19 de janeiro de 2011

“(…) Estas ideias-limite não têm aqui outra função senão a de fazer compreender por contraste a condição duma vontade recíproca dum involuntário. Não constituem ainda um exceder da subjectividade, pertencem, ainda, à descrição da subjectividade. Uma verdadeira Transcendência é mais que uma ideia-limite, é uma “presença” que inaugura um verdadeiro desordenamento na teoria da subjectividade, introduz uma dimensão radicalmente nova, a dimensão “poética”.”

P.Ricouer; Philosophie de la volonté – (trad. livre)
Apenas o tocado instante fere - como fora um regresso ascendente em significação dos instantes sucedidos – “o” veículo. Ferido instante.
O instantâneo será, então, o composto momento instante que fere o inferido da composição do instante. No instante e em composição, propriamente.
Como fora uma relação a algo, a um momento fundador, quer dizer, o “termo” da sucessão dos instantâneos.
O instante não é inferido da composição o “instante” é inferido e desencadeia … e o que se infere do instante terá, a ver, com um certo tipo de atenção ou “empatia” … não sei, (sorrido), é, de facto, uma ligação remota, primitiva.
Como vê-se a posição da coisa ou vê-se a coisa da sua posição através dos olhos do instante e do daí desencadeado movimento em descrição da discrição da coisa.
Em olhar desse instante (in)ferido ao desencadear do “narrativo” movimento da coisa.
Enfim, talvez fosse como uma pista deixada, um desenho ou uma configuração da resultante acção, um olhar da coisa mas mais, impenetrável daqui, como um entrado reflexo.
Suspende-se a coisa
do inferido instante
em desencadeado movimento
da configuração das coisas,
e as sombras no olhar
dizem reflexo
do que diz-se … como num infinito...

18 de janeiro de 2011

Seria como um
qualquer dia que se abrisse,
breve, ao relento
das visibilidades estranhas
… mais agora o começar e já chega.

15 de janeiro de 2011

“Segundo o Sr. Wittgenstein não existe nenhum processo que permita descrever a totalidade das coisas que podem ter nomes, por outras palavras, a totalidade do que existe no mundo. Para se ser capaz de o fazer ter-se-ia de conhecer uma propriedade que todas as coisas tivessem por necessidade lógica. Procurou encontrar-se esta propriedade na auto identidade, mas o conceito de identidade é objecto de uma crítica de Wittgenstein da qual não parece haver saída possível.”

B. Russel – (prefácio ao Tratado Lógico Filosófico de L.Wittgenstein) – Gulbenkian.

8 de janeiro de 2011

Logo é outra coisa, palavras soltas nisto ou naquilo com que se entretece o tédio que chama baixinho e distante, enfim, seria apenas uma maneira simples de apresentar o problema - qual aplicação de barreira sonora, embala, enfim.
Uma linha ao (não) suceder dos instantes possíveis - em substância.

7 de janeiro de 2011

O (imóvel) tornar veloz do olhar tolhe o silêncio e passa como atrito da borracha no asfalto húmido como qualquer coisa que chegasse em continuado suspenso da limiar tensão na brecha dos encantos mudados em qualquer coisa - de novo - da colorida maneira em que se põe e se diz e se chega a um quase choque das abertas paisagens duma indicada escolha que aterra aos lados do silêncio das chamadas “vãs” do sentido.
Chega-te os dias plácido como o verão.
Sim no labiríntico sonho
E prenhe como fora a multidão cega
Perfilada antes de qualquer.
Como a “necessária” condução do possível ponto.
Em linhas de perfuração
Dos frágeis cuidados do som ténue.
Lapida-se depois. Seco como os ramos que caem.
Inatingíveis como o tempo que passa.
Tão longe.
Seguira nos próximos momentos o percorrer das calçadas vazias.
Cheias. Como chegasse.

1 de janeiro de 2011

Sonho em elipse.
Um rumo ao acaso.
E os lagos em lugar da rosa.