19 de abril de 2012

A manhã chega assim soluçada.
Em gotas de arco-íris.
Depressa aos tectos iluminados.
Uma promessa fugaz talvez.
Ou um ligeiro acontecer das primeiras vozes confusas por enquanto.
Como se o belo escapasse em função necessária.
Num passo lento.
Que A parece.
E espraia qualquer coisa de indolente.
Em viagem.

Depois o presso agitado
iniciar do fogo
em representação
discreta
do manusear das mãos
em evidente olhar
discreto de relance
à natural seda
dos lábios em cansaço.

17 de abril de 2012

Da bátega perdida.
No jogo onde se funda vazio.
Até quando mundo.
O possa.
Dizer da imagem tão vez.
O nome que fica.
Primeiro.
Em esperanto torpor.
Na membrana do avençado sentir.
Ao início primaveril.
Do pensar.
Isso.
Que fundamentalmente olhar.
Assim.
Mais logo requinto.
Ao acordar após da marcada hora.
Nos istmos alternativos.
Da migração muda.
Em horas a hora e dias que baste o quer.
A organização mundial da dor em específica pré-determinação do lugar.

O prolongar da fala
ora ao decaído
o alaranjado sol
que diz
a colocada marcha
do olhar ciclista.

Arre o fim do dia.
Longo.
Que na volta passa em tangente aos cansaços vivos.
E em nocturna palavra basta ao pulsar.
De por quem mais um dia é dia, e ao final do dia, do dia o fim, do dia.

(E mais uma ou duas será pouco).

14 de abril de 2012

“Vejo o problema ainda mais claramente. Há qualquer coisa, na vida humana, que impõe o instante à felicidade até ao ponto em que felicidade e instante parecem inseparáveis como irmão e irmã. Isto retira toda a coerência às grandes horas de felicidade da nossa vida (um tempo em pedaços no tempo), e isto dá a todas as outras (horas) uma coerência necessária, uma coerência de urgência. Este qualquer coisa faz com que a vida que levamos nos deixe profundamente indiferentes: que possamos indiferentemente comer carne humana e edificar catedrais. É por isto que é sempre a mesma coisa, que apenas se produz uma realidade completamente exterior.”


R.Musil – “O homem sem qualidades” (tradução livre da tradução francesa)
Vêm, diferente(s) e o mesmo, com cada é diferente e o mesmo, com cada a ausência de amor é diferente, com cada a ausência de amor é o mesmo.

S.Beckett (trad. livre)

13 de abril de 2012

O suspenso momento fundador da queda.

A invasão da condição grave faz sentido oportuno, a circunstância, por outro, é incompatível, ou talvez não.

Como dizer, então, o veiculado funcionar do fundamento em composição linear do indescritível tal acto acidental da incondição excessiva que aproxima e diverge aos extremos do instante levado a fim?

Sorri.

Na escolha efectivamente o move,
e uma afinidade é uma afinidade,
e na hora das tautologias na carne,
e seu ditado,
e fosse qual fosse,
o dizer interior,
do tempo,
desde o instante.

Disse: a “condição” do acto acidental é a prossecução do tempo sentido em relação incondicional aum fim, que é o acto, e é isso a separação, que é o desvio posto em tempo do sentido no sentido incondicional, notado em próprio sentido, ou resolução, ou seja, as duas faces do objecto, os dois termos do tempo, raros, ambos.
E nem mais uma palavra travessa, intranquila.

As costas em posição colérica
condescendente aqui,
ali sua real, despertam, ao passar
das linhas oceânicas,
o não determinado portanto
das histórias da convenção condicional
onde teria visto
as ondulações reflexas do nome,
que já não lembra-me,
aliás,
nas notas de rodapé,
os miseráveis na morte em silêncio
aos castelos só na chegada d'um mar inicio,
como se doutro dia se tratasse.

12 de abril de 2012

Relógios matinais.
O rumor do bairro maldito.

O íntimo calor próximo, um sinal, qualquer coisa
Mais e mais a cada dia
Sem fim.

Ecos das palavras com fim.

11 de abril de 2012

Cala e funda o imaginário do imaginar.

Como magnético rubor.
A ideia fere, arremete.
A sombra do astro em chama cume o vértice da fixação plástica.
Belo. Preciso.
Como fora a glorificada glorificação da lua e os seus anunciados reflexos.
Por corpúsculos matinais da terra em condição.
Nos verdes, vales verdes, esquecidos de novo.

Muito mais sim que não, não, como a lua, como tu.

Cristais ao lapidar pormenor, diga-se.

4 de abril de 2012

Dos altos planaltos assim falara:

Suplicante da terra dupla vermelha, traz-lhe a fundação da fundação, por sobre o mar, povoado das ondas terríveis.

Numa encenação que fica. Culta. Cultivada quer dizer.