesma matéria que agora em estado de levitação

por assim dizer

6 de maio de 2019


de plácida cor
ao fundo da memória como que
envolvido em concílio
edificante evocava
numa certa elevação aquele
algo em contraste
que qual intenção
ficava mas em silêncio

4 de maio de 2019


em desconcertado bamboleio
como que chega uma sombra
mais atenta aos superficiais
porém plausíveis argumentos

3 de maio de 2019


o desvelar de si
em oculta parte que qual
espelho a um outro
não transparece interpretado
do mesmo encontrado
na palavra certa palavra
é levado ao seu limite
por sucessivos revelados véus

2 de maio de 2019


esotérica da sincronia possível: para cada fórmula do dia a dia a correspondente e corporal expressão como que se adequasse a uma situação de novo e se parecesse ao aludir do acostumado e habitual dizer a direito ou mesmo circularmente do qual se depende em/o aceite e a cada parcela um mesmo momento como que estendido assim naquela formulação mais adequada a saber a formulação da fórmula propriamente dita da/em cena esta dita por meio de um tensionado gesto e em corporalmente entoação disso mas mas tudo na mesma expressão*

*o que obviamente em termos de perfomance absoluta deve ser extremamente difícil de conseguir, convenhamos

30 de abril de 2019


quando
p'ra que sim quanto
de mais além
se consigna e ao alevantar
dos telefones
se adensa uma certa
monotonia de veludo
aprende-se então
que daquele fundo
dos quais prenhes
de uma sabedoria do facto
de nos darmos
como que a todo esse
pano uma certa
maneira nos esvazia
em transformada matéria

29 de abril de 2019


da reflexão

de um outro
mas nem sempre
e não no irruptivo
sentido de ter
de se colocar
em dissecado produto
como que destacado
inerte em pensamento
se contempla
e como que friamente
estendido na marquesa
assim agitado
dos seus últimos
estertores

27 de abril de 2019


outro é o espelho
em si que infinito
jogo se recebe
para cá e para lá

26 de abril de 2019


deixado como se pretende
numa certa atitude trágica
o movimento do pensamento
tem-se como que paradoxal
e assim exposto é destacado
por meio da referência
de um qualquer destino
que se apresenta dissecado
e fora finalmente se aprende

24 de abril de 2019


O universal dizer
Da inconsequente razão
Numa cuidada atenção
Como que faz o corpo distante

23 de abril de 2019


da observação
de um qual tensionado
filamento imóvel
se confirma
em árido excesso
o âmago do interesse
ao mesmo tempo
efeito das coisas
que reconhece e perscruta
naquilo que se volta
e vira em visceral movimento
um opaco espelho
da manifesta consciência
que fora de si
mas ao seu alcance
fica como que plasmado
numa certa
e encadeada reacção
por assim dizer

22 de abril de 2019


do súbito gesto
como que se excede
um mesmo nas palavras
por meio das quais
agora acedemos
ao mim marcado
que qual imagem
se segue
nas insonoras soltas
dissimetrias
do reagido corpo
em invisível presença

18 de abril de 2019


esotérica do consenso: ora seja a noite o que se espera bem e a tanto façamos parte a saber do muito calor que se espera e coisas das quais não se fala qual não faltaria e enfim do lugar compreenda-se isto como não sendo da posição que a quanto em abnegado entendimento dever-se-ia mas apesar de todas estas nossas diferenças que somos um mesmo e todavia por vezes maquinalmente porém não insensivelmente ao de todo constituído parecer dos mais elevados valores em parte e como que assim se vai escrevente em causa das circunstâncias o por assim dizer que não só participa mas de uma certa permeabilidade digamos.

