27 de julho de 2009

Em Julho assim.

Impresso de fala corrente
em maneira aplicada
voga da captação
na vanguarda das antenas
possível desencadear
dum simultâneo manifesto
acerto em vão das sombras
linhas edificadas
ondulações de água
abundante em perspectiva.

O fogo tomado,
em lama apartado,
nas águas amenas,
do rasto traçado.

Veloz só sombra
o mais cada vez diria
quase emissão colocadas
pontes conturbadas
dos dias ribombar apenas
avançam sinal dum parecer
estatutário contado com
doam de manifesto
num voluptuoso segundo.

...

Curva o parecer,
adentro avental,
passados os corpos,
das cútis vigias,
mostras da satisfação,
as subidas e descidas,
pernas da tensão,
no dedilhar os cabelos,
ritmo de afagar,
a pele em mostra,
das cintilante mente,
onduladas espessas
espumas caíssem quase
o silêncio da fria morada,
em perfil do mármore,
os suspensos campos adentro,
o corre esta citação, ocular
das onduladas superfícies,
na terra inexistente.*

Os sabores da rarefeita
situação histórica
das transparências
continuar nocturnos
rastos o dia sonoro
estria radiofonia
distender representado
esvaído duma cada festa
grito e terno e só
quando sabre em liga
tal não esteja depois
o esvanecer das faces.

Distendidos termos
dessas mesmas figuras
no papel silenciado
regresso a todos
dum dia redundante

E por quem ficara
qual fossem chamadas
entregas duma certa
decorrência das vias
o mais irrompe.

Ora vento a sopro
da partição em rajada
tensa o estender
imediato, as séries,
o baixo grito.

Pressentir da fortuita pele, os olhos e distribuições, logo a procura, efectiva, uma antes data, os tais três instantes da sucessão fixa. E mais longe o divago agora longamente a síncope em rotas duma abertura vã, todos do anoitecer, agregado às portas só do vento e mal o sol desapareça, o deixar natural a luz, nos berços da lua ou qualquer surja o distender aluído, desta vez lugar, os apenas braços duma cor, e depois das manhãs, válidas, no consequente avanço.

* que disse se "como o meu totem".

17 de julho de 2009

Operação do recombinar os específicos dados da impossibilidade, os ritmos do desacerto.

Chegara o gesto em escrita do (resto) sentido “cego” original sabor da simultânea coincidência deste, agora, suspensa cor.

Não à face,
em face deste,
em não acção,
no acto desta.

Sustenida nota
distensa, corda
duma (tal) específica
operação fundamental
diz lançados,
calendarizados
afectos em modificação.

Regórgitos dum
a verso antigo
e sempre novo
este mesmo
em transição
da lucidez
chegado a si
num tempo
constado
em tal hístória
das eras,
ao nascer,
já era, antes ;

as antigas notas
em sinal da cor
dos planaltos
encrustados
ri actos
de uma civilização
em fundamento
da figura.

Vista cega, voga local, da estepe (um) sinal, (em) contracto local.

Temas
duma noção,
dos “actos”,
das continuadas
notas idas em parte
encadear dos estratos
(por camadas parciais).

14 de julho de 2009

Notei uma coisa ...

... bizarra, anormal,
estranha,
que ninguém quis
nem quer reconhecer
pois existem palavras de ordem,
de intransponíveis barreiras,
e formas de essenciais interditos :
somos uma vida de marionetas,
e aqueles que nos guiam e detém os fios do sujo despeito consideram antes de tudo e digo Antes de tudo o inveterado amor próprio dum cada um
que fez por que nada no mundo este um cada um não quisesse
não crer se livre,
e confessar, e reconhecer honesta e sinceramente que o não é.
Somos um mundo de autómatos sem consciência nem liberdades,
somos inconscientes orgânicos grafados sobre corpos, somos corpos grafados sobre nada,
uma espécie de nada sem medida e sem bordo e que não têm meio ou eixo, onde seria este eixo no nada, e o que seria o meio do nada (e de quê seria nada o meio) ? e como formaria o nada centro quando não existe invariável meio,
quando o invariável meio é uma fraude
que desarticula a realidade.


Antonin Artaud ; Autour de la séance au vieux-colombier ; 1947 ; Oeuvres.

5 de julho de 2009

Sopra os campos,
a verde em passo,
e de areia baixo,
no expandido instante,
que parte aos olhos,
de horizonte adentro,
e numa ocasião,
do corpo assente,
em "linhas" do silêncio.

Os caídos de acaso
em corrente,
o rumor erigido,
numa vez saudade.