de distante valor
em volta marca de espelho
os ajustados corpos
das palavras produção
de metais de sentido
entranha e corta, outra vez…
3 de agosto de 2018
acorda o dia
em trinados de passeio
e comovido sentido
nas imagens dos violinos
pungentes crescendos
de despertos dedilhados
em cadências de azul
porém de uma melancolia ligeira
2 de agosto de 2018
Uma lágrima sustenta
o escorrer interior
da face no seu caminho
e desconhecida se deixa
olhar que houvera
dos silenciosos suspensos
dias de nós sussurrados
31 de julho de 2018
de tal ideia
corre entre os dedos
da densa bruma
um não caminho de não estar
e não fica em volta
ao dissipado limiar
e de (se) sentir outra vez aproxima
um mais de dor
ao fundo das palavras
30 de julho de 2018
Do frio na carne ou hibernação
Portanto caro considerar
Do natural sentido assimilado
Em composição dos dedos tolhidos
Entretanto de inverno
Ao interior do lugar que se fecha.
28 de julho de 2018
Do discursivo
soa assim
mas claro dessa questão
de imagem pausa
e empalidece aquilo da palavra
sombra uma
e todas as outras vezes
de tal meio
nos deixa em silêncio de novo
27 de julho de 2018
Defronte a uma casa uma janela
Antes sombra de imagem
a palavra eu sobre mim por nascer
se faz nota dos mesmos emudecidos retratos
deste mundo em surdina dizias
por qual pergunta neste dia nos precede
adormecidos da própria voz
habitam fotogramas
desvelados de maçã sem saber porquê
26 de julho de 2018
O passar do tempo tem qualquer coisa de flutuantemente estético ou moral por assim dizer
Ao nascer do sol
da tua boca lembrava
o azul e as mãos
e na terra de seu nome
emudecida defronte
a noite passava
do gesto em silêncio
25 de julho de 2018
Não fazer sentido
qualquer dia de manhã
por caídas cadências
de gelo lhe chamava
o meio das pálpebras
lentamente sobe
dizer dos restos da sombra
23 de julho de 2018
Na parede
Em casa de luz
Intensa
Ao assalto da visão
Dos antigos portais
E dos pátios aliás abertos
De tarde
E nos jardins
Estremece a sombra
E agora me lembro
De estar