17 de abril de 2019


dos todos adquiridos
e a uma vida em forma de palavras
aqui agradáveis
ali de uma certa reflexividade
o colorido racionalmente
do circunspectante e mesmo lugar
junto ao aprazível
do alto sentido
aos olhos arregalados
pertence em harmonioso
ao consensual das palavras
o destas a dizer
como que um certo indizívelmente
por meio de alguns
escolhidos e povoados fenómenos

16 de abril de 2019


silencioso para si
e ali aberto em diferente
lado retira o a si mesmo
num outro aparecer-se

15 de abril de 2019


Escrever é como que ir ao encontro da forma de uma certa maneira o que tem sempre um sentido participado em participação e manifesta o indiferente e paradoxalmente da mais profunda objectividade e que necessariamente a cada nova participação condiciona em limitado participativo o por assim dizer das mesmas e transbordantes circunstâncias nas palavras:

de feito
de afirmação
de confirmação
e de vazio.

13 de abril de 2019


Pensar que tanto padecemos
Para afinal nos ficarmos
Assim tão quietos
Como que bem de-compostos

12 de abril de 2019


depois repetidamente
algumas linhas asseveradas
estas a uma certa verdade
das coisas a seu tempo
no apetecível da palavra
como que expressam durante o dia
os noctívagos momentos
de um qual quê que ascende
em referência de matéria
ao aspecto da salvação
que refresca-te! num hálito mais fresco

11 de abril de 2019


imaginar que de quente
e azul no chão
da pele em processo
de castanho se percorre
o sinuoso da mudança
e da memória o pressente
a sua dor
qual rumor assenta
os cinzentos sentidos
na figura
que dessa própria imagem

10 de abril de 2019


chama por qual
que uma nota aparece
no coração do gesto
a sós que é difícil
desvela nas palavras
cortadas ao momento
em cintilação passado
se perdia na pele
um movimento para fora

9 de abril de 2019


Que sério
deste anterior resto
em espontaneidade
e parcial sinal
um estertor de vaidade
em verdade

8 de abril de 2019


de ali - cerca
de uma fronteira
em janela retira
a rosa num gesto
aparece corpo
ao devagar calor
de uma brancura
aproxima aos brocados
o escondido carmesim
decliva o olhar
falado das encostas

6 de abril de 2019


sei-te ostentação da palavra
e por mais do que a lembrança do tempo
o olhar sustenta
num qual vívido e lateralmente
elevado
o aludido em novidade

5 de abril de 2019


de plasmado animal fenómeno
em sentimento acossado
outro literalmente expresso
a meio do natural contacto
lançara e por meio de um calor manifesto
o mesmo em animada presença
que de seu manto descia
qual sorriso em comunhão
de abundante indício
irrompera imbuído ideal
a carne em promessa de contemplação
uma múltipla luz acende
ao sangue o pertencer daquela hora
que não seria no entanto a mais propícia

4 de abril de 2019


(nem)

todos os gambozinos são feitos ou de madeira ou de plástico ou ainda de outros metais preciosos de pedra
dessa qual luminosidade individual permanece a face em contexto inalcançável distante e rápida
e essa mesma posição assim de olhar satisfeita revela uma tensionada imobilidade em qualquer direcção
que por meio de uma certa leitura esta mentalmente em vida interior assenta o predisposto
e levemente do discurso intenta o que bem vistas as coisas chega em auto satisfação ao desfasado alcance da palavra

3 de abril de 2019


o engano pertence a cada um
de o afazer ou dizer assim definido
numa certa atitude e lateralmente assinala
exclusivamente ao pequeníssimo detalhe
o escorrido do tenso e distenso
semblante em sedução geral

2 de abril de 2019


esotérica dos termos: é o movimento de chegar-se a si naquela imagem dos pergaminhos extensos que num qual mesmo traço chama a invariedade dos dois lados por assim dizer

1 de abril de 2019


se sim de que maneira
e em parte e para além do natural cansaço
convém da razão redundante
essa qual barragem nos corta o pensamento a dormir
na linguagem do mistério
e como que distributivamente ressoa

30 de março de 2019


exotérica da condição objectiva: o objecto encerra consigo a verdade do objecto e assim limitado ao que dali procura deixa-se então reconhecer pois ao objecto enquanto tal agradam os modos simples por assim dizer

29 de março de 2019


o dizer do tempo
corre qual
reflexo
de uma serpentina cinzenta
e corre acima
de qualquer labial temperatura
e mascara o movimento
num qual fundo
de escórias apartadas

28 de março de 2019


esotérica da tomada (por assim dizer) do objecto: o objecto deixa-se quando abordado com sinceridade uma certa simplicidade e alguma elegância porque não dizê-lo

27 de março de 2019


esotérica da interpretação: o interpretar-se nas palavras como que expressa aquela intenção do sentido sentimento da impressão do objecto.

