11 de fevereiro de 2013
Sentado à lareira que adormece.
Observo os incandescentes restos de carvão
Em derrocada.
Afasto o pensamento
E o corpo aperta sem tomar atenção.
O alento obriga a luz que se vai extinguindo (enquanto divago, aqui onde me encontro) a revelar o que chega ao fim do caminho. Só fica o carvão.
Outrora sonhara
O momento igual nos olhos nascentes.
Desenhado em arabescos
Do sangue em fuga
Ao rumor vago
E doce
Das águas nos regatos
Calmos.
Aqui estou cristais passados.
À sombra da lareira adormecida
Permanece o negro
Na sombra de um outro dia aqui.
10 de fevereiro de 2013
As fontes da forma chegam um dia
Ao meio do caminho que encontra o dizer
Solto nas coisas em partes do pão.
Maços de papel dourado como o sol
Adormecido sem saber donde
Vem de noite tomar um ponto de vista
Em sonho adiantado ao sonho.
Liberto desmanda o porvir
Em férrea animação nos areais que carregam
De dentro a vontade
A que vamos chamar de vez quase tudo.
Tradição do silêncio embriagado.
Tecido em mascarada de uma ópera justa
Ao corpo do barro vermelho
Que torna aos trapézios estendidos abismos.
E as seculares fontes da dúvida
As quais nada levam das águas passadas.
Ao chegar o momento
Existiram somente para ali chegar.
Num instante o mundo todo é feito
Ao luar que sucede
Um passado em sintonia
Das rotas que vão tomar-se outra vez.
9 de fevereiro de 2013
8 de fevereiro de 2013
7 de fevereiro de 2013
Perpassa no solo o extermínio civil da terra seca
Que toca o calor imóvel na pele
E afaga as feridas da estranha invisibilidade
Ao imaginar das pedras
E povoadas estrelas doutras vidas
Na funda espécie da impossível gramática
Que ao olhar de perto
Fere o corpo apenas por calor
E faz múltiplas as formas do silêncio pensado
Em corrida através da multidão
Só e arremessada em cegueira às vitrinas.
A noite funda o regresso
Ao convívio das mentes soletradas.
(Sonâmbulas, maquinais).
Chegado ao particular pensar de tal coisa
Não tarda o fechar do corpo
Estendido à noite que acorda esquecida da palavra.
6 de fevereiro de 2013
5 de fevereiro de 2013
O acto, em pré preparação do mesmo, estende, observa e evita, por sumas da ração, a indicação do olhar induzido: manifesto sentido que não é do sentido, antes sentido, ao redor da prossecução da ideia.
E a noite sombra ao atravessar a imposta dor (tal paróquia dos segundos, providente entidade) que, por liras e saturnais, (tal sombra devida), faz outra miragem da via amorosa como os agitados caudais do rio ou o sonho da carne em vida que sorri num estranho dizer, labiríntico, literalmente.
E pois, já não se pensa o sedimento que fica escrito em palavra no fundo eco da passagem, a vertical do silêncio chama a providencial maneira da linguagem do silêncio entendido, obviamente, como a umbilical promessa da realização na terra de uma espécie da primordial caligrafia que, no segundo da ilusão, faz memória do que corre em representação natural da imagem marcada ao subterrâneo acontecer, um remanescente expandido em temporal qualidade, absurdo critério, no âmago da desfiguração.
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