20 de novembro de 2018


O concertado movimento
das falas
que lhe assistem
na cinzenta manhã carregada

Dos húmidos recantos as descidas escadarias passavam como se pela primeira vez consigo o invisível da posição se acertasse naquelas límpidas e articulada breves que em contraponto se faziam ressoar de tão desejado efeito

doutro acontecia
por vezes em silêncio
o eco se fazia o eco
das palavras em desempenho
e apreço de uma
qualquer ideia escrita
clamava
o arremesso das coisas
em peso e pausa
qual substância dos ditames

E o fogo da posição escrita qual natural herdeiro da conversação mais ou menos íntima mais ou menos privada percorria a quase totalidade das camadas misteriosas a saber

das regras dos mosteiros
da constante alusão dos pátios interiores
dos palacianos bastidores das ágoras cuidadosamente trabalhadas em laminados de enredo
dos palcos das ditas simbolizadas na sensata e verdade universal
e do redor das fogueiras ao anoitecer distante

Entretanto

Dos elevados cumes
Descia uma luz
Sensata iluminava
Fazia todo o seu bem

Cumpre no entanto aqui notar que no jogo da posição escrita quem perde o nariz não conta e que o perder do nariz no exercício da posição escrita é como que uma universalizada visibilidade que diluída ao recatado da regra ali irrompe o oculto da mesma em polichinelos garrafais

Como na parábola
do rei nu
aquando ao mais pueril
dos rastilhos
se desperta de inocência
o tácito coração da regra
paira suspenso
sem sequer chegar a dizer
de qual fundamento
é o seu parecer bem

E este casual da regra é a alma do segredo nas entrelinhas da palavra escrita e ainda dizer que embora seja o peso que formalmente instaura o aparecer da posição os invisíveis materiais desta produção são e desde sempre os da leveza por muito que esta afirmação possa parecer paradoxal que o é pois este está no cerne de tudo e do qual e ao qual sempre se regressa como se costuma dizer o que o torna incontornável habitante da excelente leveza nas entranhas da posição

Livrai-nos pois
do interior silêncio
do ruidoso exterior
ambos se tomam
bem vistas as coisas
do ponto
de vista do mesmo

Dito isto caberia à poesia o papel do menino nesta história que

desferida junto
à raiz dos frontispícios
levanta o agora
rumor por meio
das mortificadas posteridades
que alimentam estas
as suas diluídas causas criadoras
aqui e ali estendidas
nos velhos cantos
dos novos contendores

qual prestação de serviço que integra o mais recatado da regra em silêncio e assim se faz investido de si por meio da boa via por assim dizer que como que destila.

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