14 de agosto de 2018


em ansioso rubor
chama ao despertar
e de margem se veste
a voz adormecida

11 de agosto de 2018


esotérica da discrição : o detalhe de cada situação elaborado de sono

no ponto de equilíbrio

jorra em prateado reflexo a palavra
de perto sobrevoa lugar nenhum
e levanta o olhar enquanto se pensava
e faz aparecer o ocultamento da parte conhecida
por meio da correspondente dissertação

nada mais alentai da noite!

uma folha desce
a traço de outonal melancolia
naquela imagem
de quem chega ao caroço
das coisas e não volta
nas mesmas palavras de sempre

esotérica da irradiação silábica : basta um pequeno nó e as palavras sucedem-se como chap´wus ou origamis

10 de agosto de 2018


Breve monólogo do órgão de si espelhado por meio da palavra

por sinal um dizer
agradável sabes qual respirar das bocas
do nariz dilatado ao limiar do acontecer
em percurso indicador
táctil no caso
prossegue assim sabes
ou então como quem diz que é assim

esotérica daquilo que aparece : eles não se entre olham para não se revelarem

9 de agosto de 2018


brilha no telhado
um pardal intermitente
e alado se faz
ninguém
de estar num segundo

Do crepúsculo

por entre as ruínas
daquela reflectida imagem
crepuscular
e quase de noite
pulsam restos de fogo e de calor
que rodopiam verdadeiramente

8 de agosto de 2018


esotérica da opacidade: o dizer vive de ser dito e cada palavra é máscara de uma outra palavra