31 de janeiro de 2013


Subitamente uma nota aguda eleva o tom da discórdia a uma nova marcação do perceptível movimentar do objecto.

São sintomas da extensão decerto
As preenchidas ravinas
Dos olhares por dentro a contradizer
O sentimento que toca.

Cerco.

Uma certa claridade
Retoma o mesmo em circular
(O que não deixa de surpreender de facto)
Ao inflectir da pronúncia.

28 de janeiro de 2013


O fogo solta filamentos,
labaredas,
o sentido tange o instante,
e, de novo nascido,
afoga o olhar no movimento.

O sentido da linguagem é como tirar o fantasma do ritmo em qualidade abissal, clarão elementar, (como a carne e o resto), atirado ao âmago da irradiação das vinhas num fulgurante descolorir.

A noção disso é um segredo e um fardo, um inexplicável que liga ao coração da ideia a forma afectiva do pensamento, esquecido sim.

Istmo.

Por todas as luas.
Sopesa o olhar condescendente.

(Toda a intenção mata à vista desarmada).

E o enigma.
Tenta forçar a entrada. E permanece.

(Em quanta conta se tem).

23 de janeiro de 2013


O que fica por sinal da ideia chega ao nuclear do próprio e faz as rápidas setas ao coração do fogo, (são dois dias no local das algébricas), e o perdido desse instante, ao nascer, vaga o horizonte em cheiro de terra acabada, o que é como chegar ao final num corpo vazio, aberto porém.

O objecto deixa uma impressão opaca, a lente, pela qual é observado, aumenta-lhe a opacidade.

Os repetidos ritos de papel entendem-se do súbito representar das mímicas e arrastam consigo o acto saciado. Outrora sincopava o terror, desconhecido, sentido, aos cabos, de partida, chegavam sucessivos presentes, a saber, nada do que importa chega realmente a ser dito.

De imediato.
Ao aproximar da presença.
Passo atrás.
O electivo valor solitário.

A marcação extática, (estado possível do modo cortês), sublima o intento ao sabor do engano, e a qualidade, insisto, (radical mudo da massa eminente), representa o magma em concórdia, e ascende às labaredas da graça.

13 de janeiro de 2013


Não há nada que o tempo não revele. A pesada subtileza do gesto, a condescendência do privilégio, o circunstancial sorriso da prepotência, o método, a indiferença polida. O que fica, secreto, é como se fosse uma cobertura, mas de adoçante.

À janela pende a carne em tentação (como o natal, por exemplo).
A pose, composta do bem tecido azul
Passa e faz solene o subtil esgar contido à vista do vulgar
Como um descabido papel de embrulho
Onde se viera ao mundo sem precisar sequer do gesto.
É uma imagem silenciosa, sem nada de novo, nem nada de cenas.