17 de dezembro de 2019


Surpreendido de nascente
como que recolhia-se ao interior
transparecido a coberto
de uma chama o olhar se levantava
aproximado e aberto
como numa sugestão de surpresa

16 de dezembro de 2019


Em hábito
Se faz o mundo
E dessa terra
E dessa cor
Que o sabor
Perdura
De tão perto
O dizer-se agora
Respira divagar
E agitado vai

14 de dezembro de 2019


Trazia no olhar pausado
uma qualquer coisa de luxuriante
e verdadeiro no qual
como que tocavam-se os planos
desvanecidos assim numa primeira figura

13 de dezembro de 2019


Cansava o sentir
se a um afazer que tudo
preenchia e agora
cai numa primeira voz
que se canta
se ao ficar se deixa

12 de dezembro de 2019


Algo de estranho
em contrapeso introduzia
o instinto ao lugar
que não de si
surpreso de qualquer outro
efeito sentido se fazia
ao inverso dessa mesma sedução

11 de dezembro de 2019


Ali repousava
o que apercebido a um movimento
defronte a traço inicial
pertencia se denso se ficava
(como que de uma sugestão estranha)
em algo assim que chegava
mas que todavia lhe não pertencera

10 de dezembro de 2019


Daqui ou dali
de qualquer outro lugar
se chegasse
em vida aos arrabaldes
e que bem
dessa maneira se apresentasse
aqui depois e agora
como que se plasmava partido
em movimento de uma única condição

9 de dezembro de 2019


E uma vez mais
que de cor povoado e distante
como que inclinava-se
mas não chegava a adormecer
desataria-o de si
como que esbatido
nesse qual pó que se faz em terra

7 de dezembro de 2019


Por todo o lado
se punha que caído em silêncio
de uma qualquer outra coisa se retomava
o olhar em contemplação
que lugar de uma vez e não pertence
e assim também não fica sempre em silêncio

6 de dezembro de 2019


Um dito de qualquer
coisa que se chegue bem reconhece
aquilo que agora a saber
se sorri chamado em silenciosa abertura