20 de dezembro de 2018


esqueceu-me o pensamento
em termos de presente
como se encadeasse
a chamada da caligrafia
nas desapossadas sílabas
que entusiasmadas o diziam

19 de dezembro de 2018


recolhido à satisfação
de uma aparência
o de terminado gesto passava
ao de leve
como se algo de condimentado
nos tocasse
em expectativa de valor
e assim dissesse que
mostrar-se-ia acompanhado de presença

18 de dezembro de 2018


falta de sentido
a circunstância do gesto
que sente-se
no pão
em movimento
de uma singular narrativa

17 de dezembro de 2018


avista-se
do alto da ladeira
(n)uma cor sombria ao longe
na estrada os dias e os tambores
em silêncio agitados
recortam no tempo a morte
que nos leva
em sibilante missiva

15 de dezembro de 2018


Esotérica da familiarização do objecto: o processo de familiarização do objecto não é mais do que o sedimentado 'hábito' ancestral de sacrifício do outro que, qual necessária e justaposta alienação (do) 'universal' no objecto, (co) infirma, estatui, especifica-se numa particularizada 'qualidade' exclusiva, no 'totem.

14 de dezembro de 2018


ambientes fechados
de memoráveis escarpas sombrias
agora agora o ocorre
e como que preenchido
de luz
em presença
coloca defronte ao contorno
da carne
uma solução de equivalência
e olhar dali parte
e o se partir do instante
a voz aproxima
em acerto de estar a terra

13 de dezembro de 2018


a cada recomeço
abre-se
dobra-se
de surpresa já não vê
e num momento
surge de perto
como que metonímico

12 de dezembro de 2018


Esotérica social do número: a verdade em partes de (um) todo e a (sua) consequente replicação no mesmo, isto sim, qual intraduzível construção nominal, familiarização do objecto, é uma visão social do número.

11 de dezembro de 2018


diz-se do peso
que diversamente não passa
marcado da sucessão
e como que chega numa sede
dessa qual experiência
os seus reflectidos momentos
cai no dia a dia
qual flamejante cometa
e quando tudo acabar
começaria uma nova era de grito
que subia num arpejo
animal a que chegaste
como que tremendo de curiosidade

10 de dezembro de 2018


Esotérica do nome: o nome (primeira lição dos antigos egípcios) é (qual marca de uma adjectivada substância que se cobre enquanto tal) propriedade. Este facto, patenteado no livro dos mesmos, e só por si, reservou, desde esses tempos, um futuro auspicioso ao pronome possessivo.