26 de novembro de 2019


Deixava de longe
aquele peso que lentamente
chegado se dizia
qual triste chama de um sorriso
que no tempo
como que esbatido desaparece

25 de novembro de 2019


Uma vez que por todo
o lado em volta se punha profundo
peso que sobrava
em plano que à partida intuído

23 de novembro de 2019


Chegara numa hora
em que dali se olhava e de seu silêncio
em algo de diverso se feito
fora em movimento ter-se-ia
com certeza desvelado
em qualquer presença ainda que tivera tanto de irreal

22 de novembro de 2019


De longe o olhar
retirava-se como se nada fosse
e dessa vez se entregava
o rubor de um grito
que soava nos vazios corpos
como que indefinidos
por entre uma cortina de bruma

21 de novembro de 2019


Uma chama de peso
e que ao tornar-se venha
e a si perto
e como se esquece
do que fazer apelava
daquela palavra
que não chega
para mais em silêncio

20 de novembro de 2019


Que fazer perguntar-se
-ia o olhar depois
que investido ali ficava
que diverso nas coisas

19 de novembro de 2019


esotérica da verdade nas palavras:quase sempre que penso ou considero este tema da verdade das ou nas palavras ou linguagem me vem à memória aquela história que li já não me lembro onde do homem que à beira-mar placidamente se entretinha a desenhar sucessivos símbolos na areia e que sempre se sorria consigo quando a espuma ali chegada das ondas como que os engolia um após o outro

18 de novembro de 2019


Em devagar presença
de um rubor em rumor insinuado
ressoava de peso
o que assim se adivinhava
e tornava de longe
como que num restolhar silencioso

16 de novembro de 2019


Entrava atrasado
na bruma o silêncio como
que suscitava
em cada recanto a impressão
de um rumor passado

15 de novembro de 2019


O que fica chega
como que num murmúrio de lamento
assim misturado
sobe a um rio acontecido