23 de outubro de 2012


Nada como o levantar das labiais comissuras em consciência tranquila, quando não se pensa, essa expressão, faz do outro um semelhante a algo transparecido do corpo assim distendido, um sensual manifesto, sim, fora da notação, porque não.

A irrupção de um arremedo longo, que voga neste instante em vertigem veloz, insiste um ponto de apoio, que nunca chega.

(poderia evitar todas as edificações, até o ruído que paira, e isto não é uma ideia que se olhe, fora, em algo que perturbe o olhar, dentro)

E um gesto que pára, que talvez não seja assim, mas apenas sucessão de ideias, nunca se poderá chamar ideia, sim, esse gesto não é ideia.

E o dizer dessa impressão repentina é o desenho do olhar (a)dentro a toda a abertura do gesto, mas, e apenas, até que a palavra possa.

E esta chega no instante em que deixa de pensar, agarra desse gesto, a ideia, que preenche o vazio, em linha apelidada frase.

Palavra.

Os ritos da tortura.
A imagem do lugar.

No espaço da posição guardo (me) o soletrar das tiaras do papel alado.

(Traço fundamental das naturais cantigas).

E as imagens flutuam o favor do mar por passagens entre a face lunar que fica ideia numa apoteose do lânguido rubor falado dos sítios esquecidos.

22 de outubro de 2012


O lapso é o retomar da encenação,
gerado nos tempos da dança
(sempre o mesmo jogo da máscara)
e da justificada tragédia da existência vazia
(infalível máquina do defeito humano)
que plasma por inteiro a resposta do mesmo
como fora a tentação do corte
ou a transposição do rasgo em reacção matriz.

Além da vontade.
Toda a cor um dia.

21 de outubro de 2012


Aberto ao azul do mar em guerra, dos lagos imaginários, uma casa ausente transforma a manhã logo que a forma regressa e morre ao fazer de um acto que bate em contra fundo.

Tomara de longe o iniciar.
Na parte perdida de horizonte.
Que de volta a um instante.
Esquece o imediato sentido.

O impresso olhar levado no próprio do momento produz um reflexo absoluto que, por ter ficado tão perto, um outro dia gritou que parara.

Como fora a modulada memória descida ao sítio da parte perdida.

E assim tirado o mundo ao representar do sopro, um aspirado diluir da fala esvanece, (a um nada dizer), o canto da tonalidade esfíngica.

Dito como deve ser? Como dizê-lo aqui?

Depois, lançado por fim na decisão do sentimento completo, o dizer que se escapa,lança um toque etéreo como o excedente dele que se investe, melancólico.

E ao cair do dia presente a imensa e amarga ironia de um apenas silenciado.

20 de outubro de 2012


Bom, a bem dizer supõe,
qual aceso, ou qual sinal,
ou num qual acesso,
vertiginoso ao ponto vazio,
que sussurra o colorir,
do permanecer corporal,
em proporção preenchida,
nos lagos da crua certeza.

Um lugar aberto no tempo.
Aproxima feito sopro eventual.
O silenciar das mil participativas.
E faz desatenta a locução simultânea.
Que em acto de produção ideal.
Faz a demonstração do mais forte.

Ou, dito de outra forma, a “glória do sintagma” na cor do suspeito assunto.

À vista das nações sentia o peso encher o dia
E no instante assim representado
O inverso corria os caminhos conclusos.

(Ali chegado ficou pois parecia certeza o que sem saber se refazia, e no mesmo acto).

E o relançar da desferida palavra.
Na fachada do âmbar em fortuita apoteose.
(Outrora argênteo tempo do dilúvio).
Faz do percurso uma tal nomeada figura.

Doutros dias porém.

(Mas como todo o processo é recorrente sinto uma insuflação profunda que argumenta outra vez).

O caótico atingir do estado da representação dinâmica.
(Redundante, inclusiva, e, portanto, inversamente redundante).
Do oclusivo refrão do sinal bate às portas estupefactas.

É mais que insubmissão, é paixão, irredutível lugar elementar.

17 de outubro de 2012


Eras de fundo a conquista iludida em satisfação dos agrupamentos moleculares.

Aquela determinação animal.
As frondosas imagens do logro.
As boas novas e a síncope.

A sinopse de todos os elementos é como a apresentação do mais simples. Fala do encobrimento. O discernir, trabalho de uma justificada violência na raiz da situação, é, numa palavra: a secreta celebração do sacrifício, alheio, claro.