26 de março de 2019


nasce a verdade
da mútua luz de qual
que contraparte aproxima
o silêncio sentido
ausente e negativa
marca do mesmo
em ponto de vista

25 de março de 2019


ao largo do nariz
profundo em descontraída
pose acontece
um qual entusiástico
cabelo que aí regressa

23 de março de 2019


anoitece a meio
e em resultado disso
a cada interpretação
a chama não
por imitação transparece
da carne em alimento
ao que de si
se adivinha mesmo
marcado em acto no tempo

22 de março de 2019


o olhar retirado
e a coberto de uma qualquer
outra coisa
ressente a imagem
naquele sabor longínquo
qual recordação
que deixaste por exemplo

21 de março de 2019


o tempo de manhã
desperta do lado da paisagem
um contraste em respiração
que parado por dentro
cintura nas janelas as suspensas
tonalidades algumas
figuras a cada linha de uma dor
antiga e sombra
num calor seco
o instante em desnudados
cinzentos poros
que quais abertos passam



20 de março de 2019


sucedido ao limiar
de uma clareira em claridade
uma presença de perto
escala em torvelinho nascente
o mesmo hesitante azul
que na língua de cada gesto
em volta pausa a canção
da manhã num outro lugar

19 de março de 2019


ferido de atenção
o peso das formas
de um qual desejo
se vai crescendo
em grito tecido
nas silenciosas figuras
que aí se chegam

18 de março de 2019


num vago de leve aroma
e a ligeira brisa
em musicalidade largada
de nascença respira
a cada nota
o que se faz sentido

16 de março de 2019


sucedido de perto
e uma outra maneira
como que recorda
das coisas o semblante
oscilante e casual
do peso que prazer
uma vez cintura
que por ali passava

15 de março de 2019


o demorado momento
onde o odor começa das simples
coisas a cada carne
um corpo recorda persiste
a traço de esquecer
e cada segundo que preenche
o horizonte a distância
o segredo o grito
uma noite em silêncio a voz

14 de março de 2019


consolado de engano
um momento se faz regresso
próprio da condição
qual atravessa o sentimento
das cinzas sentidas
como se chegasse a cada um

13 de março de 2019


chama espaço
o apelo de uma atenção
imediatamente
em tempo duplo sentido
afecto a um ponto de vista

12 de março de 2019


humidamente
a bruma em vapor
das vozes
matinais atravessa
o sentido
de um sentido
ao entardecer
fica em cinza
de uma luz distante

estar na palavra
em respiração de perto
o lento caminho
passo a pulsar
e qual crescendo
e que se vai tornando

11 de março de 2019


sente que acredita
no tempo das coisas
uma voz tranquila
de qual sentido sabor
um gesto em palavra
uma noite a quem
distinguira o silêncio

9 de março de 2019


toda a verdade
que deve ser verdade
como que regressa
de um outro
lugar considerado
de um certo processo
na particular medida
de um pensamento
que divaga e preserva
ao fundo da carne
a meia-palavra em silêncio
do reconhecido
sentido ao tempo
em que fica escrito

8 de março de 2019


a distância, essa
não cessa de aumentar
e traz o acontecer
de uma certa claridade
que nos dissipa a mistura
e chama o sentido
a mais em silêncio
para que de perto então
nos comecemos a dizer

7 de março de 2019


o fazer-se lento
fazer das partículas
soltas chega
num qual murmúrio
que de perto toca

6 de março de 2019


esotérica da expressão: a linguagem enquanto instrumento imperfeito (de comunicação) que o é presta-se a uma certa expressão enganosa do conteúdo dessa mesma linguagem e a consciência desse facto é talvez o primeiro e mais importante passo para a sua devida utilização nos dois sentidos obviamente e é portanto neste sentido que se costuma dizer que as palavras não podem enganar - pois como poderiam?

