“Na medida em que produz uma cultura (habitus) que não é mais do que a interiorização do arbitrário cultural, a educação familiar ou escolar tem como efeito o mascarar cada vez mais completamente, por impressão do arbitrário, o arbitrário da impressão. (...) A consciência obscura do arbitrário do deslumbramento assombra a experiência do prazer estético : a história do gosto, individual ou colectivo, basta para desmentir a convicção de que objectos tão complexos como as obras de cultura sábia, produzidas segundo leis de construção que se elaboraram no decurso de uma história relativamente autónoma, sejam capazes de suscitar, por virtude própria, preferências culturais. “
P. Bourdieau ; L’amour de l’art.