7 de junho de 2015


A postura não fácil do braço pendular
Em lento passeio da notícia
Faz a dissertação dos rins
Num gesto figurativo da camisa opaca.

4 de junho de 2015


Uma superfície
de luz
povoada
ressalta
em claridade
e jogos de sombra
escadas
de tom
crescente
decrescente
devolvido
reunido
ao inamovível
ínfimo
lateral
opaco
como janela
de um
som azul
e vento
chegado em paz
ao pensar.

1 de junho de 2015


O irradiar da ausência
(universal essência do verdadeiro aspecto),
não se confunde,
parece,
ao movimento em sintonia da presença risível.

Colateral à direcção
da coisa,
qual própria coisa,
chega
ao pensar
posto inacessível
substância
(fugaz)
que move
o sentido na palavra
chegada
dos emblemas e costumes,
num oblíquo
porquê e o quê
notado
à verborreia das miragens
em incrível
fundamentação
ideal, que é,
a noção mais
ou
menos credível
da instituição da crença,
e toda a verdade,
e não mais
que a verdade possível.

29 de maio de 2015


A imagem
posta
por alicerce
do véu,
exclama
o auge da
festa,
por morte
em directo
ao céu,

(mas deixemos isso),

o que conta
não é contado
ao nascer,
e o mesmo
do mesmo,
não é,
ponto
de partida
da coisa
implantada
em manifesto
nada.

27 de maio de 2015


O ateado indicio,
de vestido mosaico,
jorra (esquecido),
os arabescos
do (primeiro) dia.

O tambor, a dor, o iniciar da cor.

E o que é sentido das fendas,
( por norma de um território particular),
faz a diferença
tecida
na origem do canto
ao entardecer,
defronte aos muros de Antioquia,
(soterrada).

O que é por máxima tirado,
para fora do seu contexto,
por tantas vezes repetido,
até por sabedoria passa.

26 de maio de 2015


As palavras em segunda mão são outras tantas indicações da origem, vestem, alimentam o vazio enquanto passa, e é entretanto que se vai morrendo, só para dizer que chega.

13 de março de 2013


Esta vida pertence a uma outra face, e mostra, na progressão do detalhe, um brilho que espanta e desencadeia o pensar as vinhas de uma certa cor, agora, ao balcão de um mosaico imaculado.

Máscara ou espelho o eu da face escondida ganha um olhar sem fim laminado em fazer, em ser, em vontade, em massa da cor da terra que acentua a vogal como quem esconde, como fora um segundo a mais, sentido, ao despertar dos cadafalsos.

É costume dizer-se que os olhos também comem, e será, talvez, por causa disso, que não será aconselhável aos consumidores “gourmet” assistirem à matança dos ingredientes. Poder-se-á tirar daqui uma relação directa entre o sentido da visão e a sensibilidade do estômago? E será que uma tal relação de palavras fará algum sentido?

8 de março de 2013


Desertaram as esvanecidas miragens em formato de plásticas garrafais, situação que, revelada em velados de marca, é um mal concebido escaparate, sobeja no bolso dessa atenção garrafal.

São pequenas as letras e a conversão dos instantes urdidos segundo a lógica do tempo vulgar que vão, transposto o véu e o correspondente momento, apresentar-se, por fim, perante uma audiência que boceja, esquecida da passageira beleza, no rótulo de uma reciclada embalagem.