4 de março de 2019


ao longe o esmorecer
de uma apagada presença
em festa circula
qualquer coisa que chama
a inacabada voz
e persiste incolor
da passagem de uma seda
por exemplo

2 de março de 2019


esotérica do critério: no devido lugar de uma experiência e ao auge do devidamente instante não se localiza antes que dali para fora se chama e imprime como a marca de uma 'perfeição' futura (digamos assim) e isto é importante reter a saber que essa assim chamada 'perfeição' nunca está 'completa' digamos sem um certo 'movimento de fuga' que aliás diga-se como que inicia todo esse mesmo processo e o seu sopro e ideia por assim dizer

1 de março de 2019


o dizer do tempo
reflexo de serpentina cinzenta
por meio de uma qualquer
labial temperatura
mascara o movimento
de um certo fundo em escórias apartadas

28 de fevereiro de 2019


e as imagens a um tempo
azul sinal de uma forma sonora
e branco ameno de textura
tingida o agita só nas palavras

27 de fevereiro de 2019


diz que dizer
em claridade um rubor
aceso se levanta
o silêncio sentiria
e o lugar acrescenta
uma forma ao passar por entre
os corpos de longe
exclamados se escapam
orlado véu
de uma terra presença
e a cada detalhe
um degrau do outro

26 de fevereiro de 2019


o primeiro momento é fundador
que o segundo inversamente justifica

pois tem de ser
assim que sempre assim
foi num terceiro momento
a que chamamos a sombra
envergonhada divide
o momento num mesmo
encadeado nó de mistério

25 de fevereiro de 2019


e à medida que mais profundamente
vamos penetrando na floresta e o olhar
se vai acostumando na penumbra
aí vamos reconhecendo as árvores
e os seus mais isolados
recantos abrem-se qual súbita
clareira depois do denso arvoredo
onde ao som dos açoitados ramos
pelo vento uma velha coruja chirria

23 de fevereiro de 2019


O paradigma da revelação é como que um certo ideal do acto arbitrário que lança por meio de um qualquer ontológico véu o dissimulado e pretenso motivo que assim justifica em fundamento e simultâneamente

de sugerido um outro valor
lhe convinha que assim possuído
como que de uma salvação discreta
assegurasse em tranquilo momento
uma certa condição do dever cumprido
que erigido ao interior na palavra
gesto defronte a um encantado rosto
acertasse em certa medida o contraponto
em limite ao desregrado sentido

22 de fevereiro de 2019


acompanhadas de presença
estendem-se as palavras
silenciosamente despertam
no corpo o sentido
que atravessa de impressão
o devolvido reflexo
em fluido rumor
daquelas imagens distantes

21 de fevereiro de 2019


anterior que passa
num sopro e suspende
a imagem que encontra
aquilo que percorre
em sugestão sonora
uma certa cor atrasada
que esvai-se de entrar
e agora fica em presença

20 de fevereiro de 2019


irrompe em fluir
que atravessa
como que posto
numa coincidência
que refere
em imediata legitimação
por assim dizer

19 de fevereiro de 2019


o despertar
de atenção como que faz
aparecer uma linha
lugar que se põe
numa diversa ideia

18 de fevereiro de 2019


da ciência do contraste
ou a esotérica da expressão da linguagem
por assim dizer

A linguagem humana tem esta característica interessante de uma vez tomada a um ponto de vista intencional funcionar como espécie de um certo critério de verdade mas pela negativa pois há uma diferença entre a expressão (desinteressada por assim dizer) de um fenómeno tal qual se nos apresenta e o tomar dessa mesma expressão como se de uma realidade se tratasse e isto também no que diz respeito ao próprio fenómeno diga-se pois o reconhecer de um tempo enquanto tal medida interior é condição necessária da reflexão linguística digamos assim.

