3 de março de 2013


Um pátio deserto e cinzento. É com certeza o inverno este lugar. Outra circunstância. Um terminal desolado aguarda o fim da noite que, enquanto passa, desespera qualquer coisa. Alguma vez se viu noutro assim? Consta que um rei, só por isso, colapsou.

O acordar faz ressaltar da rocha um contraste que perdura - é bom sair pela noite adentro encharcado, as ruas têm, nessas horas, um sabor melancólico a inolvidáveis desertos.

2 de março de 2013


À falta de quê permanece, (como iguaria apetecível), o invisível tomado fora do seu domínio: canto da madeira em terrenos do estômago quase voraz (limitado na sua capacidade) que volteia o anunciado trajar primaveril.

Para lá do mar, e ainda para lá do mar do mar, repousa o sono perpétuo das circulações humanas, aborrecido, assenta os pés na terra monumental, que um dia, a crescente vegetação esquecerá.

Em termos de silêncio geral obviamente, um singular som do castelo outrora.

16 de fevereiro de 2013


Terra, irás colher o trevo à sombra das latadas. O que será feito das casas, do cheiro das folhas, das madeiras à noite a ranger sob a cautelosa passada. Onde ficas e em qual das telhas vês o pretenso atingir do chão, o acordar, a erosão, os lanços de pedra à volta como as velhas moscas em confraria, de uma certa maneira. O horizonte eleva a gritaria ao céu das vilas despovoadas. O sentimento surge ao bater dos sinos na gélida manhã petrificada em imagem de peso. Branco é o gelo habitado a sós contigo ó condição. As ondas, agitadas neste campo de onde sigo as janelas plantadas dos passageiros aromas, assentam as suas tendas junto apenas por momentos, e os ossos, no centro da montanha, queixam-se ao primeiro rebento de um sol que não termina na pele.

Sustentabilidade. Para ilustrar o conceito recorro ao bem conhecido episódio do elefante que atravessa as calmas águas do lago saltitando graciosamente de nenúfar em nenúfar.

15 de fevereiro de 2013


Empreendedor.

Dirijo-me ao frigorífico, abro-o, olho lá para dentro e retiro um iogurte, já devidamente munido da colher apropriada, como-o.

“A sorte favorece os audazes” em dois actos.

1) Os audazes morrem na praia ponto. Por seu turno, enquanto os audazes falecem na praia, o personagem que exortara os mesmos foge, apressadamente, justificado, obviamente, à providencial maneira do recorrente artifício da pena utilizada em semelhante situação épica.

2) O personagem que exortara os audazes encontra-se, por fim, e depois de muito correr, ajoelhado perante a sorte a suplicar pela vida em vão e é trespassado, terminado às mãos do desfavor da sorte e da pena madrasta.

Um banco de madeira estendido
Corre o olhar perplexo
E aceso
Que aguarda a sua vez
Desfeito em considerações de entrada.

A duração responde por si e lavra o metal diverso nos rios tão calmos como o suceder das inércias (chega-me essa situação, obrigado monumento) descompassadas em parcelas do peso a simular ventanias chegadas a um opaco objecto. Resolve-me essa linguagem suspeita da palavra feita à medida da inclinação referida nas forjas a liquefazer os agitados punhos da (sua) preciosa qualidade.