18 de novembro de 2016


Da velocidade

Qual gesto casual
Espontaneamente mímico –
Caísse –
Na tentação do sobreolhar
As letras-sombra
Em avassaladora lentidão.

Como rituais numéricos
Em debandada quase apocalíptica
As sonoridades
Que tocam os carnais
De ninguém
Numa solução pictórica
Por simbólicas
Da velocidade imaterial –
Quase expirada.

Sim, esta é a espécie de velocidade que procura uma saída. Um certo tipo de movimento considerado do qual se veicula aquilo que não e o mais dos momentos por maneiras daquilo e pelos quais começamos ou começámos. Aconselharia portanto calma. O cair na contemplação que segue um qualquer imediato de uma qualquer conquista acaba não raras vezes por ser tomado como a própria incorporação mental dos caminhos o que é manifestamente um efeito da velocidade como algo daquela condição que contraproduz das manifestações verbais do reconhecimento em sobrevivência supérflua por vias tais que nunca ou quase nunca se corre a direito por muito paradoxal que isso possa parecer.

Extrai-se ainda assim da incorporação mental dos caminhos. Ressalta de si qual autografia do deserto metafórico por meio daquilo a que normalmente se chama a impessoalidade do erro ou o próprio da direção do resíduo que - na realidade e apenas aparentemente - diz-se. É pois este um tema que atravessa e que é transversal e a pergunta fica afinal para quê sem interrogação ou o que fazer também. As respostas a estas questões marcadas de uma tal e labiríntica incompletude são como os gorjeios de uma teatralidade instante em manifestação do espaço limitado que fazem o corpo total numa absoluta imaterialidade quase místico numa acepção livre e esta distanciação do acontecer enquanto momento de substanciação cultiva as circunstâncias em matéria por lapidar pois o não podemos escolher mas podemos fazer por isso é já uma atitude de escolha e uma escolha-escolha portanto.

Enquanto desenho dos interiores visíveis e previsíveis esta (escolha) marca cada passo no caminho em sugestão de cor e por notas de uma cor em sucessão de tonalidades que entre si limitadas já não tratam do princípio ou do fim da inocência mas de um certo tipo de exercício de enchimento e degustação que assim levado à exaustão cai nos entretantos que regem os corpos de palavras e saliva. Sobrevive ou sobrevivem, é tão simples quanto isso.

Apresenta-se por meio da representação de uma alternância da mente e da “sua” vontade esvaziada afinal de critérios e padrões que apelam o fundo de uma verticalidade disposta por cortinas de horizontalidade na face da revelação do sentido da tendência e que chega talvez por isso a perfazer e coligir as numerosas audiências em substâncias de ficção e relato e tanto assim é que percorre efectivamente possuída da mesma determinação ousada os caminhos contrários da indiferença e da renúncia. Esta iluminação heurística do instante é o que de mais “verdadeiro” se pode considerar no momento. Um qual “peso” disposto em potencial vector da curva invisivelmente derramada num resto ou numa fronteira e inevitavelmente em transgressão dessa mesma inevitabilidade que fica nas entre linhas do semelhante acontecer como a mais-valia sobranceira ao sinal qualificado da pertença mais o seu virtual desejo ao mesmo lugar num quanto baste de eficiente sentido a não busca do não chegar a um fim daquilo que percorresse o vazio em vazio.

Qual vento a soçobrar das beiradas
Estende em regresso o ar da sua ausência
Num sentido que escapa a condição
Da vigília ao fim do tempo
E perfila as roupas puídas como a terra num rodopiar
Implacável do ar fresco, incessante.

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