24 de outubro de 2012


Tocado enfim no corpo,
o segredo do contra três,
eis que surge um quarto
em falta, sublimado
na face em terra passional,
(o que não é o caso),
do corpo dois que passa.

Situação de um alinhado apontamento que ajusta o silêncio em silêncio.

E o corpo, fora desta frase, esquiva-se a um outro em toque de invisível sujeito,
e o pensamento, sítio dessa tal acção, fica palavra no apenas nó que dali corre em contracção vestido, memorizado, ausente.

Algum significado indistinto ao notar as palavras nos sinais a distinguir daqui, a escolha desse instante que colora o efeito composto como um espelho despedaçado que se lê, mil vezes.

A combinação vem depois.

O olhar figura cataclismos, cambiantes sonoros, réplicas, o horizonte apenas.

E ocorre o invernal sono dos mundos num essencial engano, numa representação, ou espécie de ser, não sei, o que fica, porém, é contradito que avança, dilui, um entrecortado composto de aparências que encadeia as superficiais palavras em fragmentos do compromisso.

23 de outubro de 2012


No tempo das calendas metafísicas, das questões da plantação.
Das ontológicas primaveris ao virar de Saturno.
Prosseguiram as ilhas (onde não demora) o após Calipso em abertura.
Pois não existe, efectivamente, um ponto de apoio, e ponto.

Nada como o levantar das labiais comissuras em consciência tranquila, quando não se pensa, essa expressão, faz do outro um semelhante a algo transparecido do corpo assim distendido, um sensual manifesto, sim, fora da notação, porque não.

A irrupção de um arremedo longo, que voga neste instante em vertigem veloz, insiste um ponto de apoio, que nunca chega.

(poderia evitar todas as edificações, até o ruído que paira, e isto não é uma ideia que se olhe, fora, em algo que perturbe o olhar, dentro)

E um gesto que pára, que talvez não seja assim, mas apenas sucessão de ideias, nunca se poderá chamar ideia, sim, esse gesto não é ideia.

E o dizer dessa impressão repentina é o desenho do olhar (a)dentro a toda a abertura do gesto, mas, e apenas, até que a palavra possa.

E esta chega no instante em que deixa de pensar, agarra desse gesto, a ideia, que preenche o vazio, em linha apelidada frase.

Palavra.

Os ritos da tortura.
A imagem do lugar.

No espaço da posição guardo (me) o soletrar das tiaras do papel alado.

(Traço fundamental das naturais cantigas).

E as imagens flutuam o favor do mar por passagens entre a face lunar que fica ideia numa apoteose do lânguido rubor falado dos sítios esquecidos.

22 de outubro de 2012


O lapso é o retomar da encenação,
gerado nos tempos da dança
(sempre o mesmo jogo da máscara)
e da justificada tragédia da existência vazia
(infalível máquina do defeito humano)
que plasma por inteiro a resposta do mesmo
como fora a tentação do corte
ou a transposição do rasgo em reacção matriz.

Além da vontade.
Toda a cor um dia.

21 de outubro de 2012


Aberto ao azul do mar em guerra, dos lagos imaginários, uma casa ausente transforma a manhã logo que a forma regressa e morre ao fazer de um acto que bate em contra fundo.

Tomara de longe o iniciar.
Na parte perdida de horizonte.
Que de volta a um instante.
Esquece o imediato sentido.

O impresso olhar levado no próprio do momento produz um reflexo absoluto que, por ter ficado tão perto, um outro dia gritou que parara.

Como fora a modulada memória descida ao sítio da parte perdida.

E assim tirado o mundo ao representar do sopro, um aspirado diluir da fala esvanece, (a um nada dizer), o canto da tonalidade esfíngica.

Dito como deve ser? Como dizê-lo aqui?

Depois, lançado por fim na decisão do sentimento completo, o dizer que se escapa,lança um toque etéreo como o excedente dele que se investe, melancólico.

E ao cair do dia presente a imensa e amarga ironia de um apenas silenciado.

20 de outubro de 2012


Bom, a bem dizer supõe,
qual aceso, ou qual sinal,
ou num qual acesso,
vertiginoso ao ponto vazio,
que sussurra o colorir,
do permanecer corporal,
em proporção preenchida,
nos lagos da crua certeza.