de tudo se sente
um certo considerar da carne
que em silêncio perfila
o perfeito pulsar
daquele sangue que corre
30 de janeiro de 2019
a plasticidade de uma linha
a tempo tirada como qual após do tempo
em progressivas cadências
escoa ao primeiro
rumor seu da manhã nos territórios
da mesma condição plástica
29 de janeiro de 2019
povoada de recordação
espera a profunda memória
recente momento de espanto
idealmente reconhecido
no hipocampo da fanfarra
28 de janeiro de 2019
lateralizado por impulso
um afazer existe em equilíbrio
ao coincidente limiar
do território que culmina
em esquecimento e preenche
uma qualquer pretensão de abertura
26 de janeiro de 2019
chega todos
consigo a particular
decadência
de cada parte
em pedaços de sombra
25 de janeiro de 2019
a plasticidade
ao correr das partes
num fluido calor
descortina simplesmente
isso que nos faz
deste a um outro
que percorrido seja
24 de janeiro de 2019
espelhado em silêncio
como que confuso de qualquer coisa
o repente
sentido mesmo contém
do próprio acto
o que se faz e se torna
23 de janeiro de 2019
portanto o afazer
que move aquelas palavras
sem qualquer importância
diga-se depois silêncio
como que olhar fica
suspenso numa atenção
que em matéria plástica
o transforma digamos assim
22 de janeiro de 2019
enquanto se não cortar
de si soma mais longe a verdade
não dessa imagem
que nos faz sentir a mais
no seu lugar se faz
para fora do lugar
e no seu lugar
que no entanto aí se fica
21 de janeiro de 2019
ser, é como que estar agora
a pensar de uma certa maneira
que está, para logo depois,
mas que afinal se vai passando