29 de maio de 2015


A imagem
posta
por alicerce
do véu,
exclama
o auge da
festa,
por morte
em directo
ao céu,

(mas deixemos isso),

o que conta
não é contado
ao nascer,
e o mesmo
do mesmo,
não é,
ponto
de partida
da coisa
implantada
em manifesto
nada.

27 de maio de 2015


O ateado indicio,
de vestido mosaico,
jorra (esquecido),
os arabescos
do (primeiro) dia.

O tambor, a dor, o iniciar da cor.

E o que é sentido das fendas,
( por norma de um território particular),
faz a diferença
tecida
na origem do canto
ao entardecer,
defronte aos muros de Antioquia,
(soterrada).

O que é por máxima tirado,
para fora do seu contexto,
por tantas vezes repetido,
até por sabedoria passa.

26 de maio de 2015


As palavras em segunda mão são outras tantas indicações da origem, vestem, alimentam o vazio enquanto passa, e é entretanto que se vai morrendo, só para dizer que chega.

13 de março de 2013


Esta vida pertence a uma outra face, e mostra, na progressão do detalhe, um brilho que espanta e desencadeia o pensar as vinhas de uma certa cor, agora, ao balcão de um mosaico imaculado.

Máscara ou espelho o eu da face escondida ganha um olhar sem fim laminado em fazer, em ser, em vontade, em massa da cor da terra que acentua a vogal como quem esconde, como fora um segundo a mais, sentido, ao despertar dos cadafalsos.

É costume dizer-se que os olhos também comem, e será, talvez, por causa disso, que não será aconselhável aos consumidores “gourmet” assistirem à matança dos ingredientes. Poder-se-á tirar daqui uma relação directa entre o sentido da visão e a sensibilidade do estômago? E será que uma tal relação de palavras fará algum sentido?

8 de março de 2013


Desertaram as esvanecidas miragens em formato de plásticas garrafais, situação que, revelada em velados de marca, é um mal concebido escaparate, sobeja no bolso dessa atenção garrafal.

São pequenas as letras e a conversão dos instantes urdidos segundo a lógica do tempo vulgar que vão, transposto o véu e o correspondente momento, apresentar-se, por fim, perante uma audiência que boceja, esquecida da passageira beleza, no rótulo de uma reciclada embalagem.

Naquele tempo, um manto híbrido envolvia a voz por teias lançadas, imaginavam-se imagens, a miséria sincopava a fome que tudo devastava à sua passagem, e, entretanto, o mundo girava como se fosse um todo.

O escrutínio, por silenciosas sílabas do pensamento em face, chega, imenso como a construção dos anos, e escrevinha o vazio em teorias do imediato.

O sonho acorda ao som dos cânticos desgarrados, (assembleia de gritos repentinos, imagem do sequestro social), e ignora, por certificado que seja, qualquer fim de conjunto. Valha-nos o são atencioso das garrafas, digo já, antes que seja um nunca mais acabar.

6 de março de 2013


Nesse dia acordara um pouco tarde, a noite decorrera agitada, violenta. Bom, nada de grave, afinal, ainda havia bastante tempo. E foi só por voltas do crepúsculo que compreendeu - tinha adormecido demasiado cedo.