8 de fevereiro de 2013


Fruto da imaginação fecham-se os quartos da lua
E ficam a ver gerações do mesmo
Rodado em juntas secções
Da concordante matéria cortada
Em tábuas instituídas de uma duvidosa qualidade.

7 de fevereiro de 2013


Perpassa no solo o extermínio civil da terra seca
Que toca o calor imóvel na pele
E afaga as feridas da estranha invisibilidade
Ao imaginar das pedras
E povoadas estrelas doutras vidas
Na funda espécie da impossível gramática
Que ao olhar de perto
Fere o corpo apenas por calor
E faz múltiplas as formas do silêncio pensado
Em corrida através da multidão
Só e arremessada em cegueira às vitrinas.
A noite funda o regresso
Ao convívio das mentes soletradas.
(Sonâmbulas, maquinais).
Chegado ao particular pensar de tal coisa
Não tarda o fechar do corpo
Estendido à noite que acorda esquecida da palavra.

Claro o mar que desafoga
Um país de fumo sem fogo
Legisla ao sabor de menos
O charco a seguir da cheia.

6 de fevereiro de 2013


Um fio de historicidade escapa do próprio contado a como imagem da falta comum na eternidade, as récitas da fuga, os abolidos momentos, as tábuas velhas, ecoam o fulgor do tempo inexistente, basta ver no instante o permanecer do absurdo … nesse tempo …

Cinto. A palavra.

Escorrida à força na garganta dos incautos.
Claro. Como as ondulações de superfície.
Ou o constrangimento usual das linguagens.

Lagos da razão
Nas ondas que te são tão
Luminosa ração.

5 de fevereiro de 2013


O acto, em pré preparação do mesmo, estende, observa e evita, por sumas da ração, a indicação do olhar induzido: manifesto sentido que não é do sentido, antes sentido, ao redor da prossecução da ideia.

E a noite sombra ao atravessar a imposta dor (tal paróquia dos segundos, providente entidade) que, por liras e saturnais, (tal sombra devida), faz outra miragem da via amorosa como os agitados caudais do rio ou o sonho da carne em vida que sorri num estranho dizer, labiríntico, literalmente.

E pois, já não se pensa o sedimento que fica escrito em palavra no fundo eco da passagem, a vertical do silêncio chama a providencial maneira da linguagem do silêncio entendido, obviamente, como a umbilical promessa da realização na terra de uma espécie da primordial caligrafia que, no segundo da ilusão, faz memória do que corre em representação natural da imagem marcada ao subterrâneo acontecer, um remanescente expandido em temporal qualidade, absurdo critério, no âmago da desfiguração.

Caixas empilhadas sobre as fundações do iogurte
Desaparece o inverno no cais das gargantas abertas
Corre do cimo um olhar de avelã que te verde
E, no meio do povoado, os ratos acumulam mistérios.

Por sinal a uma coberta de estrelas.

Já por lá passei, e não vi, decididamente, nada de novo a assinalar; as cores continuam cores, as palavras, ao que parece, continuam palavras, e as raízes, embora se não vejam, supõe-se que por lá estejam, invisíveis, por debaixo dos edifícios.

Falecia no que cimenta o desaparecer agora do tempo sentido ao esclarecer dos motivos passados. Causa do instante encerrado aqui. Pois. O sentido do que é sentido ganha sentido quando nos põe sentido.

(E guarde-se o silêncio das palavras não ditas).

Alegórica. Incolor. Do. Colapso.

O perfume da intempérie
Assiste a paisagem
Ao solo da colheita
Nas espécies combinadas.