5 de julho de 2018


Lugar que toca
E foge – um repente frio -
A cada passo chega
Em sucessivo dizer das faces como tu
Que ficas no mesmo
De quem não vê cintilar sinais
De carne acesa
Nos campos raros da palavra –

Desfaz-se em gesto o silêncio
Dos invisíveis dedos das inteiras horas
Num relance às cintiladas águas
De pensar fugia a razão das coisas reencontrava

4 de julho de 2018


Fundamentalmente
Entre o silabar e o silêncio
Pausa a palavra
O acontecer da voz

Acontece-me de cada vez
Ao meio das mãos
Espera num entreolhar
E respira por fazer sentido

Um outro da terra
Ao sentir do dano azul
Semblante
Assim que nos chega do lugar

5 de junho de 2018


O instante acontecer do i
Indefine e suspende
Qualquer sugestão de contorno
Conforme à inabalável matéria

5 de março de 2018


esotérica da singularidade : o único critério possível de originalidade é a própria originalidade - qual simultânea presença de todos os aspectos na fonte de todos os aspectos

esotérica da esmeralda : a ordem celeste é mais ou menos o arquétipo da ordem social estabelecida

28 de fevereiro de 2018


esotérica da referência : a via do esclarecimento é a via do paradoxo embora de todo o não seja

27 de fevereiro de 2018


esotérica caucasiana : a via da metáfora é a via da garganta - não tanto assim silenciosa

esotérica do caminho : tomámos o mesmo caminho - não é uma coincidência ?

26 de fevereiro de 2018


esotérica da vontade: a coisa mais perturbadora durante o sono é a vontade de

3 de janeiro de 2018


Outras partículas em detalhado gesto rumo ao interior do ritual – ou partículas em gesto apenas.

Qual visão das vastas impressões do sono ao despertar uma detalhada espécie de vapor ascende e toma-se daquelas liberdades que assentam na vivificada matéria que adiante pousada em mimética pausa a rotação e numa circunstância por esclarecer recorda

Num dia de estremunhado
E esquecido fragor
Cessara em salto aos dias de antanho
E demais coisas ditas
Que propriamente acima
Procura nas desconcertantes cortinas.

Ahem - pigarreou – o aproximar das calendas aconteceu aqui!

Enquanto resfolegava daquilo interrogou se lhe parecera o nariz de um carmesim descarnado da composição sugerida daquelas grandes razões que lhe assistem e cogitou num processo de conjunto o previsível daquilo que invariavelmente ascende em nota ligeira e displicente considerou

O grado acento
Ao lado do vazio
No branco chão

Que de pálido rosto em cuidado e lentamente aproximara ao lento de si num ligeiramente pontilhado de terra e reluzente metal que

Qual reflexo de cinza
Polida do rasto
Denso em cada mão
Pairou de novo
Naquela cor de chuva

E naquele aquele tempo
Junto ao deslumbrado momento

Pareceu ganhar como que um corpo castanho de seco a traço que fica em fundição de palavras

Na melodia do mesmo
Ritual do costume
Que perplexo o marca
Na boca que espreita

E devagar de volta ao instante ali ressoou do fundo o olhar naquelas palavras que como que narradas pela voz de um outro demandam a tal ponto as eloquências que súbitas se levantam a renascer das cinzas.

Nas ondas do sorriso
Se diz chegada a hora que pertence
A cada um
Do substancial encanto
Soma de outrora
Que povoa os objetos de encantamento

(Dilúvios todos eles)

Que nesse caso de ocasião emerge em rubor de novo em palavra se faz nas coisas em condição de mesmo em acto imagem de fundo ocorre então naquela condição distante

Pois uma vez belo pomar
Soava de embalar
E do canto ao despertar
Se retirava então devagar

E de uma ideia de apelo se fez reflexo em figura se pertence a multidão de olhar porquê nos fragmentos de ninguém

Pois dessa ideia ao erradicar de qualquer outra ideia importa da ocasião o espanto ao primeiro olhar que ao pensamento cega de tão perto.

E de um passo retira
A elementar rotação
Daquela volta antiga
Em presença do som

Que percute.