25 de janeiro de 2020


o objecto disposto
de cor em linhas
de acaso esvai
na fronteira o marcado
interlúdio de fundo
que fica qual distância
por entre a luz
a cerebral traçado

24 de janeiro de 2020


de sobre olhar a noite
ao fim do dia castanho
uma sombra por luminosos
lapsos de qual imagem
contorna nos ossos
a passagem das horas
do qual tangível corpo
em cada voz melancólica

23 de janeiro de 2020


o lugar é feito
da primeira vez antes
de qualquer palavra
qual emergir de um estranho
fundo que em si recebe
o pulsar dos mundos
e a qualquer momento se marca

22 de janeiro de 2020


de nada se tira
uma qualquer coisa
que dizer se sucede
e revestida de expressão
se ressente numa forma
consigo ao cair se deixa
na inversa posição
do mais antigo silêncio
que trabalho de fazer
se ao instante retoma
nas partes da palavra
aquilo que passa
por qualquer sentido
a um dizer de fundo
nas desfeitas palavras
do lugar do costume
que assim desabituado
poderia vestir
de qualquer palavra
mas como se das palavras
apenas o hábito chega

21 de janeiro de 2020


como se –
cintilado de verdade –
tudo estivesse
no ritmo e na forma
de uma atenção surpreendida
estranhava o desacerto
de si que corrigia potencial
sentido ao lugar
suspenso de uma chama
e a coberto de alguns preenchidos
traços compartia
daquilo que se sente
indicado a um outro
plano da palavra
qual ressentido sinal da figura
que se parasse
para pensar marcaria
o reconhecido pensamento
daquilo que se toca
e de sentir se faz
num gesto por fazer sentido

20 de janeiro de 2020


ficava o lugar
numa voz acidentalmente
ao regresso
subia arbitrário
da palavra encontrada
e num caloroso
sorriso como gotejava
de presença
o percorrido espaço
por detrás a cada
espelho que encontrava
olhar desfeito
de perto num qual
rumor de nada
cintilava de escolha
e aparecia em simultâneo
daquela forma
que se pensa acompanhada
de uma presença
em deleite de contacto
que qual falta
em desvio ao lugar
que lhe cabe
sente uma linha
ao pormenor
do faminto acontecer
sonoro de qualquer
coisa na face
em corrigida figura
que tornava reflexo
de um aspecto marcado
que a traço acontece
e de uma outra presença
como se dali chegasse

18 de janeiro de 2020


o sabor desconhece
aquilo que a traço acontece
numa outra presença
como se dali chegasse

17 de janeiro de 2020


o olhar faminto
de uma qualquer coisa
na face apresenta
aquele reflexo
que torna a expressão
num aspecto marcado

16 de janeiro de 2020


o lugar que lhe cabe
chega por qual sonoridade
numa figura que não
pensa qualquer linha ao pormenor
a um corrigido acontecer

15 de janeiro de 2020


de si se reflecte
uma cintilação de escolha
que ao tirar-se aparece
como que afastada da forma
em simultâneo
daquilo que se pensa