21 de agosto de 2018


enigma quanto

nessa noite sucumbiam dedos por entre os veios da madeira e as azuis formas de uma suava envolvida carícia

nada do que importa
alguma vez chegou a ser dito
em nenhuma palavra
de historicidade e falta comum

basta ver que nesse tempo
e isto não deixa de surpreender
o silêncio das palavras
supunha-se chegaria no mistério
das elevadas notas
de dentro e de perto
à impossível raiz das gramáticas
através da noite quais partes
sem saber de sonho adiantadas
em sintonia de uma nova regra
(de um outro espaço)
em derrocada se extinguiam
e só ficava o sangue
nos descompassados ecos da linguagem
feita à medida do lugar
na pele por aromas interpretados
da convulsão dos antigos
escritos nasceram
aquelas negras sílabas
qual mais valia da exultação
da palavra que fica das letras
a descodificar de beleza
o eu pormenor da vogal acentuada
num esquecido segundo
ao redor dos olhos mas não
dos lábios como é mais usual
e que pois refere e (se) refere

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