20 de maio de 2012

Há mantimentos que cheguem. Queira-se assim.
Basta o frugal pronome numa adverbial sopa da variação do sabor.
Os arrebatados lábios vão do reflexo ao outro em labilidade.
Até que a morte os separe. E chegue a música do prazer.

Dos socalcos montanhosos
Desce a multicolorida flor
Num desassossegado delírio
Em tentação estendida
Do borbulhar soberbo
Numa manta de retalhos perfeitos.

O tempo erigido oliveira diversa colagem pois se vê.
O que tem o verbo junto ao malmequer reflexo do canto assombrado.
Não padece mas cansa porém: as mesmas palavras, os mesmos gestos, a mesma observação cirúrgica, o mesmo lugar-comum - é como fora um peso que faz por colar-se à pele, uma espécie de “nanoimplantação”.

19 de maio de 2012

Vela. Corpo.
Petrificada estátua.
O olhar glacial.

Ao inverso esse que fala à memória o sentir que marca o acerto, por vezes, também por aí passou, e ao afagar a terra, territorialmente em silêncio, fez a mal colocada palavra, no mundo em ponto ao contraponto.

18 de maio de 2012

Único. A peremptória afirmação crítica é como a cereja, come-se, ou não, consoante o apetite do momento, ou a sua nutritiva utilidade. Nesse único, ao habitar a atenção dirigida, dispersa em direcção aparente, como se dizia da peremptória afirmação crítica, revela-se o circular circuito, da momentânea utilidade singular, logo única, e portanto nesse sentido único, ou único circular circuito.

16 de maio de 2012

Bem, sim, vai, ainda não é certo, mas creio que sim, que assim será. Em segundo lugar, e mesmo nesse caso, claro, sem dúvida que esse é, e o outro, que à partida seria, já depois de passada a distância, era. Pois no que diz respeito ao interesse que tem, ou teria, respectivamente, nunca seria, ou será, nessa hipotética forma, pois isso não é, exactamente, nenhuma brincadeira. É, não ficaria portanto nessa norma e não admiraria que, eventualmente, isso viesse a acontecer. Digo-te então pá, à laia de conclusão, que por aí vamos, por entre a multidão, numa atitude assim, como que barroca, quando ao refulgir das ondas bate o sol a verde encantamento que passara-se ao tímbalar sobressalto, caído ao renascer dum bafo quente, exalado a fruto na lenta movimentação corpuscular crepitante do brilho da maresia tórrida, porém. Como fora forma, porém sem ser.
Os casacos parecem demasiado postos, talvez seja por falta de tecido. É que a linguagem dos homens soa tão distante.

Bom. Era o fim dia.
Outra forma de ver.

Não sei se valo sentido mas talvez outras sejam razões as que sentem-se ao fazer claro e metódico o escasso enchimento na vida ao tempo em que espreita lá do fundo o olhar de baixo.

15 de maio de 2012

Na próxima estação oxalá não seja embora se saiba um desejar a mais que a sombra repleta do desenvolto recurso passado entre a rotineira e contrafeita risada da tensão metálica da salvação quase ao virar daquela esquina em dádiva sacrificial faria de uma certa conveniência solar o fácil demais devido à sua natureza intrínseca que digo eu cultiva e por vezes retribui.
E como o precioso cuidado faz célere o contribuir do mal-estar permanecido não se vai a fazer nada por isso pois logo que sinta-se um pouco mais revisitado da frequentação do lazer espreguiçado ao sol por debaixo dos toldos em procissão postos na debandada da ideia geral a ver o mar assediado daquela apaziguada inquietação flutuante acima do movimento assente em barco de cinza verde à espuma carrasca far-se-á parafrasear o lugar que deixa um sabor a futilidade fogosa ao falar das condições contratadas a sério nas primícias insanas da luta que continua e ao cair se não terá que ter em atenção do ostentar da visibilidade.

14 de maio de 2012

Depois. Animal. Toma o tempo. E. Num sorrir desfalecido. A cada cínico impacto. Aprende o sentir. Demais. Delicodoce. Mostra-o belo. Quando chegar, se chegar, não recordes. Qual seria o prazer se falasse as palavras, doces, do afagar sugestivo. Jogos infantes. Um rápido adormecer próprio, que raio.

Ao tirar na hora certa. Em multilocal disposição da voz do andamento. Pode-se o caos.

13 de maio de 2012

Não posso, no entanto, evitar o sentir, por causa do lugar, suponho.

Que ao acto não corresponda a palavra em esperanto horizonte. Suave. Apodera a palavra em contraponto atributivo do jogo dos princípios. Reflexo ao chegar. Eis como cai. Assisto-o no olhar colérico. Faz dor. Silencioso se é que me faço entender. Nunca marca o outro incondicional acto de entrega. E digam que é económico que eu gosto. Do pão na boca, todos os dias.

Assim fundam-se palavras, conheço bem, e a solução disso também. Um distenso silêncio defronte à contraposta palavra. Todo o dia é o morrer assim.