10 de abril de 2010

Chuva. Rápido corcel a ti chega marcas do rubor nos lábios.
Frios. A cinza em canto ao longe. O pó na estrada liba todos os teus tormentos.
Enquanto penso. Enquanto penso.
Não quero saber das memórias destas escritas.
Sobre o campo o rosto sinto ao encontro um dia escuro.
E o que fica na chuva acorda os sentidos. Afagam. As sombras no teu regaço.
Das últimas tentações em vida mais que condição de não ter.
Como um sono. Enxurradas do dia. Amargo da distância.
Por fim no dia a desconhecer. Fugaz. A única música que tomara tal entrada.
Rios da luz que jorram cintilar gritado ao longe.
Aguardo. O Correr das águas solta os impropérios da luta. Tão longe. Tão perto.

*

Canto os saltos,
em pleno assento da cor,
aos gritos da bruma,
na matéria mais que nova,
e rápido o trovão,
na vida e o peito,
- por mim não guardava tantas palavras -
das abertas espumas,
ficam gotas,
que partem mais da maré vazia e fica o sal, o corpo.