16 de fevereiro de 2019


alterado estar
de um sorriso quente
que se faz
na palavra de cada
perto cerrado
que na vida desvanece

15 de fevereiro de 2019


o dizer das palavras
o mesmo dizer das palavras
num movimento recebe
como que ligado a uma certa
conformidade das coisas
a plástica passagem
daquela circunstância
que se apresenta
em silêncio e depois
irrompe um qualquer sentido
mais próximo da matéria
agora naquela certeza
pela qual podemos começar

14 de fevereiro de 2019


O expressivo
aparelho de um corpo
corpo decorre
num certo uso
em volta de uma certa
determinação
do lugar digamos assim

13 de fevereiro de 2019


poder-se-ia pois
considerar de um certo ponto
de vista o particular
de uma antinomia no pensamento
mais elementar
linguagem do reflexo
em contingente dessa mesma
posição digamos

12 de fevereiro de 2019


o palpitante
visar significado
de presente interstício
ressente em convulsão
a celestial fonte
manhã de todos os dias

11 de fevereiro de 2019


de contexto a contexto
sucessivamente qualquer representação
deveria ter
como qual didáctica função
um algo fazer
aparecer que se apresentasse
como que dotado
de uma certa e universal plasticidade

9 de fevereiro de 2019


o objecto dotado
de uma sua razão suspende
imóvel um qual
que verdaderamente esfinge

8 de fevereiro de 2019


um cheiro de alfazema
dito em qual cor de violeta
por qual órgão
poderia afinal refazer
o sabor naquela manhã
de um certo toque de seda

7 de fevereiro de 2019


esotérica da alegria

é preciso portanto
como que aprender a reconhecer
uma certa espiritualidade no objecto
digamos assim
pois que nesse mesmo instante
em silêncio abre-se
e como que se deixa no exercício
de uma outra certa e activa plasticidade
esta que já não pertence
a uma qualquer autenticidade
por assim dizer
da razão ou da reflexão
mas consigo se apercebe
simples descobrir
de um envolvente calor

6 de fevereiro de 2019


fica o considerar
de um mesmo
ponto de partida daquele
numa desdobrada fonte
e dali que nesse
instante ao lugar aceso

5 de fevereiro de 2019


o sentido formal
da expressão da linguagem
transforma em diluído
rumor ausente
o contrário da palavra
apenas para deixar silêncio

4 de fevereiro de 2019


celestial de um outro
gesto torna transversal
no corpo vertical
destacado este
em horizontais circunvoluções

2 de fevereiro de 2019


de um outro silêncio
o hesita uma atenção suspensa
no separado lugar
da palavra um ponto qualquer
sente-se ao continuar
daqueles dias que aparecem

1 de fevereiro de 2019


uma impressão de ruído

qualquer construção
assinala o evidente facto
da reflexão do sentido
e das maneiras de lhe aceder
num detalhado outro

31 de janeiro de 2019


de tudo se sente
um certo considerar da carne
que em silêncio perfila
o perfeito pulsar
daquele sangue que corre

30 de janeiro de 2019


a plasticidade de uma linha
a tempo tirada como qual após do tempo
em progressivas cadências
escoa ao primeiro
rumor seu da manhã nos territórios
da mesma condição plástica

29 de janeiro de 2019


povoada de recordação
espera a profunda memória
recente momento de espanto
idealmente reconhecido
no hipocampo da fanfarra

28 de janeiro de 2019


lateralizado por impulso
um afazer existe em equilíbrio
ao coincidente limiar
do território que culmina
em esquecimento e preenche
uma qualquer pretensão de abertura

26 de janeiro de 2019


chega todos
consigo a particular
decadência
de cada parte
em pedaços de sombra

25 de janeiro de 2019


a plasticidade
ao correr das partes
num fluido calor
descortina simplesmente
isso que nos faz
deste a um outro
que percorrido seja

