passa de tarde
um qual reflexo
dessas mesmas
nocturnas chuvas
ao longe chegam
numa cinza cor
de perto caída
no salto sentido
das tantas palavras
por dizer ficam
20 de setembro de 2018
um outro dia
de prosaica leveza e amenas
palavras de terra
ausenta-se em quartos de luz
o cerebral dos jardins
não tanto assim
imaginados do lado nascente
mas entre a noite e a manhã
19 de setembro de 2018
e a reminiscência de tarde
percorre entretanto os compassados
processos do lugar
em simultâneo daquilo que passa
enquanto aparente
e no entanto permanece o mesmo
18 de setembro de 2018
e desce em gesto ideal
da sombra
e por meio de alguns sincopados
golpes cinzela
aquela memória animal da primeira nuvem
num movimento
que por vezes se esquece
17 de setembro de 2018
e particularmente dali
se fazem aquelas notas que perduram
em algumas linhas
das palavras enquanto quais
de seu nome aqui
o voluptuosos motivo nos figura
colorir de um outro
e deriva
mas como que rarefeito e contínuo
por assim dizer
15 de setembro de 2018
uma certa palavra
em apoteose destacada
arvora de satisfação
o edificado no cimento
daquela disposição
mais própria do sentido plástico
que desvela num estado de passagem
a vaga forma
de um laborioso aspecto
14 de setembro de 2018
da base da pedra
em vigília do semelhante caminho
clama de perto
o enlace agora exausto
repousa respiração nas fontes
da linguagem satisfeito
valor de uma terra imaginada
13 de setembro de 2018
uma insinuada linha
em crescendo de contraversamento
não por princípio
natural ao longe aparece
por sobre os edifícios do lugar comum
qual névoa nunca vista
fronteira mas não de imediato
12 de setembro de 2018
e desliza em transparência
como se não houvera
de cada dentro assim percorrido
um olhar que acaso desvanece
11 de setembro de 2018
e alguns restos de sentido
ficam na parede
estranhamente espelhados
numa pergunta por fim