17 de julho de 2018


Atravessa chamada indiferente.

Imperturbável se nem desse conta que cego e surdo se deixava estranhar das atenções violetas e qual escolha ao dizer não da longínqua proximidade ou da recordação mas desse qual gesto em escutada palavra como se (se) perdesse em despudor de sorriso.

Passa a explicar

Aproximas-te me em fogo
E a intimidade (que se faz) despudorada
De cintura vestiu-se
Em cigarro de olhar vigilante
E brilhou de encanto
A cada eufemismo de origem

- de oculto e promessa
passa muito bem natural
de apelo e em volta da vivência
se veste por displicentes
notas e mais palavras
para quê curiosas
dessa mesma paisagem
fundam de sentimento
as monumentais seduções
poderia abençoar
as futuras visões outra vez
tranquilo na poesia
lembra-lhe como que extático -

13 de julho de 2018


As ‘figuras’ são como que complexos de sugestão em aglutinadora função de uma dada qualidade que acompanha os mesmos de um tom para cada tema a saber piedoso colérico descontraído ou sedutor por exemplo e sucedem-se estes como que numa calendarizada roda em função

Dos mesmos gestos
Dos mesmos trejeitos
De uma mesma ideia
Do apetecível momento
Das doces alegorias

Naquela voz se cuidasse
De si nas mais diversas situações
Por meio
De uma certa identidade
Recorre e vai ficando
E se faz nuvem
E mais assim que portanto caro

7 de julho de 2018


Lamenta sem não mas sem chegar

E permanece portanto
Aquela ordem natural das coisas
Que por assim dizer chama de agitação
E hesitantemente aquieta
De uma pertença que não mas sem perder de vista -
Flui-te em favor nas janelas e nas paredes
De um valor antigo e ao despertar
Traz-nos a distância
Aqui tão perto numa ideia de significado
Que ascende e finalmente
Regressa em cada sugerido principio

6 de julho de 2018


A ligeiríssima expressão
De qualquer coisa demora
Num qual escrito
À razão das palavras lhe sobe
Em saber de uma repartida chama
A que não chamaria lugar
Nem de repente

5 de julho de 2018


Lugar que toca
E foge – um repente frio -
A cada passo chega
Em sucessivo dizer das faces como tu
Que ficas no mesmo
De quem não vê cintilar sinais
De carne acesa
Nos campos raros da palavra –

Desfaz-se em gesto o silêncio
Dos invisíveis dedos das inteiras horas
Num relance às cintiladas águas
De pensar fugia a razão das coisas reencontrava

4 de julho de 2018


Fundamentalmente
Entre o silabar e o silêncio
Pausa a palavra
O acontecer da voz

Acontece-me de cada vez
Ao meio das mãos
Espera num entreolhar
E respira por fazer sentido

Um outro da terra
Ao sentir do dano azul
Semblante
Assim que nos chega do lugar

5 de junho de 2018


O instante acontecer do i
Indefine e suspende
Qualquer sugestão de contorno
Conforme à inabalável matéria

5 de março de 2018


esotérica da singularidade : o único critério possível de originalidade é a própria originalidade - qual simultânea presença de todos os aspectos na fonte de todos os aspectos

esotérica da esmeralda : a ordem celeste é mais ou menos o arquétipo da ordem social estabelecida

28 de fevereiro de 2018


esotérica da referência : a via do esclarecimento é a via do paradoxo embora de todo o não seja