24 de janeiro de 2019


espelhado em silêncio
como que confuso de qualquer coisa
o repente
sentido mesmo contém
do próprio acto
o que se faz e se torna

23 de janeiro de 2019


portanto o afazer
que move aquelas palavras
sem qualquer importância
diga-se depois silêncio
como que olhar fica
suspenso numa atenção
que em matéria plástica
o transforma digamos assim

22 de janeiro de 2019


enquanto se não cortar
de si soma mais longe a verdade
não dessa imagem
que nos faz sentir a mais
no seu lugar se faz
para fora do lugar
e no seu lugar
que no entanto aí se fica

21 de janeiro de 2019


ser, é como que estar agora
a pensar de uma certa maneira
que está, para logo depois,
mas que afinal se vai passando

19 de janeiro de 2019


das notadas palavras
a musicalidade de uma certa subtileza
silábica transforma o habitual
sentido retira numa impressão estranha
que continua conforme a ilusão
ao aproximar da terceira pessoa
neste sentido em que deslizas
e o que diremos nós que o sentido deslizamos

18 de janeiro de 2019


pensamento das partes

os pés e as mãos
separados na cabeça
em palpitante estômago
urgente se faz pedra
no peito e o coração
são palavras de um
pensamento que diz perto

17 de janeiro de 2019


cumpre adiantar que não será por demais
do eventual vislumbre o tempo assim considerado
para que daí se possam retirar as devidas conclusões
quanto mais não seja por razões metodológicas
pois segundo a mesma lei das preponderâncias
do mais acima e do mais abaixo partira
segundo se conta uma certa regularidade dos intervalos
das partículas conclusivas estas da relação
que por decerto varia mas por esse meio vai ficando

16 de janeiro de 2019


desperto minuciosamente
ao represado das multicolores
reminiscências de qual
modestamente calor
se sombra afinal desvelado

15 de janeiro de 2019


uma ideia de todos
que diz-se que ninguém sabe
pois todos sabemos
que dentro de cada um
cada um vale por si
desconsolado das canções
a amargar o peso que lhe cabe

14 de janeiro de 2019


detalhado de consideração
convém que em consciência
chegue aquele solarengo pensamento
das verdades que se dizem
do alto nas esquecidas palavras

12 de janeiro de 2019


pensamento
do qual nas palavras
rastos em redor
pairam de apetite apenas
para deixar vincado
um afazer que aparece
nos olhos que o diziam

11 de janeiro de 2019


detalhadamente a perder-se de prazer
na sua mente em expectativa de preliminar
desvela algo de outro em contraponto
que se cansa nos bordados da circunstância

10 de janeiro de 2019


o aparecer de uma interior
janela permanece apenas o tempo
suficiente para que de perto
seja em sua condição reconhecido

9 de janeiro de 2019


afim de uma cor
pretenso se assemelha
ao inverso lugar
das estrelas
dos ditos estrelados

8 de janeiro de 2019


o que de mais
marcado de fantasia
no corpo reproduz
o necessário semblante
de nada o tem
numa aparência decerto

7 de janeiro de 2019


aconteceu primeiro
da canção que uma noite acima
se fazia e agora
abaixo não se quer bem
e assim se faz
no entanto uma vez
mas à vista de todos

5 de janeiro de 2019


como poucos

suspendia de bom gosto
o conduzido das palavras
às mais altas expectativas
da consolidada promessa
que os variáveis lentamente

4 de janeiro de 2019


significa acreditar
paradoxalmente um afastamento
que aproxima e afasta
num reflexo
o verdadeiro momento

3 de janeiro de 2019


desperto pois ao pensar
de um pensamento cansado
de tanta beleza chegava
como que desconhecido
mas esteticamente exausto

2 de janeiro de 2019


em co-moção

o chegar do ponto artesanal
solta em acto uma qualquer outra coisa
que pode em progressão da palavra
estender numa certa beleza
a figura que o recebe e afinal respira