21 de setembro de 2018


passa de tarde
um qual reflexo
dessas mesmas
nocturnas chuvas
ao longe chegam
numa cinza cor
de perto caída
no salto sentido
das tantas palavras
por dizer ficam

20 de setembro de 2018


um outro dia
de prosaica leveza e amenas
palavras de terra
ausenta-se em quartos de luz
o cerebral dos jardins
não tanto assim
imaginados do lado nascente
mas entre a noite e a manhã

19 de setembro de 2018


e a reminiscência de tarde
percorre entretanto os compassados
processos do lugar
em simultâneo daquilo que passa
enquanto aparente
e no entanto permanece o mesmo

18 de setembro de 2018


e desce em gesto ideal
da sombra
e por meio de alguns sincopados
golpes cinzela
aquela memória animal da primeira nuvem
num movimento
que por vezes se esquece

17 de setembro de 2018


e particularmente dali
se fazem aquelas notas que perduram
em algumas linhas
das palavras enquanto quais
de seu nome aqui
o voluptuosos motivo nos figura
colorir de um outro
e deriva
mas como que rarefeito e contínuo
por assim dizer

15 de setembro de 2018


uma certa palavra
em apoteose destacada
arvora de satisfação
o edificado no cimento
daquela disposição
mais própria do sentido plástico
que desvela num estado de passagem
a vaga forma
de um laborioso aspecto

14 de setembro de 2018


da base da pedra
em vigília do semelhante caminho
clama de perto
o enlace agora exausto
repousa respiração nas fontes
da linguagem satisfeito
valor de uma terra imaginada

13 de setembro de 2018


uma insinuada linha
em crescendo de contraversamento
não por princípio
natural ao longe aparece
por sobre os edifícios do lugar comum
qual névoa nunca vista
fronteira mas não de imediato

12 de setembro de 2018


e desliza em transparência
como se não houvera
de cada dentro assim percorrido
um olhar que acaso desvanece

11 de setembro de 2018


e alguns restos de sentido
ficam na parede
estranhamente espelhados
numa pergunta por fim