11 de maio de 2021

O dizer erigido 

em coluna de estátua 

fica como espelhado 

e se atrasa nas cinzas 

das coloquiais 

em gestos de fogo

O depois das palavras 

costuma ser mais palavras 

daquilo que a entender 

se dá num ciclo cansado


De um duvidoso sentir-se 

em acção distante se larga 

o lugar em resto de legado 

 

Numa palavra se lamenta 

a dor toda ostracizada em adverso 

ao conotado cabeçalho 

que desenvolto sustenta a referida multidão

Assolado de pormenor 

se liga o daqui redundante 

por meio de algumas palavras

8 de maio de 2021

O instante aplicado

Em silêncio depois ao silêncio

Qual corpo de promessa

Como se adentra ao desejo

Das palavras irrompe

Uma qual ciência do detalhe

Que ao ritmo da composição

(e numa atitude ingénua)

Faz-se em sensalualidade viva

No sítio ao engano

Uma estrutura de estilo

Fugaz e aberta 

Se fazia alegórica via

Em campo espalhado

De dor semeado

Procura nas palavras

O olhar encarcerado

Daqyela original memória

Que qual luar de vitrina

Fica numa ausência 

Perto ao silêncio

E ao passar da passagem

Caído em si de dizer

As coisas em calafrio

Fazse o colorido bastante

Na terra em teatro de saber

7 de maio de 2021

Então do lugar circulava 

Um túrgido antigamente 

Que de ser antigo passava 

Nos caminhos daquilo 

Que discursava a virtude 

Numa latinidade pura