24 de março de 2012

Secreto ouvido vê o indizível guardado bem último círculo em silêncio maior mudo no espaço da preparação do omphalos que desce ao recanto e estende em volta o indício olhar que deixa o ir o mar na fragmentação das ondas fixo à maneira do proceder afeito mínimo das coisas em camada.
As ribeiras correm na calçada arestas que escorrem calçadas, paralelamente. Gotejam cristalinos cristais de uma pureza bucólica, campestre vá. Os corpos engalanados, mais sim, mais não, são como cintilantes semáforos da luxuriante vegetação em calafrio da posse, aguda, ao sonoro chegar da lava escorrida p’las encostas da pele. Eléctrica luz invisível caída nas mãos do manifesto eclético destino. Extáticas fúrias e tributos. A casa de passagem fica sim não, não, assim não. Não concebido, concebível porém.
Na primícia das premissas assim senhor aqui ira o mesmo ao alto em panegíricas da excitação sátira ao proscénio da cor convulsa dramaticamente o dia a um dia o altar do dia que sim não não faz nas absortas retinas as marcas do galanteio sim não não um rubor lívido. Contraditório portanto.
Água Zás. Um corte edificante. Aliás que seja leve.

15 de fevereiro de 2011

Correspondances.

La nature est un temple où de vivants piliers
Laissent parfois sortir de confuses paroles;
L’homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l’observent avec des regards familiers.

Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et profonde unité,
Vaste comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les sons se répondent.

Il est des parfums frais comme des chairs d’enfants,
Doux comme les hautebois, verts comme les prairies,
- Et d’autres, corrompus, riches et triomphants,

Ayant l’expansion des choses infinies,
Comme l’ambre, le muse, le benjoin et l’encens,
Qui chantent les transports de l’esprit et des sens.


C. Baudelaire – “ Les Fleurs du Mal”.

12 de fevereiro de 2011

O lugar, ao longe,
troca nos olhos
acesos
a visita da lembrança,
composição de fundo.

28 de janeiro de 2011

“ O contraponto pode ser um problema extraordinariamente difícil para um compositor; nomeadamente, o problema: que atitude deverei adoptar, dadas as minhas inclinações, relativamente ao contraponto? Ele pode ter descoberto uma atitude convencionalmente aceitável e, contudo, sentir ainda que esta não é, propriamente, a sua. Que não é claro o que o contraponto devia para ele significar. (Estava a pensar, a este respeito, em Schubert; no facto de ele querer ter lições de contraponto já perto do fim da sua vida. Penso que a sua intenção pode ter sido, não tanto aprender mais um contraponto, mas determinar as suas relações com ele.)”

L. Wittgenstein; “Cultura e Valor” – ed. 70
Aos primeiros raios do mundo sorriu-se o suceder das representações suas no breve instante dos campos dessa densa opacidade - como num ápice retirara do olhar o tom e a voz e a sua presença opaca, fechada, desterrada ao tempo dessa vi®agem que marcara o desvio em presença das sombras, ao cair o aterro.

22 de janeiro de 2011

O campal apelo das bandeiras chega-se um dia vazio ao peso da pretérita palavra dos descarnados ossos, enterrados,
salta um fio
das sombras
e no olhar cai
se suspenso
em vertical
“preenchido”.
Cinzas sombras discretas
Tal fruto das palavras
Num fecho original dos acordes
Ao Olhar nada como algo
Dos horizontes diz Se basta
Qual quais Predicadas avenidas.