o palpitante
visar significado
de presente interstício
ressente em convulsão
a celestial fonte
manhã de todos os dias

de contexto a contexto
sucessivamente qualquer representação
deveria ter
como qual didáctica função
um algo fazer
aparecer que se apresentasse
como que dotado
de uma certa e universal plasticidade

o objecto dotado
de uma sua razão suspende
imóvel um qual
que verdaderamente esfinge

um cheiro de alfazema
dito em qual cor de violeta
por qual órgão
poderia afinal refazer
o sabor naquela manhã
de um certo toque de seda

esotérica da alegria

é preciso portanto
como que aprender a reconhecer
uma certa espiritualidade no objecto
digamos assim
pois que nesse mesmo instante
em silêncio abre-se
e como que se deixa no exercício
de uma outra certa e activa plasticidade
esta que já não pertence
a uma qualquer autenticidade
por assim dizer
da razão ou da reflexão
mas consigo se apercebe
simples descobrir
de um envolvente calor

fica o considerar
de um mesmo
ponto de partida daquele
numa desdobrada fonte
e dali que nesse
instante ao lugar aceso

o sentido formal
da expressão da linguagem
transforma em diluído
rumor ausente
o contrário da palavra
apenas para deixar silêncio

celestial de um outro
gesto torna transversal
no corpo vertical
destacado este
em horizontais circunvoluções

de um outro silêncio
o hesita uma atenção suspensa
no separado lugar
da palavra um ponto qualquer
sente-se ao continuar
daqueles dias que aparecem

uma impressão de ruído

qualquer construção
assinala o evidente facto
da reflexão do sentido
e das maneiras de lhe aceder
num detalhado outro