30 de março de 2019


exotérica da condição objectiva: o objecto encerra consigo a verdade do objecto e assim limitado ao que dali procura deixa-se então reconhecer pois ao objecto enquanto tal agradam os modos simples por assim dizer

29 de março de 2019


o dizer do tempo
corre qual
reflexo
de uma serpentina cinzenta
e corre acima
de qualquer labial temperatura
e mascara o movimento
num qual fundo
de escórias apartadas

28 de março de 2019


esotérica da tomada (por assim dizer) do objecto: o objecto deixa-se quando abordado com sinceridade uma certa simplicidade e alguma elegância porque não dizê-lo

27 de março de 2019


esotérica da interpretação: o interpretar-se nas palavras como que expressa aquela intenção do sentido sentimento da impressão do objecto.

26 de março de 2019


nasce a verdade
da mútua luz de qual
que contraparte aproxima
o silêncio sentido
ausente e negativa
marca do mesmo
em ponto de vista

25 de março de 2019


ao largo do nariz
profundo em descontraída
pose acontece
um qual entusiástico
cabelo que aí regressa

23 de março de 2019


anoitece a meio
e em resultado disso
a cada interpretação
a chama não
por imitação transparece
da carne em alimento
ao que de si
se adivinha mesmo
marcado em acto no tempo

22 de março de 2019


o olhar retirado
e a coberto de uma qualquer
outra coisa
ressente a imagem
naquele sabor longínquo
qual recordação
que deixaste por exemplo

21 de março de 2019


o tempo de manhã
desperta do lado da paisagem
um contraste em respiração
que parado por dentro
cintura nas janelas as suspensas
tonalidades algumas
figuras a cada linha de uma dor
antiga e sombra
num calor seco
o instante em desnudados
cinzentos poros
que quais abertos passam



20 de março de 2019


sucedido ao limiar
de uma clareira em claridade
uma presença de perto
escala em torvelinho nascente
o mesmo hesitante azul
que na língua de cada gesto
em volta pausa a canção
da manhã num outro lugar