o dizer do tempo
corre qual
reflexo
de uma serpentina cinzenta
e corre acima
de qualquer labial temperatura
e mascara o movimento
num qual fundo
de escórias apartadas
28 de março de 2019
esotérica da tomada (por assim dizer) do objecto: o objecto deixa-se quando abordado com sinceridade uma certa simplicidade e alguma elegância porque não dizê-lo
27 de março de 2019
esotérica da interpretação: o interpretar-se nas palavras como que expressa aquela intenção do sentido sentimento da impressão do objecto.
26 de março de 2019
nasce a verdade
da mútua luz de qual
que contraparte aproxima
o silêncio sentido
ausente e negativa
marca do mesmo
em ponto de vista
25 de março de 2019
ao largo do nariz
profundo em descontraída
pose acontece
um qual entusiástico
cabelo que aí regressa
23 de março de 2019
anoitece a meio
e em resultado disso
a cada interpretação
a chama não
por imitação transparece
da carne em alimento
ao que de si
se adivinha mesmo
marcado em acto no tempo
22 de março de 2019
o olhar retirado
e a coberto de uma qualquer
outra coisa
ressente a imagem
naquele sabor longínquo
qual recordação
que deixaste por exemplo
21 de março de 2019
o tempo de manhã
desperta do lado da paisagem
um contraste em respiração
que parado por dentro
cintura nas janelas as suspensas
tonalidades algumas
figuras a cada linha de uma dor
antiga e sombra
num calor seco
o instante em desnudados
cinzentos poros
que quais abertos passam
20 de março de 2019
sucedido ao limiar
de uma clareira em claridade
uma presença de perto
escala em torvelinho nascente
o mesmo hesitante azul
que na língua de cada gesto
em volta pausa a canção
da manhã num outro lugar
19 de março de 2019
ferido de atenção
o peso das formas
de um qual desejo
se vai crescendo
em grito tecido
nas silenciosas figuras
que aí se chegam