26 de setembro de 2019


O gesto marcado
de um sorriso segundo
como que manifesta
a passagem ao acaso da narrativa
que chama no simples
chão de um odor a terra
o rubor encerrado de uma sombra

25 de setembro de 2019


De insinuante
Um sabor adentro
Em cada seio
Se desperta numa origem
Por assim dizer
O dia em suor
De uma esvanecida visão

24 de setembro de 2019


Escolhido de encruzilhada
E uma vez numa voz encontrava
O acaso que faltava
De saber-se em parte e dessa forma

23 de setembro de 2019


Na volta de uma qual rotina
De si se encontrava em cada figura
De percorrido acrescento
O odor de um mesmo que sensível

21 de setembro de 2019


Entoado de pedra
O redor da montanha desperta
dormente em cada um
tende a desfalecer esquecido
e nessas linhas permanece
em movimento a seu fim
o qual não será de partida

20 de setembro de 2019


O olhar de lábio
Semicerrado entranha
De mais perto
Uma vida passada
Gesticulava cortante
Em dividido silêncio

19 de setembro de 2019


O gesto como que desfigurado
Por assim dizer de uma atenção de conjunto
Gera inocentemente o acordar
De um fundo que destoa
Das mesmas coisas ao inverso
Parte e (in)forma de uma sustentada superfície

18 de setembro de 2019


Ao longe em panorama
De harmonia desce da montanha
Uma sombra das alturas
Que divide os territórios
Outrora desconhecidos
Num fundo que mais parece
O caminho dos ossos secos

17 de setembro de 2019


Caminho mas por princípio
num passo de quem
Se porventura chegaste
em cada pormenor
Comovido a desfilar
na paisagem
Das cores de cada figura

16 de setembro de 2019


O destino da carne
Como que de um silêncio mundano
Esquece o que dizer
E num sussurro
Marca de improviso a vontade
De partir de súbito