“Extravagante efeito esse que proveio daquela miséria da mente humana, ..., a qual, permanecendo imersa e sepultada no corpo, é naturalmente inclinada a sentir as coisas do corpo e deve usar demasiado esforço e fadiga para se compreender a si mesma, como o olho corporal que vê todos os objectos fora de si e necessita do espelho para se ver a si próprio ... “
G. Vico ; Ciência Nova – Gulbenkian.
29 de março de 2010
No centro duma posição prá©tica
contagem do tem dito amálgama
em aquecimento da volátil rotação
dos critérios da calcinação em rasto
do fundamento ocidental a triagem
na maneira do aspergir constituídos
os voláteis ritos do vazio olhar a via.
A cabo do som,
nos traços traçado,
que desce aos olhos
no lábil canto
que estende o friso do corpo em vibração localizada,
um fluxo transposto,
dos olhos cerrados,
num despertar
em mais de azul
disperso
da volta rápida,
(digamos assim),
num sentido segundo,
num, das alegorias das ditas qualidades do verde,
(prazenteiro verde),
por solução de esmeralda
e cintilante
em afundo residual
da faixa do grito
em apelo das multidões,
(“olha para aqui agora”)
a parte oriental,
dos arcos e rastos,
dos riscos e pedras,
em ressalto na matéria,
das malas em vão,
e numa contraintraversão.
contagem do tem dito amálgama
em aquecimento da volátil rotação
dos critérios da calcinação em rasto
do fundamento ocidental a triagem
na maneira do aspergir constituídos
os voláteis ritos do vazio olhar a via.
A cabo do som,
nos traços traçado,
que desce aos olhos
no lábil canto
que estende o friso do corpo em vibração localizada,
um fluxo transposto,
dos olhos cerrados,
num despertar
em mais de azul
disperso
da volta rápida,
(digamos assim),
num sentido segundo,
num, das alegorias das ditas qualidades do verde,
(prazenteiro verde),
por solução de esmeralda
e cintilante
em afundo residual
da faixa do grito
em apelo das multidões,
(“olha para aqui agora”)
a parte oriental,
dos arcos e rastos,
dos riscos e pedras,
em ressalto na matéria,
das malas em vão,
e numa contraintraversão.
A Noite Vertical.
Que eu seja – a bola de oiro lançada no sol levante.
Que eu seja – O pêndulo que retorna ao ponto morto procurar a vertical nocturna do verbo.
Que eu seja – um e o outro prato da balança, o fiel. O período compreendido entre os dois extremos da sacada universal que é o batimento de coração segundo o qual podemos duvidar do possível e tudo esperar do seu ansioso “rien ne va plus”.
Lanço ao possível este desafio : Que eu seja a bala no salto de um instante de liberdade.
Lanço este grito – Que eu seja a bala do seu silêncio.
A minha partida chama-se sempre, todos os dias, todos os instantes do grande dia. O meu regresso a nunca, eterna vertical nocturna, ponto morto, igual a ele mesmo, que o outro franqueia – sempre.
Que sou eu ?
Sempre o mesmo retorno, o que retorna a dizer ainda um outro.
Stanislas Rodanski – Anthologie de la poésie française du XX siécle – (tradução livre)
Que eu seja – a bola de oiro lançada no sol levante.
Que eu seja – O pêndulo que retorna ao ponto morto procurar a vertical nocturna do verbo.
Que eu seja – um e o outro prato da balança, o fiel. O período compreendido entre os dois extremos da sacada universal que é o batimento de coração segundo o qual podemos duvidar do possível e tudo esperar do seu ansioso “rien ne va plus”.
Lanço ao possível este desafio : Que eu seja a bala no salto de um instante de liberdade.
Lanço este grito – Que eu seja a bala do seu silêncio.
A minha partida chama-se sempre, todos os dias, todos os instantes do grande dia. O meu regresso a nunca, eterna vertical nocturna, ponto morto, igual a ele mesmo, que o outro franqueia – sempre.
Que sou eu ?
Sempre o mesmo retorno, o que retorna a dizer ainda um outro.
Stanislas Rodanski – Anthologie de la poésie française du XX siécle – (tradução livre)
28 de março de 2010
22 de março de 2010
“Como em muitos homens que atingem uma situação importante, era, a mil léguas de qualquer egoísmo, um amor profundo pelo que poderíamos chamar a utilidade pública e supra pessoal, noutros termos, um honrado respeito por aquilo em que se funda o seu proveito, não porque o funda, mas ao mesmo tempo que o funda, e em harmonia com este facto, quer dizer, em suma, por razões genéricas. Isto é um dado importante : um cão de raça, se procura o seu lugar debaixo da mesa do repasto sem se deixar desviar do seu intento pelos pontapés que recebe, não será de facto por baixeza de cão, não, mas por apego e fidelidade ; e na vida, aqueles mesmos que calculam friamente não têm metade do sucesso que obtém os espíritos bem doseados, capazes de experimentar, pelos seres e relações que lhes dão proveito, sentimentos verdadeiramente profundos.”
R. Musil ; O homem sem qualidades – (da tradução francesa)
R. Musil ; O homem sem qualidades – (da tradução francesa)
Primavera.
Na primavera florescem os marmeleiros
e as romãzeiras, regadas
pelas águas dos rios,
lá onde fica das Virgens o jardim imaculado,
e os gomos das videiras crescem sob os rebentos
umbrosos do pâmpanos: mas a mim o Amor
não me dá estação alguma de descanso:
como o trácio Bóreas, deflagrando
com o trovão, soprando do lado de Cípria,
com loucura devastadora,
tenebroso e sem peias,
sacode de alto a baixo com força
o nosso coração.
Íbico ; hélade – Asa (tradução Maria H. Da Rocha Pereira.)
Na primavera florescem os marmeleiros
e as romãzeiras, regadas
pelas águas dos rios,
lá onde fica das Virgens o jardim imaculado,
e os gomos das videiras crescem sob os rebentos
umbrosos do pâmpanos: mas a mim o Amor
não me dá estação alguma de descanso:
como o trácio Bóreas, deflagrando
com o trovão, soprando do lado de Cípria,
com loucura devastadora,
tenebroso e sem peias,
sacode de alto a baixo com força
o nosso coração.
Íbico ; hélade – Asa (tradução Maria H. Da Rocha Pereira.)
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