o olhar lançado
e abandonado na paisagem
como que retomava-se
daquilo que se deixa ver presença
e exangue se sente
em volta dessa mesma presença

tocava distante aquela
presença que por momentos pausava
num mesmo peso
que preenchido a cada difusão
se dizia que ficava em desacerto

Outro um dia
dizia que passava
e não deixaria de insistir
que subia naquelas partes
se foi adentro e lentamente
em presença se recebe
como que uma luz apaziguada

O que esfera dentro
a que assim se chega
de um gesto reconhecido
concede o oposto
em silêncio luminoso
que não deixa o olhar
agora de tão perto

em rasgo de calor
se trazia o sorriso consigo
e ao tornar se recomeçava
de uma luz então requentado
fazia-se como de um fogo vazio

Do que respira
de dar-se em qualquer coisa
ressalta que uma luz de estanho
se fazia tempo naquela terra
que não decide e porém se concede

Surpreendido de nascente
como que recolhia-se ao interior
transparecido a coberto
de uma chama o olhar se levantava
aproximado e aberto
como numa sugestão de surpresa

Em hábito
Se faz o mundo
E dessa terra
E dessa cor
Que o sabor
Perdura
De tão perto
O dizer-se agora
Respira divagar
E agitado vai

Trazia no olhar pausado
uma qualquer coisa de luxuriante
e verdadeiro no qual
como que tocavam-se os planos
desvanecidos assim numa primeira figura

Cansava o sentir
se a um afazer que tudo
preenchia e agora
cai numa primeira voz
que se canta
se ao ficar se deixa