21 de abril de 2010

Passam vultos sem direcção ao fim do dia silencioso.

Desponta o sol,
o copo num gesto,
passados corpos,
torneados ao caminho.

Avanço nesta chegada e cai-me o sonho, passa-me a impressão dos dias corridos.

Faz quente agora,
(corresponde),
levanto o copo,
em gesto de saudação,
e num transporte,
(bate agora o sol de frente),
cerra-se o olhar em semblante
que a vida carrega, afinal.

Mas basta disso. Passam como vultos. Coligidos (ou seja lá o que for) das sombras chegadas numa manifestação arcaica. Lembrava-me, enquanto languescia o copo em convexas atenções da mais aterrada e conveniente insolação das voltas que passam, (desaterradas talvez), quais foram as facécias do que manifesta-se em nada e cruza atreitos ao caminho dourado, como fora a calefacção dos mistérios do dia, ou à maneira dos requintes disso.

Manifestam-se outros anos,
olvidam-se os outros paladares,
e sustenta a razão que passa,
por entre os vultos que chegam.