23 de novembro de 2019


Chegara numa hora
em que dali se olhava e de seu silêncio
em algo de diverso se feito
fora em movimento ter-se-ia
com certeza desvelado
em qualquer presença ainda que tivera tanto de irreal

22 de novembro de 2019


De longe o olhar
retirava-se como se nada fosse
e dessa vez se entregava
o rubor de um grito
que soava nos vazios corpos
como que indefinidos
por entre uma cortina de bruma

21 de novembro de 2019


Uma chama de peso
e que ao tornar-se venha
e a si perto
e como se esquece
do que fazer apelava
daquela palavra
que não chega
para mais em silêncio

20 de novembro de 2019


Que fazer perguntar-se
-ia o olhar depois
que investido ali ficava
que diverso nas coisas

19 de novembro de 2019


esotérica da verdade nas palavras:quase sempre que penso ou considero este tema da verdade das ou nas palavras ou linguagem me vem à memória aquela história que li já não me lembro onde do homem que à beira-mar placidamente se entretinha a desenhar sucessivos símbolos na areia e que sempre se sorria consigo quando a espuma ali chegada das ondas como que os engolia um após o outro

18 de novembro de 2019


Em devagar presença
de um rubor em rumor insinuado
ressoava de peso
o que assim se adivinhava
e tornava de longe
como que num restolhar silencioso

16 de novembro de 2019


Entrava atrasado
na bruma o silêncio como
que suscitava
em cada recanto a impressão
de um rumor passado

15 de novembro de 2019


O que fica chega
como que num murmúrio de lamento
assim misturado
sobe a um rio acontecido

14 de novembro de 2019


O olhar estendido
até onde o mesmo que chegava
impressionado se mantinha e silencioso
avançava a manhã
ao tempo do frio que nos ossos percorria

13 de novembro de 2019


Como se contra dito
se insinuasse e assim desperto
em atenciosa mímica
soltasse o cuidado em magma
de um grito de neblina